Dois livros eu jamais consegui terminar de ler. Parei um quase na metade, o outro no começo, ambos ao me deparar com fotografias que ilustravam passagens do texto.
Um chama-se "Os carrascos voluntários de Hitler", de Daniel Jonah Goldhagen. Fala da participação do alemão comum, cidadão, na adesão ao nazimo e ao extermínio dos judeus na Segunda Guerra.
O outro é "O clube do Bangue Bangue", dos fotógrafos Greg Marinovich e João Silva. Conta a história dos fotógrafos que cobriam a guerra sangrenta de facções negras (CNA x Inkatha) na África do Sul. Dos três profissionais que formavam o "clube", um morreu baleado num fogo-cruzado, o outro suicidou-se (ele foi o autor da famosa foto, que correu o mundo, de um menininho morrendo de inanição, observado por um urubu. Até o fim da vida, ele jamais perdoou-se por tê-lo fotografado e não o ajudado).
No primeiro livro, ao virar a página, vi a fotografia de um soldado alemão atirando na cabeça de uma mulher, que tinha nos braços uma criança de uns dois anos. No segundo, um bebê negro, de uns seis meses, morto a marretadas, jaz ao lado da avó. Justificativa do assassino (impune): "Cobra gera cobra".
Não sei se um dia estarei calejada o suficiente para terminá-los.
quarta-feira, abril 06, 2005
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