domingo, abril 10, 2005

Limites

O Alzheimer galopante do meu pai se manifesta em mim às vezes: a festa que eu achei que era hoje só acontece dia 24. Resolvi então levar as meninas para almoçar fora, e depois, ao cinema.
Fomos num restaurante aqui mesmo em Santa Teresa. Cada uma em sua cadeira, as meninas conversavam e escolhiam o que comer quando chegou um casal com um menino de uns sete anos e uma menina de cinco. O que se seguiu foi um espetáculo de falta de educação e de controle dos pais. Nunca vi igual. As crianças faziam guerra de comida, jogando arroz nas pessoas em volta. A menina bebeu duas latas de Coca-Cola para depois, aos berros, dizer que não queria "aquela porcaria de comida". O menino despejava no prato do pai o que não queria.
Não foi a primeira vez em que eu vi crianças sem limites. As minhas filhas são crianças que fazem pirraça, que fazem malcriação, que ficam excitadas e salientes como qualquer outra da idade delas. Mas o que eu vejo são pais cegos - como quem diz "Os incomodados que se mudem". Ou, pior: deixam à solta e quando a situação está simplesmente descontrolada, acham por bem virar a mão na criança - como se isso educasse.
Eu dou palmada, sim. Muitas vezes, num momento de suprema raiva e paciência no limite (mas, quando isso acontece, eu peço desculpas depois). Na maioria das vezes, as meninas recebem palmadas (sempre no traseiro) sabendo que foram avisadas duas vezes - e que na terceira vez o aviso não vem pela boca, e sim na forma de um tapa no traseiro.
Sei lá. Crianças pequenas se entupindo de refrigerante. Berrando com os pais, jogando coisas nos outros. Sem controle, sem educação, sem nada.
Como meu pai diz, "é a educação moderna".

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