sexta-feira, dezembro 29, 2006

...



É como um formigamento que sobe por baixo da pele, e aí começo a sonhar com coisas estranhas, pessoas que jamais encontrei e que, subitamente, durante a noite, tornam-se tão importantes que, quando eu acordo, sinto uma falta enorme, uma saudade completamente inexplicável.

Nessa época, eu evito dormir. Me remexo na cama, chuto os lençóis, tento ler, ouço música, me deito na rede, fico horas na banheira, lembro muito, lamento bastante.

Queria que, um dia, isso não mais acontecesse. Que alguém fizesse com que isso não mais acontecesse. Que isso não fosse mais necessário acontecer.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Minhas fotos prediletas VIII



Truman Capote, by Irving Allen

Além de ser um escritor maravilhoso, é o protagonista de um dos filmes mais hilários de todos os tempos: "Assassinato por morte".

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Jazz, R & B, Soul. Depois de rock pesado e progressivo, uma pausa pra falar com Deus... e o Diabo.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Chiquerésima



Quando eu saio com amigos, eu me visto... bem, eu me visto como gente. À exceção de um amigo. Ele é muito meu amigo. Ele é rico. E ele é lindo. Mas ele tem um graaaaande defeito: é casado.

Sim, Deus sabe ser cruel às vezes. Retomando: quando eu saio com esse amigo (geralmente pra almoçar), eu sempre capricho no visual. Boto um vestido bonito, minhas lentes de contato, chego às vezes ao requinte de fazer as unhas. Não é porque ele sempre almoça (e paga, que ele é um cavalheiro e não tem dessa de dividir a despesa) em restaurantes muuuito bons. Mas como ele é de fazer cabeças se virarem, eu me sinto meio que em situação inferior.

E não venham com essa história de "Mas que bobagem". Quero ver quem nunca disse "Olha que gato (ou gata) mas a criatura que está com ele... Credo! O que será que ele (ou ela) viu naquilo?".

Pois então: como eu adoro esse meu amigo, eu vou beeeem caprichada, que é pra não fazer feio. Porque ele é lindo. Educadíssimo. Finésimo. Se veste muuuito bem. É canceriano (e não, ele não é gay. Ele só é a criação do imaginário coletivo feminino :o)

Sim, Deus sabe ser cruel às vezes.

Filosofia de cadeirinha

[Catatau, sem parar de tirar a roupa da Barbie nova]:

Um coração é uma bola cheia de sonhos.
Não é, mamãe?

terça-feira, dezembro 26, 2006

666

O nickname do diabo é Download.
Pode crer.

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Se um gosto, uma cor, um cheiro me definisse nesse momento da minha vida, eu diria que tudo se concentra em... canela.

Não me perguntem o porquê.

Minhas fotos prediletas VII



"Dr. Ceriani with a injured child", by Eugene Smith, 1948

Uma tese romanceada



Não se esqueça, Zeem, os olhos não se limitam a ver, eles faíscam como os dentes. Um cordão de pérolas costuma ser visto como uma fieira de dentes sorrindo. Na linguagem de Homero, em grego jônico, há dois verbos "ver" principais. Um deles é theorein, a palavra de onde veio "teoria", e ainda é usado para significar "ver", em grego moderno. O outro é drakein, do qual os gregos, e nós também, derivamos a palavra "dragão", a criatura mítica lançando chamas, a princípio, dos olhos.

O olho do dragão lança seu ataque ao olho do observador e fixa sua visão admirada, da mesma forma como um tubo de batom capta o olhar enquanto este se depara com a cor fluindo com precisão ao longo da linha cruel do lábio. Ver teoricamente não é em absoluto a mesma coisa que ver dragonicamente, isso é, lançando um lampejo de fogo de seus olhos cheios de seiva, ou de amor.

Uma teoria pode ser a especulação mais ideal, o modo mais fraco de olhar as coisas, mera suposição ou hipótese, como quando você diz: "Eu tenho uma teoria sobre por que John e Helen estão se divorciando." Ou quando você diz: "Eu tenho uma teoria sobre jóias."

Richard Klein, "As jóias falam"
Editora Rocco, 2004

Embaixo da árvore



E eu ganhei, num sorteio promovido pelo Luís Fernando, um CD de Chet Baker. Logo eu, que jamais acertei palpite algum em rifas ou sorteios, recebi um belo presente de Natal :o)

RIP

Já é de praxe: sempre que fico muitos dias sem acessar a internet ou ler jornal ou ver algum noticiário (que eu não vejo nunca - no Cartoon não tem telejornal), um monte de gente morre. Em três dias foram dois: James Brown e Braguinha.

Me lembro um dia em que cheguei na redação e o primeiro ministro de Israel tinha sido morto na frente do mundo inteiro. "Yitzhak Rabin morreu? Hein?". Só soube que Leda Collor tinha passado dessa pra melhor quando bati o olho no anúncio fúnebre. Da missa de um mês. Na redação do jornal todo mundo tinha medo quando eu folgava: "Ai, a Suzana não vem e a gente vai dobrar porque alguém importante vai morrer."

É por isso que não tiro férias faz oito anos.

Moro num país tropical

Eu trabalho de janelas fechadas - a persiana puxada pra dentro, para o sol não bater na tela do computador. Acabei de ter os tímpanos perfurados por um trovão. Fui até a janela da sala - um janelão de vidro, de parede a parede - e olhei à esquerda, e o céu estava limpo, com poucas nuvens. Então, olhei à direita... para descobrir que Niterói tinha sumido no meio da mais cinzenta nuvem de chuva que eu não vejo há tempos.

Juro. A cidade desapareceu. Tem uma parede nebulosa encobrindo a vista da baía e da cidade. O pé d'água que está caindo lá deve ser fenomenal.

Um bote, Cris?

Meu Natal



Como se descreve o barulho que os passos que uma criança fazem? Não dá para ser "tum, tum, tum". Crianças de sete anos são leves (pelo menos, a minha é :o). É um som mais leve, como "tap, tap, tap". Os pés descalços fazendo um ruído delicado. Quase imperceptível.

Não deveria, esse barulho, fazer meu coração disparar. Mas faz. Todo ano. E quando Zé Colméia acorda de manhã cedinho, no dia 25, tropeçando naquela poeirinha de sono que ela ainda não conseguiu soprar dos olhos, eu instantaneamente acordo, mas finjo que não. Meu coração começa a bater cada vez mais forte. E ela passa por dentro do meu quarto, "tap... tap... tap..." Vai meio que dormindo, meio hesitante. E ela chega na sala. "tap... tap... tap... tap." Por segundos ela pára. E eu imagino os olhos crescendo. E aí ela corre - "tap! tap! tap! tap! tap!"

"Mamãe! Acorda! Vem ver o que Papai Noel trouxe! Tem um monte de pacote embaixo da árvore! Ai, vou chamar a [...]!" E sai correndo - "tap! tap! tap! tap! tap!".

Às vezes eu acho que vivo o ano inteirinho só para ouvir isso - os passos cautelosos da minha filha em direção à sala, o momento mágico em que ela vê a árvore iluminada e com a base transbordando de presentes, e a corrida feliz contando pra todo mundo, a voz jorrando de excitação: "Papai Noel trouxe moooontes de presentes! Acorda, mamãe! Acorda!"

E aí tudo vale a pena, o que quer que seja.
Tudo vale a pena.

Seis meses



Julia e José. Poderia ser Maria e Paulo. Eles se amam, mas não é suficiente. Amar não é suficiente, amar complica. Amar exige mais do que dar ou receber. Amar aumenta a fome do silêncio, o silêncio da fome. Há um tempo em que se pede tempo, em que duvidamos do que é mais autêntico, não aceitamos a vida com facilidade, que dar certo pode ser muito errado. Vi muita gente que se deprimiu de felicidade.

Os dois se separaram por amor. Estranho isso. Talvez seja o que nunca foi dito, porque um dos dois pensava que não era necessário. Quando se ama, a gente acredita que não é mais necessário dizer as palavras, mas é tão necessário quanto não dizê-las. Hoje, apartados, ambos se telefonam como cúmplices, pedem conselhos, conversam sobre seus filhos de uma forma que ninguém entende, exceto eles. Nem os filhos entendem o quanto de alegria significa para eles ter filhos. Pureza dos dois, que falam a mesma coisa de um jeito diferente e não se perguntam para não coincidir as respostas. Palavras cruzadas, feitas em dupla, terminam com rapidez e não tem graça.

Os dois querem provar um para o outro quem é mais sensível e de tanto sensibilidade eles não se permitem sentir. A treva não é trégua, o descanso não é paz, a ave não é vidro, o vitral é tão bonito porque já nasce em pedaços. Julia, que poderia ser Maria, quando tem insônia dorme com os filhos. Dormir com os filhotes cura insônia, me diz. O abajur da respiração vai espantando o escuro do medo mais do que o medo do escuro. Julia é afeiçoada aos detalhes e se antecipa antes de sofrer mais. José, que poderia ser Paulo, sofre adiantado para não se antecipar. Ele foi criado em um universo feminino (mãe e avó), derramado entre as palavras de mulher e as mulheres de palavra. Deixa o mundo correr para depois arrumar a sala. Julia não espera o tempo de arrumar a casa, arruma a casa enquanto o mundo corre. Julia não quer esperar, José espera para querer.

Eles se amam e não acreditam que nada pode separá-los, a não ser eles e seu excesso de amor. Eles se amam a ponto de desfrutarem do direito de criar distância. O cansaço não usa disfarces, o ciúme não escuta desculpas, prevenir não é se defender, enlouquecer é atrasar o desencontro, regressar é não ter saído. Julia nunca será ex-mulher de José. José nunca será ex-marido de Julia. Eles não podem ser o que desconhecem, nem deixar de ser o que foram. Os dois se preservam, se protegem, como se o segredo fosse algo que esqueceram e nenhum conta que esqueceu por estar esquecido. Esquecer saliva os olhos. Não entendem o motivo da separação porque não acharam um sentido para a convivência, como se fosse preciso ter sentido. A ausência chama mais atenção.

Eles se dedicaram a inventar um dialeto, mas perderam o contato com o próprio idioma para traduzi-lo. Dividiram a vida para perceber depois que a vida fica dividida. Reconstruir o que não desmoronou não adianta. Julia e José. Poderia ser Maria e Paulo. Os nomes não mudam o que foi doado. Mesmo a árvore mais desatenta cuida da estrada.

Fabrício Carpinejar

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Depois



A gente quer ir pra Paris, Barcelona ou Nova York. Ou, quem sabe, Lisboa e Milão. Quer finalmente deslanchar no inglês, no francês, no italiano. Deseja ter tempo pra ouvir CDs, ler livros finalmente, botar em dia os DVDs que ainda vamos comprar. A gente quer entrar na loja e nem perguntar o preço: "Eu vou levar". Queremos bater os olhos em alguém e sentir aquele friozinho na barriga - e ter certeza que o outro também sentiu. A gente espera que os olhos dos filhos brilhem ao rasgar o papel de presente (sim, eles não são da geração "Não rasga o papel que eu quero guardar!"). Damos todo o crédito a Papai Noel por ter acertado que era AQUELA Barbie, de sapato verde, e não AQUELA Barbie, de sandália vermelha.

Queremos ter certeza que no fim do mês não vem um "menos" na frente do saldo; queremos que todos raspem os pratos - e tenha sempre algo muito bom e gostoso neles. Desejamos de todo o coração que ele (ou ela) abra aquele sorriso luminoso e generoso ao nos olhar (e não apenas ao nos ver). Sonhamos com janeiro e o auge do verão; com fevereiro, e aí vem o carnaval e as aulas começam. Abril já traz aquele vento fresquinho, anunciando junho e julho - e aí você pensa que será que dá para passar um fim de semana na serra, no sítio, em casa abraçado?

Você pensa como será agosto - mês do desgosto, mas quem não aposta que será diferente? Vai ser, sim. Porque setembro tem feriado, outubro também, e novembro, e estamos na primavera, dias lindos de céu claro, sem nuvens, e com aquele calor que esquenta, não incendeia (o que quer que seja).

E dezembro chega, e você suspira - chegamos a mais um fim. Mas não tem fim quando temos amigos que, mesmo sem nunca termos encontrado pessoalmente, nos mandam mensagens engraçadas, animadoras, implicantes, agressivas até (e faz parte de qualquer amizade que pretende durar muito e muito tempo), preocupadas, inquisidoras, amorosas, poéticas.

Amigos que mandam também afeto, carinho, preocupação, desejos, ambições, repreensões, orgulho, preconceitos, amores, culpas, ânimo, alucinações e concretudes.

Eu ganhei muitos e muitos amigos este ano. Ganhei muito mais coisas que poderia sequer desejar ou esperar. Uma parte muito grande do que tenho hoje devo a quem sempre teve uma palavra pra mim, seja ela qual fosse.

A gente espera sempre que os amigos não sumam.
Isso é o que eu desejo de Natal. Por favor, em 2007 não sumam.

De mim, da Zé Colméia e da Catatau, beijos para todos, bom feriado. A gente se vê depois.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Minhas fotos prediletas VI



Their first murder, New York City, October 9, 1941, by Weegee.

Quando a excitação dos espectadores é mais interessante que a cena do homem assassinado.

Plenitudes



Medo de me machucar (de novo, de novo, e de novo) é o que me impede de simplesmente tirar aquela placa de "Fui almoçar. Volte mais tarde. Obrigado" da minha testa. Principalmente agora que consegui, finalmente, me reerguer financeiramente; que estou montando meu negócio; que estou curtindo plenamente minhas filhas, minha casa, minha vida.
Mas o paradoxo é que, sem alguém do meu lado, "curtir a vida" vira uma expressão meio vazia - porque uma das coisas que me dão mais prazer é dividir. E algumas coisas não posso compartilhar com as meninas.

Na próxima encarnação



... além de ter pescoço comprido, eu quero ter olhos verdes e um cabelo nesse tom de vermelho.
Assim mesmo. Cacheado e brilhante.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Programa da Besta

LimeWire: antes eu era apenas viciada em baixar músicas. Agora eu estou completamente dependente dos vídeos. Neste exato momento, além de estar baixando quatro ao mesmo tempo, estou com um DVD inteiro na fila.
Culpa sua.
Mania do diabo, isso sim.

It won't be you



A brincadeira é responder ao questionário com o título de suas músicas preferidas. Como estou vintage, Journey foi a banda escolhida (com aperitivos de autoria de Steve Perry):

Você é homem ou mulher?
I Am.

Descreva-se:
Walks like a lady

O que as pessoas acham de você?
Lady Luck

Como descreveria seu último relacionamento?
Separate ways (Foolish heart)

Descreva sua relação com seu namorado atual ou pretendente:
I stand alone

Onde você queria estar agora?
City of the angels

O que pensa a respeito do amor?
Don't stop believing (For the love of strange medicine)

Como é a sua vida?
Just the same way

Se pudesse ter concedido um desejo, o que pediria?
Open arms - Sweet and simple

Escreva uma frase sábia:
Be good to yourself (you should be happy); listen to your heart.

Agora diga tchau:
Go away

Roubei daqui :o)

terça-feira, dezembro 19, 2006

Bate coração



Ontem de manhã, durante o batizado das meninas, meu pai chorou, pela terceira vez na vida (Catatau também. A madrinha sussurrava: "É de emoção". Ela, no meu colo, soluçava: "Meu vestido tá todo molhado!").
Eu não chorei. Não consegui. Só agradeci por ter tantas pessoas que amam a mim e às minhas filhas, e que estavam lá para desejar, de coração, que elas fossem felizes e abençoadas.

À tarde, na formatura da Zé Colméia, achei que o rosto da minha pequena fosse rachar de tanta felicidade, quando ela foi chamada ao palco para receber o canudo. Vestido e sapatos brancos, com a beca e o capelo azul-escuro. Catatau urrava lá em cima, no balcão do teatro, aplaudindo a irmã, acenando e gritando o nome dela.

Minha pequena estava feliz. E eu, mais ainda.

domingo, dezembro 17, 2006

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A gente sabe que está começando a ter serenidade quando come apenas uma fileira daquele tablete mega de Alpino.
E só isso basta. Seja em que situação for.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

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Às vezes, a gente precisa trocar de brincadeira para continuar se divertindo.

Anjinhos :o*



Esse é o padre do mês do meu aniversário, no Calendário Romano 2007.
Agora diz: como o Vaticano vem depois com aquele papo de "não pecar contra a castidade"?
Enche a vitrine de guloseimas e depois tasca aquele cartaz de padaria: "Favor não tocar nos doces"?
Então, tá.

* Dica da Maura.

Trabalho x emprego

- Oi, é a Fulana.
- Diga.
- Ah, é que o texto que você mandou revisado... Você cortou algumas coisas, não é?
- Cortei, sim. O texto tem que ser informativo e jornalístico. Ele vai para a imprensa, que não quer saber que os quartos dos hotéis foram "suntuosamente reformados para oferecer aos hóspedes um período relaxante e prazeiroso durante sua estada na Cidade Maravilhosa, mantendo sempre abertas vias de acesso fáceis para os principais pontos turísticos do Rio de Janeiro."
- Mas era o texto aprovado. Agora o gerente vai ser obrigado a ler tudo de novo porque você modificou.
- Eu não modifiquei, eu cortei. O que sobrou já está aprovado.
- Sim, mas eles agora vão ter que ler tudo e aí vai demorar! Você não deveria ter cortado! Era só pra você REVISAR o português, não CORTAR!

Então é assim: você tem que fazer o trabalho pra ontem e ainda precisa aceitar que passem coisas do tipo "As instituições credenciadas para os profissionais de imprensa são diferentes das instituições indicadas para os profissionais de imprensa porque as instituições credenciadas para os profissionais de imprensa mantêm pontos de ônibus oficiais para os centros de convenções e as instituições indicadas para os profissionais de imprensa não mantêm pontos de ônibus oficiais para os centros de convenções."

Isso em três idiomas (tudo traduzido ao pé da letra), para órgãos de imprensa de 22 países, incluindo Estados Unidos e Canadá.
Entendeu?

E enfim



Já foi tarde!

Horário comercial



Às vezes eu tenho a impressão que existe na minha testa, bem grande, um aviso do meu coração:

"Estou em hora de almoço. Volte mais tarde. Obrigado."

quinta-feira, dezembro 14, 2006

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Dá uma sensação estranha quando você descobre, por acaso, que seu ex-marido está traindo a mulher. É quase um... vazio existencial.

Eu sou do fog

You Belong in London

A little old fashioned, and a little modern.
A little traditional, and a little bit punk rock.
A unique woman like you needs a city that offers everything.
No wonder you and London will get along so well.

Vivendo perigosamente

Fragmentos de uma conversa com meu amigo e guru Tapa, que entre outras coisas traduz episódios de séries bacanas (mas antes que você o xingue por algum motivo relacionado a legendas ruins, atualmente ele trabalha para a TV aberta). Com a palavra, Tapa:

Agora eu estou traduzindo os CSI loucamente. Tomara que não tenha uma agência do governo espionando minha internet. Olha as minhas últimas pesquisas no Google:

'gbh estupro drogas'
'boa noite cinderela'
'submissão dominação'
'maconha sinônimos'
'cadáver putrefação cheiro'


Do blog Legendado, da Cláudia Croitor (feito sob medida pra quem é fanático por séries).

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Retificando o post abaixo

Faz muito, muito, muito, MUITO tempo que eu não experimento essa sensação: paguei TODAS as contas e sobrou MUITO dinheiro. Comprei os presentes de Natal das meninas - e sobrou MUITO dinheiro. Comprei as roupas e sapatos das meninas para a formatura - e sobrou MUITO DINHEIRO.

Não consigo nem atinar essa idéia: dormir profundamente, sem medo de dívidas, falta de comida na mesa, Natal com as meninas suspirando, até o fim do mês.

É muito bom. Desejo isso a todos vocês. Sempre.

Happy Holiday

A impressão que eu tenho nesse fim de ano é a mesma de quando sou obrigada a enfrentar uma fila monstruosa onde, já na boca do caixa, a multidão se comprime. Pagamentos, formatura, compromissos, ex-marido querendo a festa mas não a fatura, matrícula, uniformes novos, contas, contas, contas.

A vontade que eu tenho é simplesmente passar as tardes baixando músicas na internet.
E o resto que se dane.

...

"A saudade é uma grande vontade de viver tudo de novo."

Do Luis Fernando, que sempre manda 29 beijos para a amiga :o)

terça-feira, dezembro 12, 2006

Grande dia



Semana que vem é a formatura da Zé Colméia. No meu tempo, formatura era coisa para o fim da faculdade - agora, não. Pré-escola tem formatura.
No fim do dia, fomos comprar o vestido branco. Como conheço minha pequena, deixei de lado babados, fitas e apliques e reservei de véspera na loja um meio tubinho branco, em que a parte de cima tem uns poucos apliques de canutinhos, num desenho delicado.
Ela simplesmente a-mou. Os olhos brilharam naquele meio sorriso de quem está absolutamente encantada em imaginar-se subindo ao palco usando um vestido simples, de "brilhinhos" e muitas promessas.
Não tenho nenhum pudor em confessar o quanto eu me orgulho quando acerto - e como fico feliz de, ainda, conseguir adivinhar os desejos, os gostos e os sonhos da minha querida filha.

Papo masculino

- Caneta Bic é o máximo, né?
- Cara, não tem coisa melhor do que a tampa pra tirar cera do ouvido!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

25 de março de 2003



"Oi, querida;

Você está, desde sexta, com uma diarréia horrível, e não sei como consegue manter seu bom humor. Está sempre rindo, mesmo quando suja as roupas. Está cheia de assaduras, mas vai em frente estoicamente, sempre com aquele sorriso enchendo suas bochechas.

Nossa, como te amo! E por estes dias lamentei não ter nenhuma imagem, além daquela na minha cabeça (e que peço a Deus jamais o tempo a apague), do dia em que você viu Papai Noel pela primeira vez.

Foi na festa de fim de ano organizada por duas mães de alunos da turminha da Zé Colméia. Foi ali no Flamengo, numa rua que sai na Oswaldo Cruz. Você tinha um ano e meio, e comeu até dizer chega na festa, correu, se divertiu. Teve mágico e muitos bichinhos (como coelhos e ratinhos) mas você passou a apresentação toda levantando do meu colo, comendo e querendo passear. Estava com aquele seu conjuntinho de bermuda de sarja azul e a camisa branca, sem mangas, de algodão branca, com uma flor azul de feltro aplicada. Tão fofa e tão linda!

Quando Papai Noel entrou, você já estava meio que ressabiada da agitação das crianças maiores, que se posicionaram ansiosas. Estávamos sentadas próximas à cadeira onde ele ia se sentar. E Papai Noel entrou arrastando dois sacos de presentes. Um dos primeiros (acho que o segundo ou terceiro a ser entregue) foi o da sua irmã: uma enorme caixa vermelha de papel lustroso. Você já estava ansiosa para abrir algum pacote, ganhar algum presente, e avançou para o embrulho da Zé Colméia, que imediatamente recolheu a caixa. E você olhava em volta, procurando, esperando a sua vez, o seu pacote, o seu presente. E nada. E Papai Noel chamava as outras crianças, entregava outros pacotes.

E você desistiu. Com uma carinha séria de quem sabia que não ia ganhar nada, você se sentou, pequenina e redondinha, do lado do Papai Noel e ficou ali, assistindo à sessão de papéis de presentes rasgados, embrulhos abertos com gritos de alegria, todos correndo para mostrar o que tinham ganho. Pernas esticadas, mãos ao longo do corpo, você desistiu.

Mas o seu pacote estava lá. Foi o último. E no meio daquela gritaria, quando a ajudante de Papai Noel finalmente tirou a sua caixa do saco e gritou seu nome, a princípio você nem ouviu. Quando me viu gritando o seu nome, o Papai Noel cutucando você, a moça chamando, você se levantou daquele jeitinho roliço, cara espantada, já alvoroçada, e recebeu sua caixa!

Seu rostinho, filha, era a pura emoção. "Nossa, ganhei um presente!" E você veio para junto de mim tão feliz, aquela felicidade no meio sorriso, mas com os olhos explodindo de excitação, sem saber direito como abrir aquilo, segurando aquela caixa que não era tão grande, mas parecia ter um mundo de felicidade ali dentro. Sentamos no chão e abrimos: era um peão de alumínio, daqueles que nós, eu e seu pai, tivemos quando criança. A câmera de vídeo que estava sendo usada para gravar a festa já estava com a bateria descarregada, e eu lamentei não ter conseguido gravar aquele momento, que hoje guardo tão cuidadosamente no meu coração.

A sua expressão, minha querida, foi tão doce, tão maravilhosa, tão linda, que até hoje Papai Noel não conseguiu me trazer nenhum presente que supere aquele que eu recebi de você, naquele fim de dia, no meio de um playground já sujo de brigadeiros, no meio de uma algazarra infernal e uma gritaria incessante. No meio daquele caos, você tocou meu coração e o tempo, naquele momento, parou no seu rostinho. Obrigada, querida.
Amor, sempre, da sua

Mamãe"

Fado

Às vezes a gente sonha com umas coisas tão doidas, uns objetivos tão aparentemente inalcansáveis que, de tanto persistir, acaba parecendo simplesmente a conseqüência natural do seu esforço.
Porque, você sabe, no fim quase nada é impossível.

Post cego

Eu estou escrevendo esse post no formulário do blogger, mas há dois dias não consigo acessar o Breviário na net.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

11 de março de 2003



"Minha querida;

Você, na sexta-feira, passara o dia inteiro bebendo mate; era o único suco que tínhamos em casa. Catatau há tempos ressonava na cama, e você aprontando no quarto. Começou "ER". Entra um paciente com prognóstico muito ruim: sofrera um acidente de carro e arrebentara a cabeça, com perda de maça encefálica. Palavreado difícil que você, obviamente, não entendeu nada, e veio o esperado "O que está acontecendo?". "Bom, o moço estava dirigindo sem o cinto e bateu ("Pow!", disse eu, espalmando a minha mão na sua testa) a cabeça. Ele se machucou muito."
E você acompanhando. "E agora?". "Ah, ele não vai acordar mais. Ele foi para o céu. E eles vão tirar o coração dele, o que tem na barriga dele, para dar para outras pessoas". Silêncio... "É assim: o moço foi para o céu, e não vai acordar mais. Em outro lugar, tem uma pessoa que está com o coração muito doente. Então, eles vão tirar o coração desse moço – já que ele está no céu e não vai acordar mais – e dar para o moço que está doente."

Mais silêncio, e você aconpanhando a perícia e as besteiras de Peter Benton, o cirurgião que estava metido na história. Começa a retirada dos órgãos. "Olha, agora eles estão tirando o coração dele". "O que é aquela bolsa?" "É onde o coração vai; eles botam bastante gelo, e botam o coração ali". "Ele vai embora?". "Não, ele vai levar a bolsa com o coração dentro até o helicóptero, está vendo? E o helicóptero vai levar o coração até o outro moço que está doente". E lá se vai o helicóptero levando o coração para ser doado, enquanto Peter Benton assume, no alto do prédio do hospital, aquele ar de heróis que cumpriram sua missão.

Acaba o filme. E você suspira, abre o maior sorriso e diz, sem desgrudar o olhar da tela: "Gostei dessa história." E seu rosto dizia que você tinha entendido perfeitamente o que tinha acontecido ali.

Televisão desligada, você me pediu que eu deitasse com você. Nos ajeitamos na cama, sua irmã dormindo profundamente, você pega minhas mãos e diz: "Não quero ir para o céu." "Ih, vai demorar muito para você ir pro céu." "Não quero que você vá para o céu." "Por quê?" "Porque aí eu não vou mais ver você." "Ah, mas vai demorar muito ainda. Olha, você não diz que fala com a vovó [...]? Então, ela já foi pro céu. E não é assim: as coisas acontecem de uma maneira certa. As suas outras vovós vão primeiro pro céu, e esperam a mamãe e o papai. Quando eu for, eu vou te esperar lá." "Ah, não quero que você vá, mamãe! E eu também não quero ir!" "Então, é isso que eu estou falando! Ainda falta muito! Você ainda vai crescer, aprender a ler, a escrever (maior sorriso: "É???!"), vai namorar, ter um filhinho, seu filhinho vai ter um filhinho... Vai demorar muito, ainda." "Vai, mamãe?", "Vai, filha, vai demorar. E a gente diz que não quer ir pro céu mas e se for uma coisa maravilhosa, linda? Com um monte de cachorros, flores, e um lugar pra gente desenhar e pintar ("É, e se for assim?", você diz), um lugar muito legal? A gente não sabe, né?"

E foi pensando nisso que você dormiu. E eu tive certeza que, essa noite, você entendeu, melhor do que ninguém, todo o amplo significado da morte: perda, saudade, dor no coração, aquele vazio horrível que a gente sente ante a perspectiva de não ter alguém querido por perto. Ter que esperar a sua vez de ir. Mas também que ela pode ser uma bênção, algo desconhecido. Você entendeu o grande enigma que a morte é para todos nós.

Amor sempre da sua,

Mamãe"

terça-feira, dezembro 05, 2006

...



Às vezes - nem sempre - o prazer vem em pequenas ondas.

Dias de cão

Algumas coisas, por ingenuidade, até, eu não consigo literalmente realizar. Do tipo: uma criatura faz coisas que acha muito natural, mas não admite que o outro faça. Outro fala coisas de uma barbaridade aterradora ("A sinceridade é tudo"), mas quando você começa a dizer certas coisas bate com o telefone na sua cara.
Quer dizer, você pode mentir, enganar, ser dono da verdade, mas o outro não? Você pode agir irresponsavelmente, a hora que quiser, mas o outro não?
A recíproca nunca é verdadeira?
Mas que confortável.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Foolish heart



I need a love that grows
I don't want it unless I've known
That each passing night
She'll want somehow
We'll be there ready to share

I need a love that's strong
I'm so tired of being alone
But will my lonely heart
Play the part of the fool again
Before I begin

Foolish heart
Hear me calling
Stop before you stop falling
Foolish heart
Heed my longing
You've been wrong before
Don't be wrong anymore

Feeling that feeling again
I'm playing a game I can't win
There's knockin' at the door
My heart wants more
Think I'll let her in before I begin

Foolish heart
Hear me calling
Stop before you stop falling
Foolish heart
Heed my longing
You've been wrong before
Don't be wrong anymore

Foolish heart
Foolish foolish heart
You've been wrong before

Foolish heart
Hear me calling
Stop before you stop falling
Foolish heart
Heed my longing
You've been wrong before
Don't be wrong anymore

Foolish heart
Oh, foolish foolish heart
You've been wrong before
Foolish foolish heart

Who's crying now



It's been a mystery and still they try to see
Why somethin' good can hurt so bad
Caught on a one-way street, the taste of bittersweet
Love will survive somehow, some way

One love feeds the fire
One heart burns desire
I wonder, who's cryin' now
Two hearts born to run
Who'll be the lonely one
I wonder, who's cryin' now

So many stormy nights, so many wrongs or rights
Neither could change their headstrong ways
And in a lover's rage, they tore another page
The fightin' is worth the love they save...

One love feeds the fire
One heart burns desire
I wonder, who's cryin' now
Two hearts born to run
Who'll be the lonely one
I wonder, who's cryin' now

Only so many tears you can cry
'Til the heartache is over
And now you can say your love
Will never die

One love feeds the fire
One heart burns desire
I wonder, who's cryin' now
Two hearts born to run
Who'll be the lonely one
I wonder, who's cryin' now

quarta-feira, novembro 29, 2006

Século XX



Depois de Journey, comecei a fazer minha piratoteca de Eric Clapton.
By the way, já mandei recado: o asilo é aqui em casa, senhoras e senhores.

Separate ways



Envelhecer é descobrir coisas pelas quais você passou batido na época. Nos últimos dias baixei o que encontrei do Journey na web. Algumas músicas são ótimas, outras são clássicos, outras acabaram virando clichê. Mas a voz do Steve Perry é absolutamente absoluta - e que presença de palco.

Quase 30 anos depois, Deus queira que a voz continue a mesma.

terça-feira, novembro 28, 2006

Minhas fotos prediletas V

Não acredito mais no amor



Não acredito mais no amor
e essas coisas todas que dizem dele.

"Amor é fogo que arde sem se ver"
porque não arde, nem é fogo e nem se vê.
Amor é imaginar e depois crer
no que se imaginou amar e ver.

Ninguém ama ninguém senão a si,
e os amores que demonstram são apenas
no fundo, o grande (imenso!) amor que tem em si.

Tome um pouco do meu amor
e beba dele,
mas não se esqueça que não é você que ama.
Tome mais um gole
que o meu amor aumenta
como se fosse a mim que alimentasse
e não a quem com sede dele usasse.

Não acredito mais no amor
e essas coisas todas que é o amor.

Aclyse de Mattos

Tem dias...



... em que eu me sinto assim.

Ela



Quando conheci a Marina ela estava numa fase pré-depressão. Me lembro que, quando descobri que ela estava de cama, fiquei pensando o que fazer para melhorar o humor dela - que pretensão.
Na época estavam lançando "As rosas inglesas" da Madonna - ídola da Marina. E eu mandei um para ela.
Marina é uma daquelas pessoas que você acha que não vive, plana sobre as coisas. É porque pra saber a coragem de viver que aquela pessoinha doce tem é preciso conhecê-la.
E eu tenho esse privilégio.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Ensinamento



Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

Adélia Prado

...

Depois de tanto trabalho, de uma carga diária de 18 horas, agora simplesmente pifei meus circuitos. Não consigo trabalhar, não consigo fazer nada, não consigo produzir, pensar, resolver, imaginar, organizar. PRECISO trabalhar, mas não sei onde foi parar a minha energia.

Nem tudo perdido

A revista americana Forbes anunciou esta semana a segunda edição da Forbes Fictional Fifteen – a lista dos 15 maiores bilionários da ficção (como Tio Patinhas, Riquinho e Bruce Wayne).

Este ano não tem Papai Noel na lista: depois que o puseram em primeiro lugar, como o personagem mais rico do planeta,os jornalistas receberam milhares de cartas de crianças dizendo que Papai Noel existe de verdade.

Para Lili Cheveux de Feu



Minha querida;

Assisti "Batman Begins" esse fim de semana. E você está coberta de razão.
Bjs

Suzana

sexta-feira, novembro 24, 2006

Longe



Passei ontem e hoje de manhã arrumando as coisas das meninas para o acampamento da escola. Vão ficar hoje, amanhã e domingo em Paulo de Frontin, no interior do estado. O que eu já ouvi de "Mas que coragem! Elas são tão pequenas!"... Mas Zé Colméia foi ano passado, pela primeira vez, e adorou. Esse ano, mesmo sem poder (ainda faltaria um ano para poder ir) Catatau foi aceita no grupo, e foi também, sob os olhares veteranos e promessas de proteção da irmã.

Costurar etiquetas em dois conjuntos de roupa de cama, travesseiros, três toalhas para cada crianças; separar e etiquetas todas as roupas, meias, calcinhas, sapatos. Marcar chinelos, xampu, condicionador, remédios diversos, protetor solar, repelente. Sem esquecer máquina fotográfica, boné, lanterna, caderno de desenho, lápis de cor, biquini, protetor de ouvido, travesseirinho, fantasia (vai ter bailinho amanhã à noite) e outros badulaques, acessórios & indispensáveis.

Mas o silêncio e a solidão são quase insuportáveis quando o ônibus parte. Estou na casa dos meus pais, comendo a segunda caixa de mini eski-bon. Depois vou pegar os DVDs que tirei, minha bolsa e minhas compras de supermercado e ir pra casa.

Minha casa, meu canto silencioso, meus livros, meus DVDs, as coisas das meninas, o cheirinho delas, os desenhos da Zé Colméia espalhados pela casa, os chinelinhos da Catatau que ela arruma caprichosamente debaixo da cama...

Saudade é uma merda.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Bricabraque




Por que eu gosto dele:

O fotógrafo da Victoria’s Secret deve se sentir como o operário na Kopenhagen.

Quando é que alguém vai pegar uma dúzia de tijolos, empacotar e vender como o Grill Adílson Maguila?

A seleção feminina de vôlei é um convite ao fetiche patriótico.

O tempo avança; e, quanto mais intolerante eu fico, mais educado também.

Axioma do chat: perguntas capitais serão aquelas respondidas meia hora depois.

As feições – essa mandíbula projetada – e o desejo pela escrita não escondem mais: a Bruna Surfistinha é o elo perdido.

– Churrasco é coisa de brasileiro.
– Então, brasileiro é coisa de pobre.

Vitória da Conquista é uma cidade-pleonasmo.

...

Recebi uma intimação da Vara de Famílias e fui lá ontem. Era para buscar o pedido de divórcio (litigioso) que meu marido deu entrada. Sentei e comecei a ler. Não sabia se ria do absurdo das exigências ou se chorava de ódio de tanta calhordice. Até porque, pelo que ele pede ali, parece que ainda não tomou tenência que o processo por agressão que ele está respondendo é uma coisa séria.
Se ele ainda não percebeu isso, não sou eu quem vai dizer.

terça-feira, novembro 21, 2006

Nem Mastercard compra

Da janela, acabei de flagrar meu vizinho de baixo (todo sisudão, daquele tipo "Me chame de senhor") brincando de "Drop the gun!" na frente do espelho.
Com um Magiclick.

...



No sábado, Zé Colméia começou a fazer birra nem me lembro mais por quê. Só sei que começamos a falar das amiguinhas e ela soltou um:

"Não gosto da Milena! A Carol disse pra todo mundo que a Milena é feia e ruim porque é pretinha!"

Eu fiquei tão chocada que nem sabia o que dizer. Primeiro soltei aquele automático berro de "Nunca mais diga isso da sua amiga" e fui embora. Foi o tempo de chegar na cozinha, respirar fundo e pensar "Que merda, não é assim!" e voltar lá.
Sentei na cama e conversei com ela e a irmã por quase uma hora. Continuei a conversar com elas durante o almoço. Falei da escravidão, do Holocausto, dos ciganos. Um pouco de cada coisa. Falei o que representava o dia de ontem. O valor das pessoas. Por que razão sempre insisti que o lápis é "cor de carne" e não "de pele".

E minha pequena entendeu. Inclusive que eu não quero que ela fique perto da Carol. Já marquei uma hora para falar com a coordenadora pedagógica. E descobri que Carol já fizera isso no ano passado: formar sua mini Klu Klux Klan em sala de aula.

Me espanta que um colégio daquele tamanho não tenha feito, até agora, absolutamente nada.

Letal



Meu celular agora toca igualzinho aos telefones da CTU.
Pra fazer igual, baixe aqui o seu ringtone sem noção de "maluco-por-24".

É tão bom fazer 40 anos! A gente começa a, lenta e inexoravelmente, perder o senso de ridículo - e o medo de fazer o que quer que nos torne feliz.

Mamãe



You're a punk rock mommy! DIY is probably your motto, because you're a punk mama at heart. Your kids are getting your independent spirit and guts, and learning to solve problems themselves. You love it when they show their independence, even when it's breaking your heart.

Nem perguntem.

Três dias



Missão Impossível III
O plano perfeito
Selvagem
O Pequeno Príncipe
Os Incríveis
O espanta-tubarões
Diário da Barbie
A fantástica fábrica de chocolates

E mais:
Corcovado
Peter Pan (Teatro Villa-Lobos)
Paquetá

E sem esquecer, feitos em casa:
Bolo de chocolate
Maçã assada com canela e sorvete de creme
Pasteizinhos
Biscoitos amanteigados
Mousse de manga

Foi um feriado de arrasar. Tô acabada.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Batente



Eu passei as duas últimas semanas a-to-la-da de trabalho. Dormindo às duas da manhã, levantando às cinco. Ontem saí da casa dos meus pais quase dez da noite - hora em que fui buscar as meninas na casa de uma coleguinha.
Hoje, entreguei finalmente o trabalho que me fez ir à Barra quase todo santo dia. Além de um vazio existencial interior, estou até a tampa de preguiça de fazer qualquer coisa que não seja vagabundear. Escrever aqui. Navegar na web. Aproveitar o sol. Conversar.
Pois é. Vou tirar a tarde de folga.

quinta-feira, novembro 16, 2006

My hips don't lie



Ladies up in here tonight
No fighting, no fighting
We got the refugees up in here
No fighting, no fighting

I never really knew that she could dance like this
She makes a man want to speak Spanish,
Como se llama, bonita, mi casa, su casa

Oh baby when you talk like that
You make a woman go mad
So be wise and keep on
Reading the signs of my body

And I'm on tonight
You know my hips don't lie
And I'm starting to feel it's right
All the attraction, the tension
Don't you see baby, this is perfection

Hey Girl, I can see your body moving
And it's driving me crazy
And I didn't have the slightest idea
Until I saw you dancing

And when you walk up on the dance floor
Nobody cannot ignore the way you move
your body, girl
And everything so unexpected - the way
you right and left it
So you can keep on shaking it

I never really knew that she could dance like this
She makes a man want to speak Spanish
Como se llama, bonita, mi casa, su casa

Oh baby when you talk like that
You make a woman go mad
So be wise and keep on
Reading the signs of my body

And I'm on tonight
You know my hips don't lie
And I am starting to feel you boy
Come on let's go, real slow
Don't you see baby asi es perfecto

Oh I know I am on tonight my hips don't lie
And I'm starting to feel it's right
All the attraction, the tension
Don't you see baby this is perfection

Oh boy, I can see your body moving
Half animal, half man
I don't, don't really know what I'm doing
But you seem to have a plan
My will and self restraint
Have come to fail now, fail now
See, I am doing what I can, but I can't so
you know
That's a bit too hard to explain

Baila en la calle de noche
Baila en la calle de dia
Baila en la calle de noche
Baila en la calle de dia

I never really knew that she could dance like this
She makes a man want to speak Spanish
Como se llama, bonita, mi casa, su casa

Oh baby when you talk like that
You know you got me hypnotized
So be wise and keep on
Reading the signs of my body

Señorita, feel the conga, let me see you
move like you come from Colombia

Mira en Barranquilla se baila asi, say it!
Mira en Barranquilla se baila asi

Yeah
She's so sexy every man's fantasy
a refugee like me back with the Fugees
from a 3rd world country
I go back like when 'pac carried crates for
Humpty Humpty
I need a whole club dizzy
Why the CIA wanna watch us?
Colombians and Haitians
I ain't guilty, it's a musical transaction
No more we do snatch ropes
Refugees run the seas 'cause we own our
own boats

I'm on tonight, my hips don't lie
And I'm starting to feel you boy
Come on let's go, real slow
Baby, like this is perfecto

Oh, you know I'm on tonight and my
hips don't lie
And I'm starting to feel it's right
The attraction, the tension
Baby, like this is perfection

No fighting
No fighting

Luv 4ever



Faz muito, muito, muito tempo que eu não rio tanto assim.

E por falar nisso



Na próxima encarnação quero ter pescoço de Barbie.
Se voltar mulher, claro.

Tarzan

Ontem, depois de dar meu plantão, levei as meninas a uma festa de aniversário numa casa de festas. Quando chegamos lá, o lugar não parecia grandes coisas - uma frente acanhadinha, espremida entre uma loja de carros e um posto de gasolina. Mas dentro...
Só para vocês terem uma idéia: Catatau e Zé Colméia foram, cada uma, 14 vezes na tirolesa - você não sabe o que é isso? Perdeu: te amarram toda, penduram você num gancho e você voa cruzando o salão de festa. Depois, tem que voltar por uma ponte de cordas e madeira - a primeira parte tem uma "passarela" de madeira por onde andar; a segunda parte é um tronco, mesmo.
Muiiiito bom. Dá vontade de ter 35 quilos, de novo, e poder andar naquela geringonça.

...



Sonhos vívidos me marcam muito. Essa semana, tive dois muito reais, em que eu era ferida e continuava vivendo, e as pessoas não notavam quão grave eram esses ferimentos.

A primeira vez foi quase ridículo: eu tinha sido flechada. A vareta saía pelas minhas costas e aquilo doía terrivelmente. E eu não sabia o que fazer, a quem pedir ajuda. Uma hora Zé Colméia me abraçou e mexeu na flecha. Além da dor que me fez arquear as costas, senti gosto de sangue na boca. Acordei brevemente, e tornei a sonhar: o médico então apareceu e disse que não sabia se eu sobreviveria à operação para tirar a flecha. Acordei quando tentava explicar às minhas filhas (minha mãe chorava como nunca vi vi antes) que talvez eu não voltasse da operação.

Ontem, estava indo com mais duas pessoas em direção a um túnel, que ficava no fim de uma ponte muito alta. Saiu de lá um homem armado, anunciando que era um assalto. Antes que ele pudesse pegar minha bolsa (eu só pensava no meu celular, como ele é importante para o meu trabalho e que eu não teria dinheiro para comprar outro), joguei-a aberta por sobre a grade da ponte. E ele me deu dois tiros na barriga.
Chegou a ambulância, fui examinada, mas só me preocupava se alguém podia recolher o que caíra da minha bolsa - tudo agora estava ali, num gramadinho de beira de estrada. Fui para o hospital (Clínica São Marcos, o médico disse) mas continuava andando, com as mãos na barriga para que as balas não saíssem do lugar. O paciente ao lado da minha cama morreu. Minha barriga começou a endurecer, e disseram que eu tinha que operar. E, naquela confusão, eu simplesmente não sabia a quem avisar. Pra quem?

As explicações de botequim (incluindo as minhas) serão muitas, eu sei. Mas o que me impressionou foi o realismo dos sonhos. Sentir na boca o gosto do sangue, a dor dos tiros, da flechada. A tristeza das minhas filhas, o choro da minha mãe, o som dos médicos correndo para atender o paciente que morria.
Odeio sonhar assim.

Úteis e nada fúteis



Adoro dedoches. Esses são da Bia, que tem um blog com coisas mais lindas ainda. Em vez de dar aqueles brinquedos carésimos (e que as crianças terminam ignorando, porque sempre a caixa é mais interessante:o) dê dedoches de Natal e de aniversário: as meninas sempre adoraram.

terça-feira, novembro 14, 2006

Fatos da vida

* Acordei às quatro da madrugada com um barulho infernal: o muro de um dos canteiros do terraço desabou com a chuva. Os três cachorros pareciam ter saido de "Platoon" - só que, pela algazarra dos três, estava muito mais divertido que o Vietnã. Lama, lama, lama. Escorrendo pela escada, ameaçando entupir os ralos. Fechei os olhos, a porta, a janela e voltei para a cama. Acordei às oito e meia - e as crianças entram às 7h30m.

* Sete goteiras pela casa.

* Prontas as três às nove e meia, nenhum táxi disponível. Os refugiados na Rua do Riachuelo cantavam, na porta das lojas que ainda não tinham sido inundadas, "Submarino amarelo" - tudo para levantar o astral. Afinal, consegui uma jangad..., quer dizer, um táxi, e rumamos para a escola. 40 minutos para um trajeto de dez. Obviamente, o motorista não tinha troco - mais dez minutos na chuva, esperando o excelentíssimo (não, não era meu ex-marido) voltar com o dinheiro.

* Meu sapato descola a sola. Entro numa loja de sapatos infantis, compro um mocassim - e esqueço os guarda-chuvas das meninas. Volto lá - e encharco meus sapatos novos.

* Ao chegar ao prédio dos meus pais, cheia de sacolas, provas de livros, catálogos de papel e mostruários, descubro que os dois elevadores estão enguiçados: 14 andares e, graças a Deus, só um ataque de angina. O motoboy que deveria pegar um livro que eu terminei de fazer a revisão (às três da madrugada - sim, eu acordei uma hora depois) foi embora cinco minutos antes de eu chegar.

* Tinha que estar na Barra às nove. São quase uma da tarde e eu ainda estou aqui no apartamento dos meus pais. Fui às Lojas Americanas e comprei um maxiduplomegagigamonstro Big Americanas. Quase 250g de carne, molhos diversos etc e tal. Um saco de batatas fritas, um Ice Tea (Coca engorda, sabia não?) e, para arrematar, uma barra de chocolate ao leite com castanhas e chocrantes.

Ah, sim, minha madrinha sempre disse: quando a coisa está feia, não lute; deite e goze.

Estou no décimo sétimo orgasmo e, confesso, não tô agüentando mais.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Mais uma

1) Primeiro filme que você viu no cinema?
"A noviça voadora"

2) Primeiro ingresso que você comprou para um filme com censura 18 anos?
"Os embalos de sábado à noite" Eu tinha 9 anos.

3) Lanche de cinema preferido?
Amendoim com Coca-cola.

4) Melhor sessão de cinema?
"O dia seguinte". Não se ouvia um ruído quando a sessão acabou.

5) Melhor coisa que te aconteceu numa sessão de cinema?
Um beijo roubado.

6) Pior sessão de cinema? Não me lembro do filme, mas me lembro que um rato mordeu meu mocassim.

7) Coisa mais idiota que você já fez depois de ter visto em um filme? Não foi idiota. Mas depois que vi "Carmen", de Carlos Saura, me increvi num curso de flamenco - terminei dançando profissionalmente oito anos.

8) Primeiro filme que te provocou DESEJOS CARNAIS pelo sexo oposto?
"Muito barulho por nada", com Kenneth Branagh. Shakespeare me dá tesão :o)

9) Já pagou para ver um filme e entrou escondido em outro? Não, mas vi quatro sessões seguidas de "Jornada nas Estrelas - o Filme".

10) Já transou dentro de um cinema?
Quase.

12) John Wayne preferido?
"Depois do vendaval"

13) Clint Eastwood preferido?
"Meia-noite no jardim do bem e do mal"

14) Tarantino preferido?
Nunca vi nenhum filme dele.

15) Hitchcock preferido?
"Um corpo que cai"

16) Spielberg preferido?
"A lista de Schindler". Vi uma vez e espero nunca mais ver.

17) Filme preferido de Zumbi?
Nunca vi filme de zumbi.

17) Ator morto favorito?
Laurence Olivier.

18) Ator vivo favorito?
Kenneth Branagh.

19) "Character Actor" preferido de todos os tempos?
Robert Downey Jr.

20) Atriz morta favorita?
Carmen Miranda.

21) Atriz viva favorita?
Helen Mirren.

22) "Character Actress" preferida de todos os tempos?
Idem.

23) Personagem cinematográfico animado favorito?
Mulan.

24) Trilha sonora favorita?
Qualquer um da trilogia que Carlos Saura fez com Antonio Gades - "Bodas de sangue", "Carmen" e "Amor brujo".

25) Tema musical preferido de uma trilha sonora?
"La tabacalera", de "Carmen". A primeira vez em que ouvi (e vi aquelas dezenas de mulheres dançando flamenco" foi na entrega do Oscar, em que "Carmen" disputava a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro. Vi o filme 33 vezes e decidi que aprenderia flamenco.



26) Canção favorita?
Não tenho nenhuma.

27) Filme de Natal favorito?
Qualquer um que tenha o balé "O quebra-nozes".

28) Gênero cinematográfico favorito?
Guerra.

29) Filme da Disney favorito?
"Mulan"

30) Faroeste favorito?
"Rio Vermelho"

31) Musical favorito?
"A roda da fortuna"

32) Filme de horror favorito?
"A lenda do cavaleiro sem cabeça" (Porque tem Johnny Depp e ele disse uma vez que concebeu Ichabod Crane baseado em dois personagens: Miss Marple e uma pré-adolescente vitoriana inocente - veja o filme e diga se não é exatamente isso o que o personagem parece).

33) Comédia Favorita?
"Cliente morto não paga" e qualquer uma com Kay Kendall (como "Le Girls" e "Once more, with feeling" - a cena em que ela joga todas as coisas de seu ilustre marido - maestro famoso e infiel contumaz - pela janela, em plena esquina movimentada de Roma, é uma das mais engraçadas que eu já vi)
* Esqueci "Porcos e diamantes".

34) Ficção-científica favorita?
"Solaris"

35) Suspense Favorito?
"O nome da rosa" e "O cão dos Baskervilles".

36) Romance favorito?
"Seis dias em um verão"

37) Épico favorito?
"Ben-Hur"

38) A pior coisa de se ver um filme no cinema?
Ouvir um mala contando como foram concebidos os efeitos especiais do filme.

39) A melhor coisa de se ver um filme no cinema?
Ir para outra dimensão.

40) Se você pudesse ser qualquer personagem do cinema, quem seria?
Beatrice de "Muito barulho por nada" (porque Benedick é Kenneth Branagh)

41) Se você pudesse transar com qualquer personagem, com qual seria?
O Benedick de Kenneth Branagh em "Muito barulho por nada".

42) Se você pudesse viver "feliz para sempre" com um personagem, com quem seria?
O Hamlet de Kenneth Branagh (obviamente, ele não morreria).

43) Se você pudesse ser um monstro, qual seria?
Godzilla.

44) Crítico de cinema preferido?
Não faço a menor idéia.

45) Roteirista favorito?
Só conheço Charlie Kaufman (porque tive o privilégio de conversar com ele por e-mail).

46) Diretor Favorito?
Rob Reiner.

47) Chaplin ou Keaton?
Buster Keaton.

...

De volta estou, para mais uma semana barra-pesada. Muito trabalho, mas a satisfação de ter pago todas as minhas contas (incluindo o supermercado e a ração do cachorro) e ainda ter dinheiro no banco.

Meu problema maior agora é uma menina chamada Carol, na turma da Zé Colméia, que atormenta minha filha há três anos. Acho que já comentei aqui: é a pirralha que, antes de dar "bom-dia" já começa com "Ih, como você está fedendo!" e se compraz com a cara de dor que Zé Colméia faz. Apesar da proibição da escola, leva todo santo dia pacotes de chiclete, balas e biscoitos recheados. A última foi, na quinta-feira, ter roubado um colarzinho que Zé Colméia ganhou num livro, comprado na feira de literatura que a escola promoveu na semana passada.

Ela pediu o colar emprestado para ver e experimentar e depois disse que pôs na mochila da Zé Colméia - o que não fez, porque a bolsa foi devidamente revirada do avesso minutos depois. Quando relatei o fato à professora e pedi que ela investigasse, recebi um "Carol disse que pôs na mochila da [...]". E ficou por isso mesmo.

Como estou farta disso, hoje fui direto à sala da diretora e pedi providências. Fui bem clara - "Não gosto da Carol, já peguei diversas vezes ela humilhando não apenas minha filha mas outras coleguinhas e estou farta dos panos quentes que a professora tem posto na situação. Quero isso esclarecido e resolvido o quanto antes."

É para isso, Lys, que existe a psicológa da escola. Zé Colméia foi encaminhada no início do ano à da escola dela e, a partir disso, recomendou-se que eu procurasse terapia para ela. Essa menina, Carol, é assim, creio, pela total displicência daos pais. Nunca vi nenhum dos dois nas reuniões com professores. Sempre chega sozinha (a mãe a deixa na porta) e com dinheiro na mão - quando vai direto à cantina se entupir de balas. A bolsa sempre vem cheia de chicletes e biscoitos - e é a mãe que os põe lá, como vi na única vez em que ela subiu para deixar a filha na sala de aula.

Faz tempo que eu me sinto assim: cansei de tentar "ajeitar" as coisas. Ou resolve-se ou eu resolvo.

sexta-feira, novembro 10, 2006

As vantagens...

... de se fazer preparação de originais é poder ler, antes de TODO mundo, um original ma-ra-vi-lho-so.
Pra quem gosta de MPB: Hermínio Bello de Carvalho diz alguma coisa?
Pois é. Pode ficar com água na boca: é pra se afogar, mesmo.

...

Eu tenho tanto a escrever sobre essa semana, sobre meus pais que estão indo embora novamente para Friburgo, sobre o fim de ano e sobre o término de alguns trabalhos e o início de outros.
Mas o que eu sinto mesmo é saudades de vocês...
Sou boba, né?
Sorry.

...

Ah, sim, eu ainda estou na Barra.

Cuspiu pra cima

O presidente interino do PT e ex-coordenador da campanha presidencial de Lula, Marco Aurélio Garcia, recebeu na semana passada um convite para uma entrevista - "Eu gostaria de entrevistá-lo por cerca de quatro minutos para um podcast da Veja. O assunto é a imprensa. Eu me comprometo a nao cortar a entrevista. Ela será apresentada integralmente", prometia Diogo Mainardi.

A resposta de Marco Aurélio foi direta - "Sr Diogo Mainardi, há alguns anos - da data nao me lembro - o senhor dedicou-me uma coluna com fortes críticas. Minha resposta nao foi publicada pela Veja, mas sim, a sua resposta à minha resposta, que, aliás, foi republicada em um de seus livros. Desde entao decidi nao falar com a sua revista. Seu sintomático compromisso em nao cortar minhas declaraçoes nao é confiável. Meu infinito apreço pela liberdade de imprensa nao vai ao ponto de conceder-lhe uma entrevista".

Do Blue Bus.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Papai Noel



Jack Bauer e Ítalo Calvino. Opções para todos os meus neurônios.
Me dá aí, vai. Só R$ 999,00 na Saraiva.
Quase di grátis.

Vergonha de ser humano



A história de como o documentarista James Miller, mesmo com uma bandeira branca nas mãos, foi alvejado na nuca por um franco-atirador israelense, quando filmava o drama das crianças que crescem em meio ao massacre da população civil da Faixa de Gaza.

Umbral

Mais uma semana indo para a Barra.
Já cansei antes de começar.

...



Tem dias em que eu e Zé Colméia nos desentendemos tanto, tanto, mas tanto que eu só consigo dormir abraçada a ela, respirando no meio das suas costas, sentindo o quente dos seus cabelos e ao alcance de dizer, a qualquer hora da noite: "Mamãe te ama muito, querida. Jamais se esqueça disso."