sexta-feira, dezembro 30, 2005

Até logo mais

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Que não apenas em 2006, mas sempre, vocês todos possam ter nas mãos o que de mais precioso conquistarem na vida.
Eu, Zé Colméia e Catatau somos gratas pelo carinho, pelas mensagens, pelas tristezas (elas ensinam) e pelas alegrias (elas nos preparam).

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Ressaca de Natal

Emprego que é bom, necas. Mas meu Natal foi, no fim das contas, muito doce. Uma amiga veio ficar conosco, e deu para cada menina um CD-ROM das Princesas. Elas ficaram encantadas e muito emocionadas com a carta que Papai Noel deixou para cada uma. Meu presente de Natal foi também maravilhoso: embrulhado na capacidade que elas têm de me surpreender, ganhei a certeza de que tenho duas filhas maravilhosas, que me amam profundamente e que me ajudarão a construir algo de bom de toda essa situação ruim por que estou passando.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Eu confesso que...

... sou muito curiosa. Desculpe. Mas eu queria muito saber porque você sempre entra aqui pela beira do poço.

O que ele jamais entenderá

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Não sei quando a criança pára
de enxergar anjos ou de cumprimentá-los.
Se acontece por uma obediência natural

ao esquecimento, ou só depois?
Para não sofrer com os acidentes do invisível,
já que é demasiado sofrer

com o que se aprende no visível.
Essa é uma resposta que te devo.
Ficamos juntos alguns dias do mês,

as férias, e fico reparando em teus gestos
para descobrir algo do meu temperamento no teu.
Eu não te eduquei,

não te corrigi em seqüência,
sou o pai que vai voltar tarde.
Tudo o que tento ensinar não tem uma segunda

e uma terça-feira para permanecer.
Esquecemos de continuar, de completar
a frase, o assunto e a partitura.

Nossa convivência é feita de inícios,
com a memória diária de que estou ali
e tu estás ali, como duas crianças

regendo uma tempestade.
Te aproximas de mim
a segurar um objeto antigo.

Um objeto antigo que recorda
a casa que não teve. Não descobri
a forma ideal de convivência,

muito menos o que gritar
para chamar tua atenção.
O que desperta tua confiança:

A ordem ou o sussurro?
O riso contido ou desavergonhado?
O choro de frente ou murmúrio abafado?

Na hora em que me beijas,
viras o rosto lentamente,
a escapar da barba.

Herdaste até o medo da barba de tua mãe.
Herdaste os medos dela com lealdade.
Não herdaste meu medo

de não ser compreendido.
Não posso me defender
dos ataques dela,

do que ela possa dizer de mim.
Porque defender é atacar.
Atacar é destruir a casa

em que moras, a vida que tens,
o mundo que desde sempre
reverencias como teu e indivisível.

Fabrício Carpinejar, "Minha filha sem mim"
"Meu Filho, Minha Filha", inédito

Janelas

Eu não sei como isso acontece. Mas sempre que eu estou passando por dificuldades, começo a evitar olhar dentro de mim, e o resultado é que eu começo a notar cada detalhe à minha volta. Hoje, peguei um ônibus para ir ao banco, que fica no shopping. Por todo o trajeto, não conseguia parar de notar os detalhes da vida, que afinal corre mesmo que a maior das tragédias esteja acontecendo com você. Pois não é assim?
Na Praia de Botafogo, uma mulher entrou com as duas filhas. A de colo era grande, já devia ter um ano. As pernas eram tão tortas que os dedos dos pés se tocavam. A cabeça, ovalada, um olhar vazio. De vez em quando, ela balia, como um cordeiro manso que não entende o que está acontecendo.
Todos os passageiros se remexeram, desconfortáveis. A irmã mais velha, com um casaco de napa três números acima do seu, uma calça jeans que viveu dias melhores e havaianas já rotas, segurava a sacola de bebê mal arrumada. E a mãe de cabeça muito erguida, segurando e beijando com carinho seu bebê e as esperanças que um dia ela teve de que sua prole seria normal e rica.
Uma avó com sua neta - que calçava sandálias de saltos tão altos que faziam seus aparentes oito anos parecerem deslocados. O vendedor de amendoim, que falava "Cooooompre minduim, minduim, miiiiiinduiiiiin". O motorista hipnotizado pelo piercing da mocinha que catava moedas para facilitar o troco.
Um sol de rachar, uma mocinha fresquinha num vestido branco. As carrocinhas da Kibon, que quase não se vêem mais. Biscoito Globo, Geneal, carrocinhas de água de coco. Casa & Vídeo, aberta 24 horas no seu Natal.
Quando sou feliz, ignoro o mundo ao meu redor. Ignorante e feliz. Mas eu sabia.

Carnal

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Como o fogo se muda, ao erguer-se
Por sua forma mesma, que é feita para subir
Lá onde ela mais dura em sua matéria,
Assim a alma apaixonada entra em desejo,
Que é movimento espiritual, e jamais pára
Antes de ter gozado o objeto amado.

Purgatório XVIII, 28-33

Sobre jornalistas e livros

"Pois é... Eu não curti o começo, não... Parecia ser exatamente o que eu temia: americano fazendo roteiro de viagem a país exótico a partir de um fato histórico fas-ci-nan-te, sabe como é?"

"Vou dar uma olhada, mas me parece mais 'denso' do que normalmente damos na coluna. Aliás, agora, cada vez mais pop, sacana, maliciosa, leve - trocamos de Unidade novamente, e o novo diretor tem uma mão mais pop pra cultura, menos sofisticada que o anterior."
(Este é o case José Lins do Rego, vide alguns posts abaixo.)

"O livro é horrivel!!! Quer coisa mais chata, meu Deus? Mas você gostou?"

"Não sei, não. Ele é muito povo que vaga: autor-novo-perdido-em-país-estrangeiro-sem saber-pra-onde-vai-questionando-diretrizes-do-novo-milênio. E, sinceramente? Porque sou tua amiga: que capa horrível, a foto granulada... E a 'geração perdida que se perdeu'? Na orelha? Jesuscristim..."

sábado, dezembro 17, 2005

Espírito da coisa

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Hoje montei a árvore. É um pinheiro muito antigo, foi comprado na década de 60 na Zona Franca pela minha avó, que morava em Manaus. A maioria dos enfeites são de vidro e, depois de muito as meninas insistirem, botei também os passarinhos de chenile que eu tinha receio de usar. A árvore ficou linda.
Sentamos as três e perguntei: "O que vocês querem na ceia?" Zé Colméia disse macarrão com queijo; Catatau escolheu sanduíches. Essa será a ceia de Natal. Ao gosto de cada uma.
Não haverá muitos presentes este ano. Consegui devolver quase tudo o que eu comprara. Guardei apenas uma Barbie para cada uma. Elas tiraram uma foto com Papai Noel num shopping (Catatau suava nas mãos, de tão nervosa que ficou). Guardei as fotos: elas estão em porta-retratos que comprei no Saara, com motivos natalinos.
Na manhã do dia 25, as meninas encontrarão um embrulho para cada uma, um porta-retratos com a foto de cada uma com o Papai Noel e uma cartinha dele, explicando porque elas ganharam apenas um presente.
Do fundo do meu coração, espero que funcione.

...

Hoje minha senhoria veio buscar o cheque do aluguel. E avisou que infelizmente, depois de quatro anos, terá que fazer um reajuste.
Enquanto isso, nada. Ninguém se manifesta, não há vagas em lugar nenhum. As contas continuam a chegar. E o medo que eu sinto cresce a cada minuto, se mexe dentro de mim como um bicho com fome, insone e nervoso. É algo que não descansa, não dá intervalo comercial, não se levanta para ir ao banheiro e "volto já". Está ali, e a cada vez que me lembro de uma despesa meu coração parece que fica suspenso.
Eu estou com muito medo.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

...

Eu não sei o que eu fiz, ou o que eu disse. Mas eu sinto que alguma coisa se partiu entre nós duas, ficou esquecida entre Rio e Florianópolis. Algo se traduziu mal, foi mal esclarecido. Ou subentendido. Não sei. Mas alguma coisa se quebrou, esfriou, perdeu-se, evaporou-se. Sumiu. E me faz uma falta danada.

domingo, dezembro 11, 2005

Dúvida cruel

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Eu fui demitida porque não sou "fashion". Juro que ainda não entendi. Ninguém naquele escritório é fashion. O que é ser fashion? É andar bem-vestida ou andar na moda? É ter roupas diferentes ou usar o que de mais careta houver - e finalizar com um sapato surreal ou um cabelo idem?
O que é ser fashion?
Eu me lembro que, um dia, ofereci a um editor da Veja um livro de autor que tinha sido considerado nos Estados Unidos o novo Fitzgerald. Tudo bem, o cara não era, e o segundo livro dele foi um fracasso. Mas na época ninguém sabia, e o livro era realmente bom. A resposta foi gentil: "Olha, me desculpe, mas estamos dando aqui na revista somente livros que tenham uma levada mais pop". Na semana seguinte, a Veja saiu com a resenha de um livro de José Lins do Rego.
Ignorante era eu, que não sabia que Zé Lins do Rego era pop.

In cena

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Eu queria, este ano, levar as meninas para assistirem ao "Quebra-Nozes" no Municipal do Rio. Este ano não vão apresentar. Em seu lugar, estão acontecendo encenações de "A bela adormecida". Mas de qualquer maneira que você tente conseguir os ingressos, você não encontrará mais nem balcão nobre nem platéia. E eu estou tentando há três semanas. Sempre para as apresentações seguintes. Nunca eles têm ingressos decentes. E o que me dá mais ódio é quem tenta me engabelar:
- Olha, temos ainda balcão simples, primeira fila.
- Que bom. Que cadeiras?
- 55, 57 e 59.
- Que ótimo. A gente fica na frente pra ver os bailarinos saltitando, entrando e saindo das coxias, né?

sexta-feira, dezembro 09, 2005

E já que eu saí...

O Papai Noel de um shopping de Niterói dá aulas de passarela.
Deu pra imaginar? Ligue os pontos: rotundo, perninhas curtas, aulas de passarela.
Muito fashion.

Grand finale, parte 2

Ah, esqueci de contar o motivo da demissão:
Eu não sou fashion o suficiente para o cargo.

Grand finale

Fui demitida. Como cotista, não tenho carteira assinada: sem direito, portanto, a fundo da garantia, indenização, seguro-desemprego. Meu salário do mês e só. A dona da empresa, magnânima, vai me pagar o mês inteiro e mais metade das minhas férias.
E 2005 fecha, com chave de ouro, sua passagem pela minha vida.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Cenas de um shopping

Cena 1: Uma senhora já entrada na casa dos 60 (se não tinha isso, parecia): "Por favor, você sabe onde fica a loja da Gang?". "É ali." "Vamos lá, fulana. Será que eu consigo um jeans bem cachorra para usar em Copacabana no réveillon?"

Cena 2: Papai Noel, sentado em seu trono dourado: "Olha aqui, sua piranha, eu estou trabalhando. Não me encha o saco e pára de ligar pro meu celular!!!. [...] Pois não, qual é o seu nome? Ah, Ana Maria, você foi boazinha durante o ano?"

Cena 3:
- Alô, controle, temos um homem bêbado caído no corredor XX do segundo piso."
- Ah, com licença, esse homem não está bêbado, ele está tendo um ataque epiléptico.
- Controle, retificando: temos um homem "pilético" aqui no corredor XX, em frente à loja TAL, perto do McDonald's.
- Bzz, Fulano, não estou copiando direito. Um homem de pileque, é isso?
- Central, um homem "PILÉTICO".
- Bzz, Fulano, favor encaminhar o homem de pileque à saída.
- Puta que o pariu, Central, o cara tá tendo um ataque!
- Bzz, Fulano, estou mandando reforço. Tente conversar com ele que vou deslocar Sicrano para o local.
- Cara, como vou conversar com ele se o cara tá se babando todo? Isso pega?

domingo, dezembro 04, 2005

Todos perderam. Inclusive eu.

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Faz mais ou menos um mês que eu tive a última discussão com o pai das meninas. A velha história de sempre. Mas, dessa vez, eu tomei uma decisão que, no começo, pesou muito, mas agora eu vejo que não está fazendo muita diferença.
Sempre argumentei que, se ele não queria ser pai - ser PAI, com todas as letras em maiúscula, significando que teria que tomar parte nos deveres e nos direitos - que ele não iria mais ver as meninas. Que fosse no juiz, que reclamasse, que contratasse advogado, que fosse fazer sua chacrinha no tribunal. E ele não fez nada.
As meninas passam agora todos os fins de semana comigo. Ele liga, às vezes, durante a semana, e assim mesmo por brevíssimos minutos. E, surpreendentemente, as meninas até agora não notaram que não vêem o pai há quase um mês. Não perguntaram nada, não reclamaram.
Eu não estou feliz, nem um pouco. Fico profundamente triste em ver quão pouco relevante a figura do pai é para as minhas filhas. Mas eu também sei que isso seria para mim um motivo de amargura eterna ter que ficar com toda a parte dos deveres, trabalhando feito uma insana, pagando contas financeiras e psicológicas, assumindo sozinha toda a criação delas - enquanto ao pai caberia a tarefa de propiciar sempre passeios e viagens maravilhosos, com o dinheiro que deveria ser empregado para, por exemplo, numa reforma do quarto delas, que está com tantas infiltrações que ambas dormem na minha cama há meses.
Sim, elas merecem se divertir e viajar. No fim de outubro, antes de eu receber meu salário, ele foi para Teresópolis e disse que ia levá-las - e eu não deixei. Ele foi sozinho, com o carro repleto de compras de supermercado. E as meninas dividiram, por dois dias, a última comida que eu tinha em casa: quatro pacotes de Miojo. E ele viajou sabendo disso. E não se importou.

Bom-dia com Doriana

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During WW2, butter was somehow needed for munitions manufacture, and a substitute for the American public was needed. Margarine was originally manufactured to fatten turkeys. When it killed the turkeys, the people who had put all the money into the research wanted a payback so they put their heads together to figure out what to do with this product. It was a white substance with no food appeal so they added a yellow coloring and sold it to people to eat. When margarine first came on the market you had to mix in the "color" packet to make it yellowish. It was called ‘butter yellow’ which thru a relatively short period of time, was found to make people sick. This led to beta carotene being substituted, for coloring. If you find people to ask, they will remember the old Butter Yellow, when it was introduced.

Generally, fat increases the absorption of protein, and obviously fat soluble vitamins. Much to both shock and humor of my patients, I have also been telling my patients that they can put the margarine on a plate outside, and come back in 20 years, and it’ll look exactly the same.- barring any heat induced melt factor. No bugs, no mold, no nothing.
Margarine is only ONE MOLECULE away from being PLASTIC...
You can try this little test for yourself:
Purchase a tub of margarine and leave it in your garage or shaded area. Within a couple of days you will note
No flies, not even those pesky fruit flies will go near it (that should tell you something). It does not rot or smell differently because it has no nutritional value; nothing will grow on it.

Lendo esse artigo que ela está traduzindo, me lembrei de um dia em que minha irmã comprou um saco imenso daqueles salgadinhos tipo cheetos para meus sobrinhos comerem. Não era Elma Chips, o mais palatável da família. Ela um salgadinho-tubaína, se é que me entendem. Eu e minha mãe ficamos olhando aquele sacão gordurento até que ela, num daqueles lampejos raros mais saborosos, olhou pra mim e perguntou: "Será que isso pega fogo?" Perguntou e já foi pegando um pratinho. Fez uma pilha de salgadinhos, como uma minifogueira, e ajeitou um fósforo aceso no meio. Acendeu e queimou que foi uma beleza.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Cenas proibidas

Acabo de receber a visita do meu amigo Lee, morador de Los Angeles e frequëntador assíduo da Cidade Perigosa (ex Maravilhosa). Lee sempre procura a maneira mais barata e conveniente para viajar a longa distância entre a Califórnia e o Rio. Dessa vez, veio de Lan Chile.
Primeira classe, ótimos vinhos, vôos contando pontos para sua vultosa conta de milhas AAdvantage, da American Airlines. Viagem aprovada, apesar das paradas em Santiago e Lima no caminho de volta para casa. Sem saber, no entanto, meu caro amigo fora testemunha de um fato que está gerando uma crise diplomática entre o Chile e o Peru.
No trecho de Santiago à Lima, a programação de entretenimento no avião inclui um filme sobre a capital peruana. Na tela, paisagens da cidade mostravam cenas de homens urinando na rua. Para quem mora, ou freqüenta o Brasil, tal ato de desrespeito e falta de educação não choca. No entanto, mostrar no filme não foi boa idéia.
A notícia correu rápido. Chegou aos ouvidos do governo peruano. Segundo a rádio BBC, de Londres, a empresa aérea chilena será processada judicialmente pelo pais vizinho. Com toda essa perturbação no ar, é melhor não ser pego desprevenido. Antes de sair de casa, consulte o site The Bathroom Diaries, que oferece dicas para você encontrar mais de 6 mil banheiros públicos, espalhados por 100 países.

Do blog Mapa Mundi, do Globo, escrito pelo Eduardo Alves. Pena que faz tempo que não é atualizado.

...

Blog é outra coisa. No blog, você queima os navios.

Nei Duclós, jornalista de Santa Catarina

Resoluções

Decidi que vou encontrar alguém em 2006. Já recebi não sei quantos e-mails de ex-divorciadas com filhos que se casaram, ou namoram, ou juntaram, ou sei lá, de novo.
Bom, se as meninas querem que a mãe namore de novo (e não precisa ser o pai delas, graças), quem sou eu pra discordar?

Off juvenil

Do Blue Bus: Howard Stapleton, morador de Barry, no País de Gales, inventou um repelente de adolescentes. Batizou sua criaçao de Mosquito (pequeno e irritante). É uma caixa, com um pequeno alto-falante, que emite um som em alta frequência. É ouvido por quem tem menos de 20, mas dificilmente é percebido por quem tem mais de 30. O público-alvo do equipamento são lojistas interessados em afastar turmas de adolescentes que se reúnem nas calçadas, diante das lojas, perturbando clientes e vendas.

Você sabe que está ficando velha e rabugenta quando quer ver um desse em cada canto da cidade...

Desaparecidos

Não venho aqui há tanto tempo que esqueci a senha do blogger. Digitei um monte até conseguir entrar.
Que isso não se repita, hein? :o)