quinta-feira, abril 14, 2005

E nessa também

Também da IstoÉ dessa semana:

Henfil top (top! top!)
Uma verdadeira preciosidade estará aberta ao público – em especial para quem gosta do riso como castigo. Trata-se de Henfil do Brasil (Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, a partir do dia 19), a primeira retrospectiva da obra do cartunista Henfil (1944-1988), com 501 originais entre revistas, gibis, tiras, peças gráficas, cartazes e até um convite de casamento e um aviso de nascimento. O acervo pertence ao único filho do cartunista, Ivan Cosenza de Souza, e a curadoria é de Julia Peregrino e Paulo Sergio Duarte. A mostra, que vai para Brasília em julho e para São Paulo em outubro, revela o (hoje) rudimentar método de trabalho de Henfil, que primeiro fazia a história em preto-e-branco, depois tirava xerox e as coloria com lápis de cor em fases que poderiam incluir papel-manteiga colado nas pontinhas do original.
Outra rara oportunidade é acompanhar a transformação de personagens como a Graúna, a desbocada ave da Caatinga que nasceu um insosso passarinho e virou um desenho de traços mínimos do qual o autor extraía as mais incríveis expressões. Os Fradins, Baixim e Cumprido, adquiriram um hábito que ficou mais famoso do que eles próprios: bater com uma mão aberta na outra fechada e produzir o safado som top, top, top! Com esse genuíno humor, suas figuras exigiram o fim da ditadura, pediram anistia para os presos políticos e marcharam com o movimento Diretas-já.

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