quinta-feira, março 31, 2011

Fotógrafos XXX - Richard Avedon I


Santa Monica Beach #2, California, September 30, 1963


Santa Monica Beach #4, California, September 30, 1963


New York Life #1, Central Park, New York, July 22, 1949


New York Life #4, Lower East Side, New York, October 26, 1949


New York Life #5, Lower West Side, New York, September 9, 1949


New York Life #7, Upper West Side, New York, August 30, 1949


New York Life #8, Harlem, New York, September 6, 1949


New York Life #13, Harlem, New York, September 6, 1949


New York Life #14, Third Avenue EI, New York, July 22, 1949


New York Life, Lenox Avenue, Harlem, New York, 1949

Richard Avedon foi um fotógrafo de moda magistral - e um fotojornalista admirável.

quarta-feira, março 30, 2011

Maria só



Maria entrou na vida pela dor. Todos nós entramos, quase sem exceção. A dor não é nossa, e sem ela começamos nossa existência como uma grande aventura, uma surpresa esperando logo ali. Todas (todas!) as vezes em que anda de carro os olhos dela vão grudados na janela, o corpo levemente desencostado do banco, na expectativa de captar alguma coisa que ninguém mais viu, ninguém mais percebeu, a mão já pronta para gritar um extasiado “Olha lá!”. E assim ela encara o que está por vir. Uma surpresa logo ali.
Então a vida de Maria foi vivendo doce e sendo vivida aos trancos e barrancos. As mudanças não serão bem-vindas - isso, pensava ela, estava no contrato firmado entre as partes quando ela desceu à Terra. Infelizmente, Maria não leu as letras miudinhas (aquelas que nos fazem dizer de vez em quando “Deus só pode estar de sacanagem!”) e as mudanças chegaram. Primeiro os seios, o cabelo mais oleoso, a pele mais brilhante, os pelos que apareceram por todo o corpo.



O corpo. A cintura, quase sem ninguém perceber, afinou e fez os quadris se arredondarem. Ela não reparou mas os meninos, sim. Começaram as brincadeiras (“Ela usa enchimento do sutiã!”) e também os olhos mais compridos para as pernas cada vez mais longas.

Maria entrou na vida pela dor alheia. Ontem foi a vez de ela sentir a sua própria dor, a primeira mais insuportável da sua ainda curta vida. Para ela, o acontecimento se resumiu a um “Mas que merda!” mastigado entre ondas de cólicas e cuspido em resposta ao meu “Você agora é oficialmente uma mulher!” Mas, lá no fundo, minha própria dor não é física, mas quase é. Porque desde ontem ela é somente de alma e não de corpo minha Zé Colméia, Maricota, meu Bolinho favorito, a Bolachinha preferida do meu pacote. Mesmo que eu me recuse a deixar de chamá-la assim até o meu último dia, ela agora é, para a vida, simplesmente Maria.

terça-feira, março 29, 2011

Violeta



Ela pode ter sido uma canastrona de quinta ou uma atriz de primeira; um ícone ou um produto de marketing; uma tresloucada irresponsável ou uma verdadeira amante da vida. Isso em absoluto não importa. Ela fascina qualquer menina que a veja em "Lassie", qualquer mulher que sinta inveja dela ao vê-la enroscada a Paul Newman em "Gata em teto de zinco quente".
Elizabeth Taylor é parte do imaginário humano.
E basta.

segunda-feira, março 28, 2011

Pois é

É triste quando você diz "Agora!" e o seu corpo cansado manda um "Nãh, daqui a pouco..."

sexta-feira, março 25, 2011

Letra c

Você acorda naqueles dias - sim, naqueles. Um humor do cão e os seios tão inchados que, como diz a moça na TV, cada peito tem seu próprio CEP. Não consegue nem tomar café da manhã e, aí, do nada, sente uma vontade irresistível de comer bisnaguinha com maionese de atum.
Come uma. E outra, E mais outra, e outra e mais uma. O pacote inteirinho. Quase meio quilo de bisnaguinhas.

O que você faz?

a) Fica horrorizada e mantém distância da cozinha o resto do dia.
b) Assume que comeu demais e que provavelmente não vai conseguir comer mais nada até o dia seguinte.
c) Dá de ombros e manda pra dentro mais um litro de sorvete de chocolate com coco.

É, eu sei.
Uma delícia.

American iDiva



Tô quase fechando com ele.
Ternos cor-de-rosa arrasam meu coraçãozinho.

quinta-feira, março 24, 2011

Passada



Você sabe que já está queimando óleo quando:

- Passa a gostar de esfiha de verduras.
- Acha Facebook muuuuito complicado.
- Acha rede social uma total inutilidade.
- Não consegue mais fazer 8.761 coisas ao mesmo tempo.
- Não tem paciência para papo adolescente.
- Acha ruim tudo quanto é grupo de música novo...
- ... e ainda diz que tem razão que as músicas de hoje são o ó quando ouve regravação de tudo o que foi sucesso dos anos 80/90.
- Escuta tudo ranger quando se levanta da cama de manhã.
- Quando te convidam para alguma coisa depois das dez da noite só de pensar em sair te dá um cansaçzzzzzzzzzzzzzzzzzz...
- Deita no sofá às nove pra ver TV e às 21h12m já tá roncando (literalmente).
- Começa a torcer para alguém em "American Idol".
- Sempre se serve na mesma ordem: café, leite e açúcar (medido todos os dias com a mesmíssima colher).
- Não faz a menor ideia de por que está no meio do pátio com um saco de feijão numa mão e uma lata de leite condensado na outra.
- Toma um choque ao (não) se reconhecer no reflexo da tela do computador.
- Quando ouve um "Alô!" do outro lado da linha desliga rapidinho porque já esqueceu pra quem ligou.
- Vira a casa inteira à procura das suas lentes de contato - para descobrir que já está com elas.
- Continua escrevendo que "discou" um número - mesmo quando os telefones deixaram de ter disco há uns bons 25 anos.
- Sente que os conhecidos da sua mãe têm déjà vu sempre que encontram você.
- Não escuta nada sem os óculos.

segunda-feira, março 21, 2011

...

E nada como começar a semana descobrindo que seu celular sumiu - e que, muito provavelmente, você o deixou no táxi que pegou na sexta à tarde.

O motorista de táxi lembrava perfeitamente de uma mãe descabelada com duas crianças que não calavam a boca, cheia de sacolas e bolsas e livros e pacotes e tudo caindo pelo caminho - tipo, eu sou inesquecível - e devolveu meu celular.

sexta-feira, março 18, 2011

...



Tem dias em que eu quero enfiar a cabeça num buraco e ficar lá até tudo entrar nos eixos.
O problema é que esse dia começou e, parece, não tem hora para acabar.

quinta-feira, março 17, 2011

Aquele-que-não-pode-ser-nomeado

Se eu ouvir mais uma vez qualquer coisa relacionada ao dito blog de R$ 1,3 milhão da Maria Bethânia acho que vou ter um treco.
Porque eu nunca li tanta, mas tanta ignorância junta.

terça-feira, março 15, 2011

Amor



Catatau está na escola desde que fez um ano. Daquela turminha primordial sobrou um grupo de remanescentes que aprendeu a andar, comer, não precisar de fraldas e dizer as primeiras palavras - uns com os outros.
No início do ano passado um desses colegas se apaixonou por ela. Coitado, arrastava um trem pela minha menina, e tanto beijou o chão em que ela pisava que Catatau finalmente cedeu e deixou-se intitular "a namorada do Guga".
Mas Catatau não tem muita paciência para essas coisas, e logo cansou dessa história de namoro (porque, você sabe, dá um trabalhão sentar só do lado dele, e só fazer trabalho em dupla com ele). E o compromisso acabou - mas não a paixão dele por ela.
Guga e Catatau não andavam en dupla; com eles estava sempre o Rubayah (que as crianças chamam de "Ruba"). Então a trinca faz trabalhos em grupo, senta juntos no almoço, no jantar, na roda de capoeira, nas discussões Flamengo-contra-o-resto-do-mundo toda bendita segunda-feira.
Os três são inseparáveis. Guga me contou que ainda gosta de Catatau, que me confessou que ama Ruba - que me explicou(quando viu o amigo consolando Catatau depois de uma queda de mal jeito no judô) que não se aproximou porque não quer magoar o melhor amigo, já que Catatau é a garota de quem ele gosta.
E assim os meninos seguem os dias andando atrás de Catatau, que não acha isso nem excitante nem romântico: para ela, o que importa é ter sempre ao seu lado os amigos que a viram crescer.

segunda-feira, março 14, 2011

...

A todos que receberam mensagem minha nesse feriado momesco, aviso que não fui eu: invadiram minha conta do Gmail e fizeram um carnaval com ela. Os acessos foram daqui do Rio e de um celular na Rússia.

A quem interessar possa, mil desculpas.

sexta-feira, março 04, 2011

Sem esquecer a vitrolinha

Para não ter que sair de casa do carnaval:

- Fiz dois supermercados;
- Comprei a ração do cachorro;
- Modifiquei o horário de saída das meninas da escola (por conta dos blocos e do fechamento das ruas ao redor do Sambódromo);
- Encomendei outro botijão de gás;
- Fiz a lista de material que as meninas deveriam trazer para casa para estudar para as provas;
- Paguei as contas;
- Fiz faxina;
- Programei os cardápios por conta da (ainda) geladeira não consertada.

E, obviamente, acabo de alimentar os puffles.

quinta-feira, março 03, 2011

Tem, mas acabou

Início do ano para quem procura um novo emprego é um deserto de homens & oportunidades. Pouquíssimas vagas e nada a fazer - ócio completo, o que se traduz com "recreio do diabo". Passo as tardes lendo, arrumando coisas, inventando moda e tendo os piores pensamentos - e sempre podemos aprofundá-los e deixá-los bem mais negros ao adicionarmos perspectivas bem sombrias.

Ultimamente uma cobra começou a se insinuar sob o meu travesseiro. Eu vou fazer 45 anos e, em 20 anos de vida profissional, consegui juntar zero patrimônio. O pouco que acumulei era depositado na conta do meu ex (eu trabalhava, ele recebia) e foi-se com o divórcio. Não tenho, em carteira, nem metade do que preciso para me aposentar. Sinto que, com 45 anos, minha experiência profissional, minhas duas faculdades e os dois idiomas não servem para nada. Quando preencho cadastros para ter a chance de enviar currículo lá estão as perguntas imprescindíveis para ser um excelente profissional: "Sexo: feminino"; "Situação civil: divorciada"; "Filhos: 2". PT: saudações.

Estou agora pensando se um emprego fixo é mesmo o caminho. Já perdi a conta dos concursos públicos que fiz, ainda sem entender porque saber tudo sobre as teorias de comunicação hipodérmica e de Lasswell vai me fazer ser uma assessora de imprensa melhor quando a autarquia for pega enchendo a casa de funcionários às vésperas de eleição.

Enfim. Já trabalhei em todos os ramos da comunicação - de edição de livros a sites, de assessoria de imprensa a relações públicas, de jornalismo a organização de eventos. De loja de roupas infantis a franquia de sabonetes, ainda tenho que pensar, afinal de contas, o que quero da vida.

Além de um hipotético marido militar que morra e me deixe a pensão, claro :o)