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A verdade é que, apesar de muita gente dizer o contrário, eu comecei minha viagem por aqui sozinha, e a terminarei sozinha. Cada dia que passa tenho mais certeza disso.
A maioria das vezes em que precisei de alguém que me ajudasse, encontrei costas viradas. E não digo nos grandes dramas - a consciência de todo mundo manda que você seja solidário no câncer, na morte, no acidente que aleija, na perda do emprego, no incêndio, no terremoto.
Falo daquela atenção que alivia a rotina ou ajuda a cumprir todos os compromissos. Me dar algumas horas de folga para que eu possa comprar algo para mim ou ir ao cinema - mais simples: do ouvido que escuta "Eu tive um dia tenebroso" e responde "Deixa comigo, eu tomo conta de tudo", e te deixa chorar em paz, longe da galáxia dos problemas comuns, debaixo do chuveiro.
Jamais acharei alguém para conversar, alguém para me ouvir, enquanto o trem não chega - nem à estação, nem ao seu destino.
Só tenho que aprender a me conformar e confortar a mim mesma.
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