sexta-feira, março 04, 2005

Sem perder a ternura

"E aqui, antes de continuar este espetáculo, é necessário que façamos uma advertência a todos e a cada um. Neste momento, achamos fundamental que cada um tome uma posição definida. Sem que cada um tome uma posição definida, não é possível continuarmos. É fundamental que cada um tome uma posição, seja para a esquerda, seja para a direita. Admitimos mesmo que alguns tomem uma posição neutra, fiquem de braços cruzados. Mas é preciso que cada um, uma vez tomada sua posição, fique nela! Porque senão, companheiros, as cadeiras do teatro rangem muito e ninguém ouve nada".

(Oduvaldo Vianna Filho, na peça "Liberdade Liberdade", de Flávio Rangel e Millôr Fernandes. Trecho introduzido no dia da estréia, a pedido do arquiteto Lúcio Costa que, tendo assistido ao ensaio geral, sugeriu aos autores que fizessem alguma coisa com referência ao lamentável barulho das cadeiras do teatro. Não podendo apelar para a engenharia, os autores apelaram para o humor.)

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