terça-feira, março 29, 2005

Sincronicidade

Um dia, caiu-me nas mãos um livro de psicologia muito bom, chamado "Carência afetiva e alimentação". Nele, a autora falava do que em psicologia costumou-se chamar de "Síndrome do Movimento Errado". Explicando em miúdos, é aquela coisa de "Se eu fizer isso, meus pais vão voltar a se falar". E você não faz, e os pais se separam - porque você não fez o movimento certo.
Na minha vida, se dá a Síndrome da Hora Errada. Parece que sincronia não é o forte da minha existência. Li livros em idades completamente equivocadas, e isso me custou detestar Clarice Lispector até quase os 30 anos. Quando meu ex-marido vê que muito do que eu falava era certo, já não tenho a paixão que me inflamou nos primeiros anos de casamento. Quando dei tudo de mim nos primeiros anos de vida profissinal, não era para a empresa que merecia.
Somente uma vez eu consegui sincronizar desejos e necessidades: quando dei à luz. Ali, sim, eu sabia o que queria, quem eu queria, o que era mais forte para mim. Que se danassem os outros, que se danasse quem achava que era irresponsabilidade minha engravidar uma segunda vez. Que falecessem todos: eu estava ocupada demais amamentando minha filha.

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