segunda-feira, março 28, 2005

Viver

Hoje, vindo para o trabalho, pensei numa conversa que tive ontem com uma amiga. Com um filho pequeno de dois anos, ela está se separando. Nada no rosto dela demonstrava preocupação, mudanças, tristeza. "Acabou", ela disse. E emendou "E já estou namorando".
Eu me lembro que, quando pensei seriamente em me separar, planejei por meses. Como ficariam as meninas. Meu orçamento doméstico. Se poderia pagar o aluguel. Qual a melhor data para meu ex-marido fazer a mudança. Como explicar às meninas que a mudança era para que tudo ficasse como antes - dois adultos amigos, harmonia, sem brigas constantes, sem choro diário, sem crise.
E minha amiga não é exceção. Conheço pelo menos dois casais que se separaram assim, como quem se muda ou desiste de uma viagem.
Eu não consigo entender isso. Como você entra numa relação, tem filhos e, de repente, "não dá mais" e vai cada um para um lado, sem cuidado, sem prazos, sem nada. Faz-se a mala e acabou-se. Explica-se em cinco minutos que o papai ou a mamãe beijam outro na boca mas tá tudo bem e deixa rolar.
Realmente, vou morrer sem entender.

Nenhum comentário: