

Houve uma época em nossas vidas em que estávamos tão próximos que nada parecia obstruir nossa amizade e fraternidade e apenas uma pequena ponte nos separava. Quando você ia subir na ponte, eu lhe perguntei: "Você quer atravessar a ponte até mim?" Imediatamente, você deixou de querê-lo e, quando repeti a pergunta, você ficou silente. Desde então, montanhas, rios torrenciais e o que quer que separe e aliene interpuseram-se entre nós e, mesmo que quiséssemos nos reunir, não conseguiríamos. Agora, ao pensar no pontilhão, você perde as palavras e soluça e se maravilha.
Friedrich Nietzsche, "A gaia ciência"
Trecho citado por
Irvin D. Yolan, em "Quando Nietzsche chorou"
Ediouro, 1995
Um comentário:
ah, amiga, eu ando me maltratando tanto, porque não quero que sigam pela ponte sem mim.
Mas não tenho palavras, nenhum gesto para impedir.
acho mesmo que nada pode impedir.
Postar um comentário