terça-feira, janeiro 24, 2006

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Hoje à tarde fui para a casa da minha mãe. Fiquei lá, naquele apartamento vazio. Dormi o sono que não tenho à noite mas foi só uma hora e meia, apenas o suficiente para a minha dor de cabeça passar. Acordei e fiquei quase duas horas sem me mexer, apenas olhando o teto e relanceando os olhos para o relógio em cima da mesa de cabeceira, para não perder a hora de voltar para casa.
Duas horas em que milhões de coisas passaram pela minha cabeça. Coisas doidas, paranóicas. Dores antigas. O que teria acontecido comigo se eu não tivesse me casado. Se não tivesse filhos. Em que ponto da minha carreira eu estaria. Se eu tivesse aceito o convite pra jantar de um colega meu da primeira faculdade que eu fiz.
Como será minha vida a partir de 1º de fevereiro, quando oficialmente não entrará nenhum salário. Como pagarei as contas com o pouco dinheiro que tenho no banco. Por que eu penso coisas ruins de pessoas que mal conheço.
Por que tenho tanto medo de me machucar de novo. E de novo e de novo. Não é isso a vida? Ralar os joelhos, agüentar estoicamente o mertiolate e seguir em frente?
Vai valer a pena gastar uma fortuna que eu não tenho com um advogado para conseguir um aumento de 10% na pensão das meninas?
Sabe o que é? Eu preciso ter de volta minha paz de espírito.
Eu só queria poder encostar a cabeça no travesseiro e dormir.
Simples, assim.

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi querida,
Espero que tudo dê certo!
Certas situações são normais né, pensar coisas ruins, gastar o sono com os problemas. É lugar comum falar para vc pensar em tudo de bom que a vida lhe deu e etc. Suas filhas, familia, oportunidades...Mas tudo isso é verdade. Pq apesar de tudo vc não esta sozinha, tem as meninas, sua familia e...nós aqui!
beijos!

Anônimo disse...

Menina, essas paranóias são conseuqências de todos os medos que vc tem acerca do presente e do futuro. Porque a porra (pode falar porra aqui?) do passado, esse a gente conhece e lamenta.
Mas lembre-se: a gente verga , mas não quebra.
E se serve de consolo, tbm ando numa situação idêntica, com uns agravantes de decepção aqui e outro ali.
Sei que vai haver uma manhã em que eu vou acordar sem sobressalto...então saberei que as coisas estão melhorando, que eu estou indo bem.

Anônimo disse...

é... às vezes, pra ser sicera, sempre que sou privada de alguma coisa, eu penso e se eu não tivesse terminado com aquele namorado bacana, se eu nem tivesse dado bola pro meu atual marido, e se eu tivesse me cuidado mais pra não engravidar..
mas ela é coisa mais linda da face da terra.
como pode ser ao mesmo tempo fonte e alívio dos meus "problemas"???

anouska disse...

suzana, sou solidária a você. também não sei como vou continuar pagando as contas. quem sabe a gente senta juntas e chega a uma conclusão. bom mesmo é ter amigos, que nos ajudam nessas horas de crise. não são muitos os que ficam por perto num momento desses. mas os poucos remanescentes com certeza valem a pena. um beijão