quinta-feira, agosto 24, 2006

Doçuras



Uma das coisas que eu mais gostava de fazer quando era solteira era bolos de madrugada. Sem sono e sem TV a cabo (que ainda não existia, ou estava começando), eu começava a bater a massa lá pelas onze da noite. Normalmente, escolhia alguma receita de um livro despencado da minha mãe.
Batia a massa com calma, com carinho, como se estivesse fazendo alguma sobremesa para o Cozinha Maravilhosa de Ofélia (quem tem 20 anos, sorry; é um programa veeeelho da época da TV a lenha).
O forno já preaquecia, os ovos e a manteiga já estavam em temperatura ambiente. Depois de limpar tudo, eu lia alguma coisa, escutava música, bebia chá ou vinho. Na maioria das vezes, usava um truque aprendido com uma querida amiga da minha avó: aquecia bem o forno e, depois, deixava o fogo no mínimo minimorum, e o bolo assava durante a noite. Acordava de manhã com aquele cheiro maravilhoso.
Hoje não faço mais isso. Perdi a mão, perdi o tempo, perco sempre a oportunidade.

Nenhum comentário: