Há muito tempo, assisti um filme chamado, se não me falha a memória (e ela tem me deixado na mão, ultimamente), "Dedicatória". Conta a história de uma mulher que compra livros não por seu conteúdo, mas pelas dedicatórias que ela encontra na folha de rosto.
Eu sou um pouco assim. Adoro sebos e brechós. Sempre acho que compro, além de um objeto, um pedaço do passado de alguém. Com livros, isso é mais profundo, porque dar um livro e escrever uma dedicatória nele despendeu minutos da vida de alguém, o pensamento de quem redigiu as poucas linhas direcionado a quem recebeu o presente.
E as dedicatórias dos livros que comprei (todos muito antigos) vêm numa caligrafia caprichada, em caneta-tinteiro.
As meninas sempre dão de aniversário dois presentes: um brinquedo ou uma roupinha e um livro, com uma dedicatória que eu escrevo com elas.
Livros são memória, do que está escrito e do que não está. E, para mim, memória é o que resta, quando tudo o mais já se foi.
sábado, maio 07, 2005
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