sábado, maio 07, 2005

Amor cego

Como você descobre um escritor, um livro?
Estava fazendo o almoço das meninas, e às vezes tenho que mexer uma panela uma dezena de minutos, e para matar o tempo pego qualquer livro na estante.
Hoje peguei "O diário de um fescenino", do Rubem Fonseca (autor de que não gosto, mas sempre volto para ver se sou pescada por um trecho). Nesse caso, fui. Mas não por ele:

Não sei como foi que se matou Sá-Carneiro, aos 26 anos, o poeta maldito português que escreveu este verso de amor: "Se meus olhos te incomodam quando te olho de frente, não me importo de arrancá-los e amar-te cegamente." (pág 248. "Diário de um fescenino", Companhia das Letras, 2003)

Mário Sá-Carneiro. A primeira vez em que eu ouvi falar dele foi num disco da Adriana Calcanhoto, que musicou um poema dele, e dizia no show (gravado ao vivo) o quanto tinha penado para fazê-lo. Tenho livros dele aqui em casa, mas foram presente ou herança - não comprei-os nem os desejei, não os cobicei numa vitrine. Somente os folheei, nunca foram lidos.
É muito bom descobrir um autor novo, um novo mundo, uma nova visão das coisas. Poesia, então, é um achado.

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