segunda-feira, agosto 29, 2011
Day 20: The last book you read
No início, os contadores que traçavam as inscrições utilizavam plaquetas de barro sobre as quais desenhavam objetos e seres que desejavam representar, com a ajuda de cálamos, de talos de cana, pontiagudos. Com esses cálamos, ancestrais de nossas canetas-tinteiro e de nossas esferográficas, os sumerianos habituaram-se a talhar em bisel (obliquamente) e com eles imprimir na argila fresca sinais que tomavam a forma de "cantos" e de linhas, formando espécies de supostas "cunhas", representações dos desenhos primitivos; daí a denominação de escrita "cuneiforme", de cuneus, "cunha" em latim.
Por terem sofrido inumeráveis transformações ao longo dos séculos, nada restou de concreto de tais "sinais". Entretanto, convém saber que o desenhodos pictogramas não era uma criação livre do artista, pois foram encontrados "catálogos", listas, espécies de dicionários primitivos dos quais elaboraram os escribas. Cada símbolo podia, de acordo com o contexto, ter vários significados. O desenho de um pé podia dizer: "andar", "por-se de pé", "transportar" etc. No momento em que os sinais passam a ter uma única significação, a deles mesmos, seu número diminui. Ficam em torno de 600, o que implica, para aqueles que sabem escrever, um enorme esforço de memória.
O rébus: um jogo infantil que será a chave mestra da escrita
Porém, existe algo mais extraordinário ainda: os símbolos que os escribas imprimiam nas plaquetas de barro mole, deixadas a secar ao sol ou colocadas a cozer nos fornos, designavam coisas ou seres. O progresso decisivo consistiu em fazer com que os símbolos correspondessem aos sons das palavras da lingua falada.
Na origem da verdadeira escrita encontra-se uma invenção notável: o fonetismo. E a astúcia admirável dos sumerianos, como também dos antigos egípcios, consistiu em utilizar um procedimento tão simples quanto um jogo infantil: o rébus. - cartas enigmáticas. Eles tiveram a ideia de usar um pictograma, designando não o objeto por ele diretamente representado, mas um outro objeto cujo nome lhe era foneticamente semelhante. Como em nossos rébus onde um desenho de um gato (chat) e um desenho de um pote (pot) nada têm a ver com um felino e com um recipiente, mas com o conceito "chat-pot", que vale para chapeau (chapéu).
A escrita - Memória dos homens
Georges Jean - Tradução de Lídia da Mota Amaral
Editora Objetiva, 2002
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Sua lista é impossível de tão apetitosa.
(Não sei se você percebeu, mas os dias 24 e 25 de seu meme já estão aparecendo no Reader).
Rita
Oi, Rita;
Doideiras do Blogger.
Um porre.
Bjs
Postar um comentário