Nessa última semana, duas coisas que eu presenciei me fizeram pensar que, quase aos 40 anos, eu sou a última flor ignorante da vida.
Almoçando no Mundo Verde, vejo que agora eles vendem fluden, que eu amo.
- Oba, que legal, vocês vendem fluden!
- Fluden? É o nome desse docinho? É muito gostoso, nunca tinha provado. Pensei que fluden fosse o fabricante.
- Não, é o nome. Eu provei a primeira vez em que fui num casamento judeu.
- Judeu?
- Sim, fluden é um doce tradicional judeu.
A mulher ficou olhando para mim com uma cara muito estranha, a boca cheia do doce (ela tinha posto quase tudo de uma vez na boca). Abriu a lata de lixo e, na frente de todo mundo (horrorizado, como eu), cuspiu tudo lá dentro:
- Odeio judeus. Podem morrer todos que não vão fazer falta.
Reunião de semestre com um diretor e um vice-presidente de uma grande empresa, cliente nossa. Um chega, o outro está atrasado.
- Vocês desculpem, ele voltou hoje de madrugada dos Estados Unidos.
O atrasado chega, cheio de olheiras, pede desculpas e, quando estamos entrando na sala de reuniões (são duas portas, uma ao lado da outra: uma para a sala de reuniões, outra ao corredor que leva aos banheiros) pede para a gente ir começando, que ele vai ao banheiro.
Minutos depois, volta sorridente para começar os trabalhos. Minha chefe me cutuca por baixo da mesa, porque eu estou olhando a cara dele fixamente. A outra executiva de conta, que veio de São Paulo para a reunião, tenta disfarçar, mas também não consegue parar de olhar para ele. O dono da agência em que trabalho, então, começa a reunião, mas a gente vê que ele passa um lenço por debaixo da mesa para o executivo.
Que estava com a asa de uma das narinas manchada de pó.
quinta-feira, setembro 01, 2005
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