Os minutos antes de eu pegar no sono são aqueles em que as maiores besteiras, as melhores idéias, o óbvio e o não tão evidente aparecem. Pois eu estava distraída sentindo as mãozinhas da Zé Colméia do meu braço quando me toquei que nada, absolutamente nada mudou na vida do meu ex-marido: ele voltou a ter sua vida de solteiro, morando com a mãe no mesmo quarto, fazendo os mesmos programas, viajando com a namorada. Até a parcela do que ele gasta com pensão alimentícia com as filhas (nossas e a do primeiro casamento) é a mesma, porque ele teve dois aumentos.
Eu? Eu vivo como uma viúva. Aquela que não tem mais aquele com quem dividir as despesas, que é pai e mãe ao mesmo tempo e se desdobra em muitas para dar conta de tudo.
A vantagem? Muito pouca coisa nessa vida, hoje, é capaz de me quebrar. E eu me orgulho de, apesar das crises, do choro, do cansaço, de tudo o que me dobra às vezes, eu sempre me levanto no dia seguinte.
domingo, setembro 25, 2005
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