terça-feira, setembro 01, 2009

Giz apagador

Como Zé Colméia (com a suspensão das aulas da turma dela) levara todos os livros para casa, obviamente acabou esquecendo alguns na escola. Pegamos o que faltava e quando chegou em casa foi direto fazer o dever no livro de Geografia, abandonado no armário do colégio. Já bêbada de sono, miou um "Corrige pra mim, mãe" e foi dormir.

E eu fui lá ver. E fiquei horrorizada, chocada. Eu tento acompanhar os deveres mas - tolinha que sou - com duas professoras regentes de manhã e uma à tarde achei que bastaria ficar em cima pra ela não esquecer de fazer as chamadas APs (avaliações periódicas) que vão para casa na segunda e devem ser entregues uma semana depois (os deveres de casa são feitos durante o estudo dirigido, à tarde), além de auxiliar nas eventuais pesquisas.

Pois bem. O livro é um festival de frases sem sentido nenhum ("Os produtos de Minas Gerais são mais caros do que os de São Paulo porque são mais caros"); erros recorrentes de português ("estensão", mas/mais, "menas"), letras faltando no meio de palavras, inexistência de pontuação - e por aí vai.

O que me deixou mais abismada é que ela passa por TRÊS professoras - três. Que corrijem e dão como certo essas barbaridades. E depois me dizem que eu tenho que fiscalizar os deveres. E TAMBÉM dar uma corrigida básica. E FAZER os deveres com ela - depois das 19h30m, que é quando chegamos em casa.

Ontem de tarde li esse post da Aline. Acompanho diariamente as agruras da Deh em sua inglória luta pelo ensino público. E penso nos R$ 2260 que pago por mês à escola. Na professora da Zé Colméia me dizendo, no meio da festa junina que encerrou o semestre passado, que "ela está perigando repetir de ano" - isso antes de a psicopedagoga sequer ter dado o laudo e, pior, na frente da minha filha.

E sinto uma vontade incontrolável de ir lá e enfiar a mão na cara das três.

7 comentários:

Ana disse...

Suzana, que linha pedagógica a escola segue?
Lógico que nada nesse mundo justifica deixar passar tais erros em branco, nada mesmo, nem a mais modernete das escolas. É uma curiosidade minha até pra poder falar algo que lhe seja útil.
De qualquer forma, pelo montante pago, eu fiquei pasma com a situação.

Suzana Elvas disse...

Ana, eles não tem uma linha definida. "O trabalho acadêmico é feito por meio de uma proposta interdisciplinar, que visa romper as fronteiras das diversas áreas do conhecimento. Esta proposta possui o compromisso de contribuir para a formação crítica e integral do indivíduo no que diz respeito aos valores sociais, morais, éticos e espirituais."

E se você ficou pasma, devia ver a cara da psicopedagoga. Ficou de boca aberta uns bons 10 minutos.

aline disse...

Suzana, por um momento eu achei que a minha cara era uma das três que vc queria partir.

:)

Suzana Elvas disse...

Hahahahahaha!
Menina, tô sem grana pro ônibus pra São Paulo!

aline disse...

hahahaha

mas eu moro no Rio! :D

quanto à sua filha, eu acho q vc pode recorrer à delegacia de ensino responsável pela escola dela. descaso, tanto quanto abusos, são analisados e corrigidos, etc. se minha mãe soubesse disso, eu e meus irmãos teríamos sofrido muito menos na escola particular em que estudamos, há 10 anos atrás. só qdo fomos pra uma escola pública, no colegial, é que a vida melhorou, por incrível q pareça.

bjo

aline disse...

... 10 anos atrás.

(gramática do raul seixas mode on)

Ana Cecília Moura disse...

Misericórdia. E eu que achava que só meus ex-alunos produziam essas "pérolas". Coisas do tipo "agricultura de salsichas", só para citar uma.
Deu até medo esse seu post.
Anyway, escolas são um mal necessário.