Quando se é um vagabundo em férias (leia-se eu), começa-se a inventar qualquer coisa para se ocupar. Todo dia eu tiro algumas horas para telefonar para um monte de gente e mandar meu currículo. As outras eu dedico a ler.
Estava saindo da casa da minha mãe quando peguei ao acaso um livro largado por lá. Eu tenho o grave defeito de quase nunca conseguir largar um livro no meio (até hoje, que eu me lembre, só fiz isso uma vez). Então, fui obrigada a ir quase ao fim de "Esaú", de autoria cometida por Phillip Kerr, com a cumplicidade da Editora Record.
Rapaz, o livro tem 428 páginas. Se ele tirasse descrições inteiras dos equipamentos que o grupo protagonista do livro usa, o livro não fecharia com 80 páginas.
Em "Esaú", você aprende que:
"[Armas Palmer] são rifles de longo alcance acionados por dióxido de carbono comprimido, com eficácia para 32 metros. [...] Rifles Zuluarms, de maior alcance, [...] utilizam uma combinação de munição de rifle 0.22 e de revólver 28, acionados por espoletas de percussão, com precisão de até 75 metros. O rifle Zuluarms dispara uma seringa Cap-Chur especial, com corpo de alumínio. [...]"
E por aí vai. O enredo? Um grupo vai para o Himalaia capturar o Abominável Homem das Neves. Ah, não vou contar se eles conseguem ou não. Não vou sofrer sozinha.
* Não resisti ao trocadilho :o)
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
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2 comentários:
Eu tinha também esse pudor de não desistir nunca de um livro, por pior que ele fosse. Aí, um dia, comecei a ler "Tender is the night", do F. S. Fitzgerald, e não conseguia ir adiante, achei chatíssimo. Depois de semanas nisso, reuni toda a minha coragem, abandonei as minhas crenças religioso-literárias ;) e larguei de mão. Foi um alívio. Depois dessa nunca mais fiquei refém de livro chato. Recomendo.
Beijo
Oi Suzana,
Eu também nao costumo largar um livro no meio, mas vendo a descriçao que voce fez, eu teria largado esse Esau, com certeza.
Acho que seu gesto refletia a esperança de que mais à frente o livro fosse ficar bom. Sinal de que voce deve ser otimista com a vida também, certo?
Um abraço
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