Embaixo do prédio onde eu trabalho existe um shopping enorme (alías, eu não trabalho num prédio; trabalho na "torre do shopping"). Normalmente, eu almoço na copa do escritório, mas ontem tive uma reunião fora e acabei almoçando com a minha chefe num dos restaurantes.
Estávamos esperando a comida quando vimos uma mulher muito, muito humilde (e visivelmente constrangida por estar num corredor onde a loja mais barata era a M. Officer), vestindo uma saia surrada e havaianas e levando um bebê muito pequeno no colo, deixou cair as coisas da criança da bolsa aberta.
Ela tentava evitar que mais coisas caíssem, sem conseguir. O fecho da bolsa, quebrado, não ajudava. Nem ninguém que passava. Ninguém. Eu e minha chefe nos levantamos mas um lojista foi mais rápido e, com toda a gentileza do mundo, apanhou tudo que caíra no chão, pegou a bolsa do ombro da mulher e a acompanhou para onde ela estava indo.
E então eu me lembrei de uma cena que presenciei na semana passada, na fila do caixa eletrônico. Uma mãe (bonita, unhas feitas, corpo de adolescente e muito dinheiro aplicado em si mesma), com uma menina de uns oito meses no colo, deixou cair a bolsa de brinquedos. Imediatamente, as pessoas que passavam pararam para ajudar. Em segundos recolheram tudo e lá se foi a mulher, feliz em direção às compras.
Alguém precisa, com urgência, fazer uma campanha avisando à população mundial que pobreza NÃO é doença e, como tal, NÃO é contagiosa - nem deixa ninguém invisível.
sábado, junho 25, 2005
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