quarta-feira, julho 22, 2009
Vida
A gente sempre acha que "viúvo" é palavra acompanhante de "meia idade". Mas não é, não. Ela ficou viúva um pouquinho depois dos 30, e na dor brincava que o lugar do marido nas coisas chatas da vida seria ocupado por um cunhado resignado em trocar o chuveiro elétrico e levá-la ao supermercado uma vez por mês.
Ele foi muito querido. Daquelas pessoas que tocam a vida de uns e outros e fazem uns virarem outros e outros virarem uns - o que eu quero dizer? Que ele mudava a existência das pessoas: aD e dD - antes dele e depois dele. E os dois sabiam disso. O cunhado dizia aos amigos que agora era ele o curador do bem mais precioso do irmão - sua viúva. E tanto cuidou que se casou com ela. E ela tanto amou o marido que se casou com o irmão dele.
E ele dizia a quem quisesse ouvir: "Esse bem não divido com ninguém - será a herança que legarei aos nossos filhos."
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3 comentários:
Que lindo ....
beijos
Lindo isso, Su. Tão delicado.
Conheço seu blog há pouco tempo, e gosto muito. Depois deste post dei um mergulho em sua trajetória desde 2005. Não consegui parar de ler. E me emocionei a maior parte do tempo.
Beijo, Judith
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