terça-feira, julho 07, 2009

Fotógrafos XVI - Diego Sandoval Naza



Fragmentos de Pasión - Serie Flamenco 3



Fragmentos de Pasión - Serie Flamenco 5



Fragmentos de Pasión - Serie Flamenco 13



Fragmentos de Pasión - Serie Flamenco 22



Fragmentos de Pasión - Serie Flamenco 29



Fragmentos de Pasión - Serie Flamenco 34



Fragmentos de Pasión - Serie Flamenco 36



Fragmentos de Pasión - Serie Flamenco 49



Fragmentos de Pasión - Serie Flamenco 54

Eu tinha 18 anos. Era tarde da noite, cheia de coisas para estudar. A TV ligada na entrega do Oscar, e eu debruçada sobre meu trabalho de genética para entregar no dia seguinte. Então passaram esse clipe - a categoria era Melhor Filme Estrangeiro. Eu não conseguia desgrudar os olhos da tela. Não fazia idéia do que era flamenco, quem era Antonio Gades e, para mim, Carlos Saura era um diretor que havia feito um filme esquisitão chamado "Cria cuervos" (heresia! :o). No dia seguinte, procurei uma academia. Encontrei zilhares de cursos de flamenco, entupidos de alunas emperequetadas com xales e saias e flores nos cabelos. Dois meses depois, éramos só quatro na aula, e eu já tinha tomado uma advertência do síndico porque meus vizinhos não aguentavam o plec plec plec plec tac! dos meus treinos solitários de castanholas noite adentro.

Logo depois assisti "Bodas de sangue" num cinema poeirento (o hoje Cineclube Estação Botafogo). Uma obra-prima só comparável, para mim, a "O baile", de Ettore Scola. O final de "Bodas de sangue" é uma das cenas mais impressionates que já vi (pra quem não conhece a história: Federido Garcia Lorca leu, um dia, uma notícia num jornal que um casamento havia acabado num duelo trágico. Então escreveu "Bodas de sangre", a história de uma noiva que se casa contra a vontade - e o homem que ama também é casado. No dia das bodas os amantes fogem e são caçados pelo recém-marido-traído. Os dois duelam e morrem.)

No fim daquele ano eu era a única aluna. O curso acabou, mas eu já dançava num grupo. Nossa coreógrafa nos apresentou a Antonio Gades - eu, deslumbrada, só conseguia pensar em como ele tinha belíssimos olhos e era quase tão baixo quanto eu - e que no palco parecia ser muito, muito alto. Fui à Espanha, enchi meu guarda-roupa de vestidos e sapatos e penetas e leques e paixão, tudo empacotado oito anos depois - menos a paixão, que ainda mantenho dentro de mim.

Mais fotos de Diego Sandoval Naza aqui ou em seu site.

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