segunda-feira, julho 31, 2006

Peace is fragile*



Às vezes, publicitários dão uma dentro.
Essa foi uma - Leão de Bronze em Cannes.

* No aro de detonação da granada.

Trapaças do destino



Quando cheguei a Veneza, um marinheiro belga nos contou que, uma semana antes, havia nevado, e a Praça de São Marcos ficara parecendo cenário de contos de fadas.

...



... a quem interessar possa.

quinta-feira, julho 27, 2006

Ahhhh!!!

Listas: estou ficando viciada nelas - culpa sua. Como dizem os espanhóis, a ver:

Cigarette: sou ex-fumante. Parei umas três vezes, a última há um ano. Mas jamais fumei dentro de casa, na casa de amigos ou na frente de crianças. Sou uma incorreta politicamente correta :o)

Sex: sem comentários. Já comentei demais isso aqui.

Relationships: poucos, sofridos, felizes. À vista.

Your Last Ex: é para sempre, disse o diabo, com uma risadinha.

Power Rangers: sempre odiei e achei um saco. Zé Colméia é fã. Do rosa, claro.

Marijuana: quem me conhece bem sabe que eu amo mais do que tudo nessa vida :o)

Crack: só de ovos.

Food: queeeeeiiiiijooooo.

President: François Miterrand.

War: nos meus tempos de solteira, jogado pelos convidados até o dia amanhecer - e eu sair do meu quarto e contar pra quantos seriam os pães que eu ia comprar na padaria.

Cars: minha nova paixão é a Veraneio. Nos trinques. Branco e vinho.

Gas Prices: Desconheço. Não uso nem carrinho de feira - politicamente correto, meio-ambientificamente falando.

Halloween: Ridículo.

Bon Jovi: gosto. Se referir-se ao John, então...

Religion: acredito em Deus, não em religião.

MySpace: tem que ter mais de cem anos.

Worst Fear: morrer e não ver minhas filhas crescerem.

Marriage: como toda descasada, não acredito (mas só de mentirinha)

Fashion: vestidos, saias, tênis. Roupas doidas, blusas coloridas, sapatos idem.

Brunettes: sempre.

Redheads: sonho de consumo da minha cabeleira.

Work: diretora do Louvre. Mas aceito do British Museum ou do Prado, vá lá.

Pass the time: sempre com os olhos, seja dentro dos livros, das almas dos filhos ou nas pupilas de alguém.

One night stands: já tive alguns.

Pet Peeves: toalha molhada em cima da cama; copo sujo e a garrafa de água aberta em cima da mesa; mantegueira e garrafa de água vazias, na geladeira; rolo de papel higiênico sem trocar no banheiro - ou seja, sintomas da presença de um marido no lar...

Pixie Stix: prefiro os doces da minha amiga Alda.

Vanilla Ice: com Coca-Cola e xarope de chocolate. Pura celulite.

Porta Potties: algumas pessoas deveriam ter um dentro da cabeça.

High school: Instituto Social da Bahia/Salvador

Pyjamas: de algodão e estampa infantil, se usasse.

Wood: de replantio.

Surfers: Teco Padaratz (dá-lhe Santa Catarina!)

Pictures: as das minhas filhas, que eu tirei (e que ficaram boas à beça, modéstia à parte). Mas dou uma chance a Cartier-Bresson.

First True Love: depois do meu casamento, acho que ainda estou por encontrar.

Dividindo com outros ratos



Para quem AMA livros, duas dicas do eixo Rio-São Paulo:

Rio
Acaba de ser inaugurada no Rio de Janeiro uma pequena livraria cheia de livros esgotados. A Beco das Virtudes é o paraíso dos amantes das artes e dos ratos de livrarias, que adoram escarafunchar por uma obra esquecida pelo pó. São sobretudo livros de arte, catálogos, livros de gravura, vídeo arte, com tiragens limitadas e edições autografadas. A Beco das Virtudes fica em uma das últimas galerias trash do Leblon, na Avenida Ataulfo de Paiva 1174 loja 3. O telefone é 21-2249 9525 e o e-mail é becodasvirtudes@uol.com.br.

São Paulo
As Livrarias Laselva e a secretaria das Subprefeituras de São Paulo estão preparando uma grande feira de livros, provavelmente em setembro, numa tenda de circo, no Anhangabaú (centro de São Paulo). Segundo a coluna de César Giobbi, do "Estado de S. Paulo", o objetivo é desovar imensos estoques que as editoras mantêm de livros de todos os tipos e revistas técnicas. Seria uma grande liquidação, com preços que podem variar do mínimo de R$ 1 até o máximo de R$ 20.

quarta-feira, julho 26, 2006

Power of seduction



(Hall, Moreland, Smith)

My friends don't understand it
They don't know what you've
got to me
My life is too complicated
And I need, sure need
some simplicity
Ooh the love is ever growing
And there has to be a reason why it
works for me
You know - baby how to move me
What you give to me is elemental
can't you see
That you take the pain from me
Only you know my fantasies
You make me realize
Girl you know the way of keeping
love alive

It's the power of seduction
It's the only way to keep me
hanging on baby
It's the power of seduction
It's the only hope, so baby do
what you want

Just words can't describe it
'Cause there's more to love than
what to say
Hey lately I've been thinking
And that's bad you know I might
blow it 'cos of reason
Baby you can never do too much
Only you, you make the senses
all rush
With you - girl I've got to be
All because you keep alive
the mystery

It's the power of seduction
It's the only way to keep me
hanging on baby
It's the power of seduction
It's the only hope, so baby do
what you want

You made the change in me
Only you know my fantasies
With you I will always be
Living with the passion
and the mystery

...



coração
PRA CIMA
escrito em baixo
FRÁGIL

Paulo Leminski

domingo, julho 23, 2006

Delicadeza



Nouvelle Vague, "In a manner of speaking"

In a manner of speaking
I just want to say
That I could never forget the way
You told me everything
By saying nothing

In a manner of speaking
I don't understand
How love in silence becomes reprimand
But the way that i feel about you
Is beyond words

Oh give me the words
Give me the words
That tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything

In a manner of speaking
Semantics won't do
In this life that we live we only make do
And the way that we feel
Might have to be sacrificed

So in a manner of speaking
I just want to say
That just like you I should find a way
To tell you everything
By saying nothing.

Oh give me the words
Give me the words
That tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything

Oh give me the words
Give me the words
That tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything

...

Sempre me disseram que a ignorância é uma bênção. Cada dia que passa acredito mais e mais nisso.

sexta-feira, julho 21, 2006

Pra mim



Pois é, 40 anos. Até que não doeu. Porque também já ganhei um presentão, assim que acordei hoje de manhã :o)

quinta-feira, julho 20, 2006

Fechos & eclaires



Estava eu ontem experimentando os vestidos da minha amiga estilista de BH, me contorcendo de frente para o espelho e amaldiçoando a falta de alguém para me ajudar. O problema: o fecho eclair (ou zíper, amigos de Sampa), do lado esquerdo do vestido.
Depois de suar, pular e sangrar - ah, sim, o maldito beliscou minha pele três vezes - me dei conta que a falta de romantismo chegou, de uma maneira sorrateira e cruel, ao mundo da moda.
Porque não existe coisa mais sexy do que virar as costas seminuas, com o vestido aberto até o início do que deveria ser um fim, e pedir com a voz mais doce do mundo: "Fecha pra mim?". Ou estar abraçada com alguém e sentir aquela mão descendo pelas suas costas e levando com ela o fecho do zíper.
Agora isso é impossível. Porque você tem que estar imaculadamente depilada, fresquinha e sem manchas antes de levantar o braço, exibir o que vovó chamava de axilas e ainda se torcer para conseguir olhar a cara do pobre enquanto ele luta com o fecho e sua para não prendê-lo na sua pele.
E, se o negócio foi despir, quer cena mais anti-romântica? Você de braço levantado e ele abrindo o fecho? E se for final do dia, como fica o desodorante vencido?
Não dá.

Quase obituário

Meus amigos; é com pesar no meu coração que informo que ontem meu computador foi internado numa UTI, vítima de falência múltipla de órgãos. Ainda não fui informada do diagnóstico nem apresentada à conta do hospital. Assim sendo, dado a proximidade do fim do mês, meus posts serão mais esparsos e econômicos.
Rezem por ele.

Update: Faleceu, meus amigos. Às 14h28m. Já encomendei o novo, e saíra pela bagatela de R$ 1380.
Rei morto, rei posto.

segunda-feira, julho 17, 2006

O que Catatau comeu ontem numa festa de aniversário

Três saquinhos de pipoca
Dois saquinhos de batata frita
Dois cachorros-quentes
Um sem-número de pães de queijo
Um sem número de coxinhas/miniquibes/minirrisoles
Quatro sanduíches de presunto e queijo
Um sem-número de brigadeiros
Um sem-número de balas/confeitos/jujubas
Duas fatias de bolo
Meio copinho de sorvete (ela não gosta de côco)
Seis pirulitos com chiclete dentro

Esse último eu sei a quantidade certinha - ela vomitou todos hoje, precisamente às 5h10m. Estavam lá os seis, grudadinhos no lençol.

Inocente cadeia de eventos

Sábado, depois de dançar, rodopiar, comer e trocar de roupa, Zé Colméia pediu fichas para ir na pescaria - que, toda mãe sabe, é onde conseguimos as prendas que mandamos para o colégio no ano seguinte (com sorte, você consegue uma quinquilharia vintage de uma década :o). Dei as fichas, mas fiquei de butuca para que ela, no meio de tanta porcaria, escolhesse entre os brindes algo usável.
Lá pelas tantas, ela pegou um quebra-cabeças que de tão vagabundo não monta nem por bula papal.
"Esse não, filha, troca por aquela faixinha pro cabelo!"
"Ah, não, mãe! Não quero!"
[E eu insistindo]: "Então aquele jogo de varetas!"
"Ah, não, mãe, não quero!"
"Olha, você não quer aquele caderninho?"
"Caderninho" é uma palavra mágica para ela - o universo onde ela muda tudo com um lápis. No outro peixe fisgado, ela pegou outra caderneta (eram caderninhos de telefone) de outra cor.
E assim ela passou o domingo preenchendo o dito. "Qual o telefone da vovó?", "Qual o telefone da Tia L.?", "Qual o seu telefone?", "E o telefone da Tia S.?", "Qual que é o telefone da A.?", e assim por diante.
Só hoje, ela já me ligou três vezes - sempre para o celular.
Eu e minha boca ennnooorrrrrrmeeeeeeeeeee!!!!!!!!!!

Antes de dobrar a esquina

Como hoje eu estou em inércia emocional, ainda me decidindo se é para eu me sentir bem, mal ou indiferente, vou fazer uma lista (não se que personagem de que livro acalmava a vida fazendo listas). Essa eu copiei da Cris, que copiou de alguém que, quando eu largar essa preguiça, eu faço o link certinho.

Dez coisas que quero fazer antes de morrer

* Conhecer a fundo a Europa Medieval e Antiga, visitando todas as catedrais e túmulos que tiver direito - incluindo e principalmente o de Eleanor de Aquitânia, que tem em seu túmulo uma estátua sua, deitada sobre o esquife e lendo, numa prosaica cena já que o túmulo do seu marido, o rei Henrique II, tem uma estátua em que ele parece tirar a sesta depois do almoço;

* Abraçar e ser abraçada; beijar e ser beijada; acariciar e ser acariciada por minhas filhas e netos e bisnetos, mesmo que eu esteja no último grau de Alzheimer e não possa mais discernir nada;

* Falar quantas línguas puder;

* Ter vários cães dinamarqueses, de preferência arlequim (preto com manchas brancas);

* Ter alguém para envelhecer ao meu lado;

* Comprar duas casas: uma centenária e com jardim, em Santa Teresa, e uma na serra, para os fins de semana;

* Aprender realmente a costurar, e não apenas fazer remendos e pregar botões;

* Aprender a dirigir (e ter um carro para isso);

* Ajudar minha empregada a dar uma boa educação para a filha;

* Amparar meus pais;

* Ler e escrever até o último dia da minha vida - pelo menos, até o último dia de lucidez.

...

E a semana tinha tudo para começar bem.
Não se pode ter tudo na vida.

sexta-feira, julho 14, 2006

Meu balão vai subir

E então amanhã é dia de churrasquinho, salsichão, milho cozido, maçã do amor, paçoca, pé-de-moleque, arroz doce, canjica, quentão, bolo de fubá e o que mais a barriga der.
Sim, amanhã é a festa junina das meninas. Rapaz, eu me esbaldo. Zé Colméia não é muito chegada - quando não for mais "da turma" dançar quadrilha, ela não vai fazer mais a menor questão de ir. Mas Catatau... ela se acaba de dançar e de comer. Não consegue parar um minuto - se mete na quadrilha das outras turmas, depois de engolir no intervalo um espetinho de carne ou meio salsichão coberto de farinha. Ama uma canjica, come dúzias de maçã do amor (exagero: normalmente ela manda duas pra baixo e depois fica nas uvinhas carameladas :o) e se entope de bolo de fubá até soluçar, de tão entalada.
Ela é como eu: dança e se diverte como se só tivesse uma festa por ano.
Bom demais!

Ao vento

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Hoje, há um conflito muito esquisito acontecendo dentro de mim: a briga entre o eu que quer muito se envolver com alguém e o eu que está morta de medo de um novo relacionamento, numa preguiça emocional que sussurra incessantemente: "Pra que mexer nisso? Pra que ficar se preocupando em administrar sentimentos, horários, emoções, preocupações com os sentimentos do outro? No fim das contas, não está bom assim, você sozinha? Então. Deixa assim!"
Às vezes, a inércia me consome mais do que o desejo físico ou a solidão.

Casa nova

Ela se mudou. Atualizem seus Favoritos, plizi.

Orações

Eu me olho no espelho e me vejo, se não feliz, mais tranqüila do que há meses. A isso agradeço, em grande parte, a vocês.

quinta-feira, julho 13, 2006

...

Muitas vezes, o que queima por debaixo da pele deveria ficar por lá.

Assim entendi eu

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Esta semana, discutindo com um amigo, descobri algo que desconfiava faz um tempo: as pessoas não sabem mais ver um - enxergam uma galáxia quando na verdade o que existe é... um.
Hoje tive outro exemplo disso. O típico caso de "Onde se lê [...] leia-se [...]". E aí eu escrevo "Quero comer uma batata", e quem lê se pergunta: "Será que ela na verdade quer uma maçã, já que batata em francês é 'pomme du ter'?" Outro emenda com um "Hum, acho que ela na verdade quer dizer algo mais amplo, um sabor, como salada alemã ou nhoque". E um terceiro já pira com "Está claro que, como ela fala de batata (=carboidrato), ela está querendo na verdade fazer uma metáfora e explicar a sua verdadeira fome, que é a do espírito (já que carboidratos alimentam, dão sensação de saciedade, mas na realidade provocam mais fome no organismo), fome esta que até hoje não pôde ser satisfeita - não pela Filosofia ou por qualquer das Ciências Humanas, mas há correntes que usam os conhecimentos da Teoria do Caos, dos Fractais e da Física Quântica para explicar o vazio existencial que o homem enquanto ser vivente e pensante experimenta nesse início de milênio. Ela está, então, no típico conflito mente-corpo."
E eu queria apenas dizer: "Quero comer uma batata". No meio do caminho entre a batata e os quanta, muito se perdeu, pouco foi compreendido e o meu verdadeiro desejo - comer uma batata amarelinha - foi solenemente ignorado por gente que entendeu tudo, menos essa simples frase, que até Zé Colméia sabe ler: "Quero comer uma batata".
Quem assistiu ao canal Sony ontem vai se lembrar dessa cena:
"Diga três vezes 'azeite, azeite, azeite'."
"Azeite, azeite, azeite."
"E o que a vaca bebe?"
"Leite!"
"Não, a vaca bebe água. Ela dá leite. E você ainda não tem noção da perspectiva correta das coisas."

Não tente ler nas entrelinhas. Na esmagadora maioria das vezes, não há nada ali para ser lido.

quarta-feira, julho 12, 2006

Glam

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As meninas estão na fase da peruísse. Não querem sair de casa sem batom. Zé Colméia, então, há tempos se tatua (com tatuagens temporárias, de banca de jornal, ou com pilot, mesmo) e Catatau a-do-ra um banho (literal) de perfume.
Ainda me lembro quando as duas ganharam seu primeiro batom, há dois anos. Veio de brinde no ovo de Páscoa das Princesas. Batons de vermelho vivo, daquele tom proibido em bibliotecas de tão berrante.
Na segunda de manhã, quando fui acordá-las, encontrei as duas estiradas na cama, aquela cara de absoluto abandono depois da farra do dia anterior, as bocas todas borradas com aquele batom tenebroso: pareciam duas mulheres de vida fácil depois da labuta na Vila Mimosa. Estou até hoje à espera de algum sabão que tire as manchas das fronhas.

Letreiros

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Andar pela rua observando o que se passa sempre foi uma das minhas paixões. Indo a algum lugar, mas olhando o que está à minha volta. E foi assim que eu, ontem, quase fui atropelada por um caminhão de mudanças. Mas não era um caminhão qualquer: era da Transportadora "As elegantes andorinhas".
Inventar um nome para um negócio é uma arte perdida - acredito piamente nisso. Porque alguns desses nomes terminam por fazer parte da nossa vida, da nossa história. Assim como "As elegantes andorinhas", faz parte da minha existência a Transportadora Rosas de Ouro - não porque seus caminhões, algum dia, tenham carregado algo meu. Mas porque os carros sempre ficaram estacionados - desde que eu me lembre - num dos canteiros ali onde era o Mourisco, no fim da Praia do Flamengo. Era subir o viaduto - seja no carro dos meus pais, no do ex-marido, de ônibus ou táxi - na certeza de eles estarem lá.
Comprar sapatos (alguns feitos sob medida) no "Motinha", loja que meu pai freqüentou aos 20 anos (ele tem 71); encomendar remédios na farmácia de manipulação "Ao Veado d'Ouro" (que eu vi mudar para "À Botica d'Ouro" por motivos óbvios). Comer docinho no "A Vovó Fez", ou namorar aquele vestido anos 60 no "A Cena Muda".
Lojas são um capítulo à parte. Em Santa Teresa há um bazar onde, como canta Ana Carolina em "Armazém", "tem rodo, tem barbante, tem farinha, pedra-pomes, prendedor, passador, escorredor, esmalte vermelho e tem até couro pra pandeiro" - sem falar nos brinquedos, roupas de festa para crianças, material de papelaria, fitas, linhas & botões, ração para cachorro e o que mais você pensar. Isso tudo espremido em duas portinhas - mas é uma loja de esquina, tenha respeito.
A relação de afeto que se depreende do nome de um negócio passa completamente desapercebida, principalmente nesses dias de "Alguma-Coisa & Co." ou "since 2006". Mas Santa Teresa - sempre ela - tem um jeitinho de me lembrar como um negócio pode ser, antes de tudo, um projeto de vida, como uma família. Perto do Largo das Neves, numa das extremidades do bairro, quem passa de bonde vê, quase na esquina, na parede onde foi um pequeno armazém, uma placa de bronze onde se lê: "Aqui nasceu, viveu e trabalhou vovô".

terça-feira, julho 11, 2006

Microcosmo

Às vezes, toda a nossa existência se resume a abrir os olhos de repente ao sentir aquele hálito morno na nossa nuca - seja ele do amante, do filho ou do cachorro.

A la carte

Hoje dei um upgrade no "sabor artificial de fumaça": almocei salsichas sabor pizza paulista - o que quer que isso seja.
Ah, que saudades da comida da Otília...:o)

Mundo sobrenatural

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Esse é o mapa do projeto Fool's World Map . O autor é um japonês a quem, em 10 de fevereiro de 2004, um texano perguntou quanto tempo demorava para se chegar de carro dos EUA até o Japão. Aí, o japonês teve a idéia de fazer um mapa do mundo conforme a imagem que pessoas como o texano tinham na cabeça.
O mapa foi se formando a partir dos comentários de quem acessava o site do projeto. Depois de dois anos, o mapa ficou pronto... e é hilário. Tem até a Atlântida e Mu. A sandice é interminável.
Dica do Blue Bus.

...

Certas coisas jamais deveriam ser ditas.

segunda-feira, julho 10, 2006

...

E o dia para mim findou-se.
Até amanhã. Que ele seja melhor.

...

Tem vezes em que eu gostaria de ter a coragem e a falta total de senso para esmurrar a parede até ferir o punho, fraturar o pulso, quebrar meu braço, substituir a dor emocional pela física.
Ah, sim, este é um dia ruim. Muito ruim.

Problema, sua senhora e os probleminhas

Então o problema é o seguinte:
Preciso de dois livros em inglês: "Genius", de Harold Bloom, e "D. Casmurro" do Machado de Assis. Sim, precisam ser edições em inglês.
Alguém tem alguma idéia - ou amigo, ou contato no mercado negro, ou conhecido mula do tráfico internacional - de como posso adquirir esses dois livros sem ter que recorrer à Amazon & ao meu cartão de crédito?
Porque eu não quero vender nenhuma das meninas para adoção.

Update: Agradeço a todos que estão tentando me ajudar, mas é que eu não botei que preciso dos livros em versão real.
Desculpa, aí.

Enquanto você não vem...*

Na sexta-feira, recebi o resultado da batalha judicial pelo apartamento do meu avô. Meu pai distribuiu o que havia dentro do imóvel entre os filhos, e a parte que me coube compunha-se de: dois sofás (dois e três lugares); duas cristaleiras; dois pequenos móveis (um deles, da casa original dos meus avós, recebido em herança dos meus bisavós; data estimada: 150 anos); uma cama de casal; uma máquina de lavar; uma esteira elétrica; louça e panelas diversas; um bufê de sala de jantar, com três portas; uma televisão de 20 polegadas; um videocassete.
A mudança, prevista para chegar às 10h, desembarcou escadarias acima às 15h. No sábado, não conseguia erguer os braços - luxei os dois ombros, arrastando os móveis. Estou com manchas roxas pelas pernas e com as costas doloridas.
Agora, é arrumar a bagunça que ficou.

* Programa engraçadinho do People+Arts

Eu confesso que...

... fujo de algumas pessoas. Gente que eu sei que, cruzando meu destino, mudará a minha vida e nada mais será igual.
E eu sempre tive, a despeito de ter pedido o divórcio, saído de casa cedo, feito tatuagens e trocado de emprego umas quatro vezes por espontânea vontade, um medo mortal de mudanças.

Gentilezas

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Eu não agradeci: obrigada pela flor. Não sabe o bem que me fez.

...

Meu coração hoje está doendo terrivelmente. Estou sentindo um peso dentro do peito e não sei a causa.

quinta-feira, julho 06, 2006

Wonderful day

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Por absoluta falta de tempo, não contei o almoço maravilhoso que tive na terça em Niterói. Tudo bem que o que eu mais me lembro é da viagem de barca na ida e na volta (parece criança que, perguntada sobre o que foi mais legal no passeio, responde "O ônibus"). Mas rever Niterói já valeu a tarde.
Encontrei morando em frente ao mar uma daquelas criaturas abençoadas. Além da comida saborosa (fricassê com arroz e batata palha, salada e, de sobremesa, pudim de leite!), ganhei uma tarde preguiçosa e cheia de atenção, carinho e amizade - nunca havíamos nos visto, mas não pareceu.
Só posso agradecer o dia maravilhoso, que se completou com um entardecer visto do meio da Baía de Guanabara.
Muito obrigada, Samara. E mande lembrança àqueles dois, como é que eles se chamam?
Ah, Cristiane e Paulinho.

quarta-feira, julho 05, 2006

Há cinco anos

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Era uma quase madrugada como qualquer outra - porque você se levanta antes de o sol aparecer. Nós duas sentadas na mesa da cozinha, eu dando seu mingau e você cabeceando de sono. E então eu comecei a falar bem animada para ver se você acordava. Lá pelas tantas do meu palavrório, você levantou a cabeça, olhou em torno e, de olhos bem arregalados, perguntou: "Mamãe, você está falando com quem?"
Eu a-do-ro apertar todas as suas dobrinhas, todas as suas redondezas. Seu abraço gordinho cura todas as minhas feridas, tristezas, decepções e incertezas. Eu sei que você não é muito chegada às minhas tatuagens, meu cabelo avermelhado, as saias que sua madrinha faz pra mim ou aos sapatos doidos que às vezes a mamãe compra.
Se o estilo da Zé Colméia é um minimal contemporâneo, você é romantiquinha. Sua fantasia predileta, agora, é a de Julieta - a que você vestiu ontem, com brincos e gargantilha de strass e mais as quatro pulseiras de pérolas (sem contar a coroa, com aquele diamante amarelo absolutamente poderoso).
Ver você se alimentar é uma lição de gastronomia que até os séculos de boa mesa dos franceses desconhecem. Você não come: degusta, seja uma fatia de queijo no lanche ou a feijoada completa que a vovó faz. Ah, eu sei que te prometi comprar churrasquinho na volta da escola - mas eu engano sempre, arranjo uma desculpa e te empurro pra frente, longe do cheiro tentador dos espetinhos de carne de gato.
Mas, a despeito de você ser manhosa, teimosa ou geniosa, você é, acima de tudo, a lua amorosa que não deixa meu quarto ficar escuro à noite. Você não é ensolarada como sua irmã, cujo sol ora nos queima de tanto amor, ora é encoberto por nuvens negras que deixam tudo frio e úmido. Sua luz é mortiça, perolada, morna e constante. Sempre está lá, atrás das suas bochechas rosadas, dos seus olhos macios, e faz com que você seja a única que conseguiu, com um abraço bem apertadinho, fazer seu velho avô seco e reservado encher os olhos d'água de emoção.
Mamãe te ama muito, e agradeço cada minuto que tenho você ao meu lado. Feliz aniversário, Catatau. Que você ganhe todas as Barbies e pirulitos que deseja na vida.

terça-feira, julho 04, 2006

E aí então

E então a gente combina assim:
Eu não posto mais nenhum comentário nos blogs dos amigos porque meu computador se recusa a abrir popups.
Legal, né?
Agradecimentos à Microsoft: depois de muito penar, descobri que isso é resultado de atualizações de segurança que fiz. Agora, só um programador para resolver.
Bom, não?
Pois é.

"Pensamentos despenteados..."*

Um belo texto sobre Rubem Braga (aquele que soube ver o Rio de Janeiro como ninguém), escrito pelo Gabriel Perissé.
Muitos jornais gostam de dizer que têm, entre seus colunistas, novos "Rubem Braga".
Tolinhos.

* "... para dias de vendaval": esse é o lema do Burburinho, revista digital do meu querido amigo.

segunda-feira, julho 03, 2006

La vie en lys

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Uma flor-de-lis no ombro direito, bem na frente. Um ramo que sai dela e desce pelo braço, se desdobrando em ramos menores e em folhas delicadas.
Essa é a minha nova tatuagem. Amei. O tatuador me ligou: pediu para eu ir lá daqui a 15 dias porque ficou tão bonita que ele quer fotografar para botar no book dele.
É, eu tô podendo. Pelo menos, até a euforia passar.