segunda-feira, maio 15, 2006

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Não é uma crítica, não é uma reprimenda raivosa. Eu só estou de mau humor. Mas respondendo à questão se meu ex-marido é rico:
Quando éramos casados, para dar conta das despesas tínhamos, juntos, três empregos e dois frilas. Hoje, separados, ele contribui para a metade das despesas como sustento, educação, saúde, vestuário e outros gastos das minhas duas filhas com 30% do que ele recebe de salário - os outros 35% ele dá para a outra filha, do primeiro casamento, cuja mãe mora em casa própria, tem carro (comprado com o dinheiro da pensão) e ainda todas as despesas por fora cobertas pelo ex-marido generoso, como transporte escolar e inglês para a menina. Ele diz que só fará a revisão da pensão quando sair o nosso divórcio, que se arrasta há dois anos.
Ele mora com a mãe (ou com a namorada; ele não se decidiu ainda onde vai morar, aos 45 anos; por isso, ainda mantém suas coisas nessas duas casas e mais na minha, na da minha mãe e na do irmão dele). Vai e volta de carona do trabalho. Faz frilas que rendem, no barato, o dobro do que ele ganha - mas que ele não conta na pensão, porque é pago por fora, e não com contracheque.
O argumento preferido é: "Mas eu contribuo com 65% do meu salário com pensão. Preciso de dinheiro para viver, ter vida social".
1 - Minhas filhas não recebem 65% do salário dele. Recebem 30% do que está no contracheque dele, sendo que a maior parte cobre a mensalidade da escola. Assim sendo, pelo raciocínio dele (e que ele já verbalizou) as meninas comem na escola - e nada mais. Os R$ 300 que sobram devem cobrir a metade do que elas gastam com roupas, comida em casa, remédios, sapatos, material escolar, empregada, transporte escolar etc.
2 - Se eu estabelecer no acordo do divórcio que eu também vou dar 30% do que eu ganho para o sustento das meninas, estou curiosa para saber quem o juiz, que aprovou essa divisão cretina, vai determinar que trabalhe feito um condenado para cobrir o restante das despesas das crianças que superam em quatro dígitos essa soma de 30% + 30%.
É desse jeito, senhoras e senhores, que ele consegue alugar uma casa em Teresópolis, viajar para o sul da Bahia para fazer um curso de mergulho, comprar CDs e roupas novas e ir ao cinema toda a semana - e eu vivo com três empregos, dívidas e vida social zero. É o castigo por eu ter me atrevido a pedir o divórcio.
Bem-feito pra mim. Deveria ainda estar com ele, apanhando bem quietinha.

4 comentários:

Anônimo disse...

Você fez o certo.Não esqueça disso nunca. Por você, pelas meninas.
Teu amor é bom, o dele é torto.
Continue querida, tenho orgulho por você.

anouska disse...

suzana, que tal ignorar comentários anônimos? você está certíssima, nada a declarar.

Anônimo disse...

Suzana,
Se conselho fosse bom a gente vendia e eu nem te conheço, mas lendo o seu relato fico com vontade de dar uma sova bem dada nesse seu ex-marido, então lá vai meu conselho: NUNCA questione a decisão de ter pedido o divórcio, afinal um banana desses não merece uma mulher forte e batalhadora como vc. E sinceramente, acredito na máxima "aqui se faz, aqui se paga" - pode ter certeza que um dia isso voltará tudinho pra ele! Um beijo e te desejo muita força, pq aguentar uma barra dessas é pra poucas!

Anônimo disse...

Nossa, cada vez que entro aqui fico convencida de que o melhor é continuar como estou mesmo. Sem marido, sem filhos, sem cachorro, mas com as contas pagas e o direito de ir e vir garantido. Eu heim... que medo!!