Ao sol
No varal de roupas
Vou estendendo os meus amores, minha vida
Primeiro foram as camisas
pequeninas, bordadas, preciosas
As fronhas brancas, os lençóis
de bichos e flores
Depois vieram as calças furadas
nos joelhos, os vestidos manchados
das primeiras tintas
dos primeiros rabiscos
da primeira infância
E quando as meias já
se viam na rua de baixo
surgiram novamente
as mesmas camisas pequeninas,
os mesmos lençóis de bichos, de flores
a secar no fim da tarde
No varal de roupas
penduro todos os dias
meus amores, minha vida
Porque as camisas pequeninas
se vão; vão-se os lençóis
de bichos, de flores
Mas o perfume das tuas roupas
estará sempre ali
Cresçam os lençóis
Os vestidos manchados
das primeiras tintas,
dos primeiros rabiscos
A primeira infância será da geração seguinte
Mas a minha vida
o meu amor por ti
estará ali, sempre à mostra
no varal onde pendurei
Meus amores, minha vida
(Escrito quando minha querida e amorosa caçula chegou a esse mundo :o)
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
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Um comentário:
Tão lindo, que espero fervorosamente que você ao relê-lo ainda sinta a mesma emoção, que teve ao compô-lo.
Só coração.
Fiquem bem. Fique assim.
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