
Há um certo masoquismo em entrar nos sites das editoras estrangeiras. Sinto-me como deve se sentir um astrônomo que faz aquela conta do Carl Sagan e descobre que há bilhões e bilhões de estrelas e planetas por descobrir - e ele não vai viver o bastante para ver nem um zilionésimo dessa conta.
Aproveito a hora do almoço para fuçar bibliotecas estrangeiras, editoras, livrarias especializadas. E lamento o quanto eu deixarei de ler depois de morrer e reencarnar mil vezes. Conheço pouco da literatura árabe contemporânea. A literatura que se faz na Coréia, na Índia, na Iugoslávia. Na Indonésia, na Islândia, na Rússia. Literatura adulta, bem entendido. E a infantil? O que enche os olhos das crianças africanas, australianas, paquistanesas? Chinesas, venezuelanas, dinamarquesas?
Todos aqueles livros absurdamente maravilhosos que jamais ganharão uma tradução em português. Histórias que poderiam paralisar a alma, suspender o fôlego, trazer a avalanche de volta ou soterrá-la definitivamente. Isso me dá uma tristeza tão grande...
2 comentários:
Yep, também penso nisso às vezes. Mas não me frustro, pq sei que a própria Fagundes Telles já disse isso uma vez, em entrevista qq. Que sua maior frustração é saber que, nesse exato momento, milhares de livros no mundo todo estavam sendo editados, brilhantemente ilustrados, e ela não teria acesso a eles. Fazer o quê? Contentar-nos com os que nem temos tempo para ler...
Abçs, querida.
Ai que lindo, Suzana.
Adorei o blog. Voltarei.
Postar um comentário