quarta-feira, setembro 10, 2008
Um degrau por dia
Nos longos períodos sozinha em casa,
passavas café, logo tu
que não gostavas de café.
O cheiro de café
diminuía tua solidão.
[...]
Arredondo os preços por baixo,
para não causar atrito
e inveja.
Me vendi por menos,
me comprei por mais.
[...]
Penso ter vivido o que escrevi
e deixo de viver porque está escrito.
Minha letra não torna meu
aquilo que anotei.
Fabrício Carpinejar
Separar-se é um dos atos mais complicados da vida. Envolve coragem e covardia, egoísmo e despreendimento, amor e ódio, fracasso e sucesso; mas, acima de tudo, a certeza de que nascemos e morremos sozinhos. A estrada é nossa, e ninguém pode caminhar por ela a não ser nós mesmos.
Para você, cujos olhos já encarei; para você, a quem abracei virtualmente; e para você, que começou agorinha a conquistar minha afeição: tudo passa. Então, isso também vai passar.
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3 comentários:
Grandes tormentas, desastres naturais, acidente na porta do colégio, peste; imaginamos possível todos serem acometidos, mas nós? Maldito ego, terrível pseudo superioridade que julgamos ter, já que, afinal, ninguém mesmo está livre de nada. Quer saber? Resolvi não lutar mais contra a angústia, contra o medo de um futuro incerto (todos não são?). Dei as mãos à minha dor, chorei, acendi um cigarro (companhia descartada há 2 anos), abri um vinho caríssimo, daqueles que a gente guarda para os momentos especiais. Momento mais oportuno, não há. E, por uma fração de segundo, deixei de ter medo. Estou subindo o primeiro degrau, a escada é longa, mas um dia eu chego lá. Só queria que soubesses que contribuiste para isso, pq caminhar sozinho é ruim demais. Não tenho (nem poderia ter) palavras para agradecer um apoio que, de tão despretensioso, chega a emocionar.
De quebra, ainda ganhei, além do hábito de ler excelentes textos por aqui, a descoberta de alguém que, assim como nós duas, também sofreu um bocado: Carpinejar...
Até...
lindo post
Força, moça!
Força.
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