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Chega uma hora em que não temos mais nada a dizer. Triste. Faz tempo que eu não tenho o que dizer. "Então fique de boca fechada", já dizia a minha avó. Mas esse limbo existencial não é bonito, não é pitoresco, não é divertido. É um tédio. Porque eu sempre fui acostumada às grandes paixões, aos dramas intensos, à adrenalina "o que vai acontecer agora", ao amor que arrebata, ao frio na barriga. Sempre fui acostumada ao diferente. A diferença hoje é que tudo é sempre igual - e eu não estou me importando muito.
Claro que tem o meu negócio, o buraco no teto do meu quarto, o tumor do meu pai, os planos para amanhã - não O Amanhã, mas o dia seguinte a este. Eu olho o que as outras pessoas escrevem e digo puxa ele está vivendo, ela está progredindo, eles estão se divertindo. Olho a lista dos seguidores e não consigo imaginar por que diabos Zander Catta Preta é meu seguidor.
Ontem achei meu mp3 sumido há uns bons três anos. Viva eu.
Chata, a vida.
Um comentário:
Nem todo mundo que parece está de fato vivendo, progredindo ou se divertindo. Na prática as coisas são assim, quase todas chatas.
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