quarta-feira, abril 28, 2010

Saudade

Acordei muito cedo com um torpedo da Cristiane. Sentei na cama, respondi e chorei. Porque a gente se põe no lugar do outro que está sofrendo, tenta sentir o que ele sente e pensar numa maneira de amenizar aquela dor que, no fim, é o que nos molda na vida, por mais clichê que pareça.

Dói mais ainda porque olhamos nossos pais e não percebemos que os dedos se entortaram - exatamente pelo caminho que os seus já anunciam - os cabelos embranqueceram, a pele tornou-se papel de seda. São nossos pais. Não podem simplesmente deixar de ser só porque nossos filhos experimentam o que é nosso, cobiçam nossa vida e nossas liberdades de dormir tarde e jantar amendoins. São nossos pais. Eles são - verbo que não se conjuga, jamais, no pretérito, mesmo que ele tenha sido perfeito.

2 comentários:

Ana Cecília Moura disse...

Nossa, que lindo seu texto. Sempre me emociono quando passo aqui...

A dor nos molda à vida, sim. Cruel, mas verdadeiro.

Saudades suas.

cris disse...

Oi, minha querida amiga. Distante, mas sempre comigo de alguma maneira. Pode ter certeza de que teu carinho atravessou a baía e veio me consolar aqui, de pertinho. Fique bem você também. Pode ter certeza de que torço por você. Bjs