sexta-feira, junho 29, 2007

Daft hands

Uma das coisas mais idiotas e mais legais que eu vi nos últimos tempos.
Dica do Mizarela, que ainda me deve a receita de baconzitos com leite condensado :o)

quinta-feira, junho 28, 2007

... vale por duas

"- Peraí! Peraí! Deixa eu pegar a câmera de vídeo! ... Pronto! Pode falar!

- Tá bom, eu primeiro: mamãe, eu prometo que você vai poder sair comigo e com o meu namorado (mesmo que ele não seja mais o Gugu) quando a gente for passear.
(Até de mão dada, Catatau?)
- Até de mão dada! Vamos ao cinema, ao teatro, andar de bicicleta, ao McDonald's. Você sempre vai comigo, tá mamãe? Sempre. Eu PRO-ME-TO!

( E você, Zé Colméia?)

-Ah, mãe, tá bom! Eu prometo que quando viajar com o meu marido (que pra viajar tem que ser marido, né mãe?) eu prometo que quando a gente for visitar o país da Cinderela e da Bela Adormecida e do Peter Pan e do Corcunda de Notre Dame eu vou levar você. Já pensou, mamãe? A gente vai ficar num hotel e a gente pede uma cama enorrrrme e a gente pode dormir todo mundo junto, né? Numa cama grandona! Vai ser muito legal, né mamãe?"

É assim que se faz. Aprendam.

segunda-feira, junho 25, 2007

...

Eu queria muito amar de novo.

sexta-feira, junho 22, 2007

Fotógrafos I - Bill Steber



Baptism II, Moon Lake, MS, 1995



Elder Roma Wilson



Bentonia Blues

quarta-feira, junho 20, 2007

Há oito anos



Foi um ano difícil pra você - não foi, querida? Eu sei que foi. Você estava sofrendo muito por dentro, o desenrolar do divórcio chamuscando seu coraçãozinho cada vez com mais força, mais voracidade. Mas você resistiu bravamente. A cara zangada, os gritos, a agressividade, aqueles "Eu ODEIO você!" cuspidos para mim e para sua irmã - tudo isso desaparecia quando o seu cachorrinho brabo, que tão ferido estava, se escondia na casinha e a menina assustada se enroscava nos braços da sua irmã para dormir e chamava baixinho "Mamãe? Pode ficar aqui comigo um pouquinho, por favor?"

Nesse ano que passou você chorou muito - e eu chorei com você. Nós discutimos, brigamos, nos abraçamos e tateamos através dessa escuridão tão negra, muitas vezes tendo como guia apenas a luz cálida do sorriso confiante e amoroso da sua irmã. Aprendemos muito, erramos bastante, mas nós duas crescemos e compreendemos que, infelizmente, não se pode viver sem dor - e que o segredo é não lutar e deixar que ela venha, faça seu serviço... e vá embora.

Precisamente às 19h30m do dia 20 de junho de 1999 você chegou. Revirou tudo, dividiu minha vida em dois, me deu o que sou hoje. Aos oito anos, você é uma menina esbelta, pequenina, de mãos delicadas e dedos longos, pele macia e gênio forte. Se diz moderna, adora coisas diferentes, mas no fundo ama rosa, flores e tudo o que é romântico. Sua dureza é sua armadura para enfrentar o que mais fere você.

Mas quando você se senta - em qualquer lugar que seja - com aquele caderno já tão despencado, seus lápis de cera em pedaços e uma imaginação que não cabe num universo, eu disfarço, paro de fazer o que quer que seja só pra olhar pra você. Porque eu sei que dali vai surgiu uma história encantadora, uma roupa maravilhosa (que sua madrinha vai querer produzir), um retrato, sua alma.

Já desisti de tentar mensurar o meu amor por você. Ele enche tudo o que conhecemos e o que ignoramos quando eu me deito ao seu lado, no escuro, e fico ouvindo sua respiração, seu coração finalmente relaxar e entregar-se. Feliz aniversário, querida Zé Colméia. Que tudo o que você deseja se realize - inclusive ter, um dia, o seu unicórnio.

segunda-feira, junho 18, 2007

Eu também confesso que...



... tenho vontade de rir (às vezes histericamente) quando:

* Ouço as palavras "repouso" e "absoluto" numa mesma frase;

* Vejo o terraço e as varandas que levei 1h10min para lavar sendo confeitados em menos de 10 segundos pelos cachorros;

* Descubro que aquela calça de tactel do uniforme que custou R$ 45 voltou do dia de estréia com uma cratera onde, de manhã, havia o lugar para o joelho;

* Começo a fazer um bolo e todos os ovos (da caixa comprada no dia anterior) estão podres;

* Dou uma bronca na Catatau e ela liga o modo "olha-como-eu-sou-fofa";

* Descubro que a alcatra tão fresquinha, tão limpinha e tão inédita lá em casa sumiu da tábua de carne em nanonésimos de segundo - e a porta da cozinha estava aberta. E os cachorros misteriosamente sumiram do mapa.

* Dou uma fulminada interrompida na Zé Colméia:
"Porque você bateu na sua irmã você está PROIBIDA de..."
"Te amo tanto, mamãe!"
"... mexer... no DVD..."

* Escuto pela trocentésima vez da mesma velhinha a quem eu agora devo respeito só porque ela é velhinha: "Mas quando vocês vão largar de besteira e reatar esse casamento, hein?"

(Mas já avisei pra minha mãe que, madrinha dela ou não, na próxima eu vou mandar, muito educadamente - é claro - a velhinha tomar naquele lugar. Se ela vai entender ou não, aí não é problema meu.)

Eu confesso que...

...sei todas as músicas das Cheetah Girls de cor. E do High School Musical também. E nas festas infantis eu danço com as meninas as coreografias que ensaiamos em casa.

Ah, sim, muito exibida. Demais da conta.
Mais olha aqui as minhas rugas de preocupação...

quinta-feira, junho 14, 2007

Por algum lugar



"Where shall I begin, please your Majesty?", he asked.
"Begin at the beginning," the King said gravely, "and go on till you come to the end: then stop."

quarta-feira, junho 13, 2007

Bem-vindo ao novo século

Eu tenho 40 anos, já em vias de fazer 41. Preparo originais para grandes e médias editoras. Atualmente, estou escrevendo, por encomenda, quatro livros de não-ficção.

Fui repórter, chefe de reportagem e editora de um grande e de um médio jornal. Já trabalhei numa grande produtora de filmes, vídeos e comerciais; já chefiei a criação de dois megaportais na internet.

Já fui assessora de imprensa de uma multinacional de bebidas, de uma rede de resorts, de uma cervejaria, de um mega laboratório farmacêutico - todos ao mesmo tempo.

Sei planejar, escrever, montar e editar um site, uma revista ou um jornal - de que tamanho (e tiragem) for. Faço edição de som e imagens - vídeo, filme, fotos.

Sei cozinhar o trivial e o refinado. Cozinho para dois ou para duzentos. Planejo eventos - de qualquer tipo, mesmo que seja preciso (como já foi uma vez) conseguir botar um veleiro para navegar bem no miolo de Minas Gerais.

Estudo, pesquiso, me atualizo. Uso a maioria das geringonças modernas - seja que máquina ou programa for. Danço flamenco e canto o erudito. Na vida já tive aulas de helicóptero e saxofone. Sei fazer culturas biológicas em placas de Petri ou análises num espectrômetro de massas; entendo perfeitamente bulas de remédios e tenho um diploma da Cruz Vermelha dizendo que sou apta (com louvor) a ressucitar cardíacos, afogados e acidentados.

Cursei duas faculdades. Falo e escrevo bem, além do meu idioma, francês e espanhol. Falo e escrevo razoavelmente bem (porque aprendi sozinha) inglês. Tenho pós-graduação pela Fundação Getúlio Vargas e três mil livros.

Sou legal, né? Contemporânea, atualizada, up to date. Só que há um mês comecei com uma tosse chatinha. No começo seca, depois não mais. Tomei litros de xarope, fiz horas de nebulização. E a tosse chatinha, lá no fundo do pulmão, não foi embora. Na sexta, tive um acesso tão violento que tossi quase literalmente até desmaiar. Já sentindo vertigens, larguei o trabalho e corri para uma clínica-hospital, do outro lado da rua. Depois de me cutucar e auscultar, perguntar até os hábitos alimentares dos primeiros australopithecus que usaram meu sobrenome e fotografar meus pulmões, o médico foi taxativo: tuberculose.

"Ah, mas não se preocupe. Isso matava antigamente, no tempo do José de Alencar, viu? Hoje tem tratamento rápido e você vai ficar nova!"

Bom ser atendida por um médico letrado que leu José de Alencar - tão moderna e culta eu sou, a tísica. Deus, até a palavra é velha.

quarta-feira, junho 06, 2007

No meio do dia

Tem momentos na vida em que parece que você precisa sentar... e esperar. Em que o "E daí?" parece ser a resposta pra tudo. "Não consigo pagar minhas dívidas". E daí? "Não tenho nenhum ânimo para trabalhar". E daí? "Queria tanto voltar a fazer minhas aulas de canto, dançar novamente flamenco." E daí? "Preciso arrumar minha casa, organizar meus livros, limpar meus armários." E daí? "Preciso me sentir vulnerável, pedir ajuda quando for preciso, parar de bancar a orgulhosa, entregar os pontos, admitir algumas derrotas, mostrar-me falível". E daí?

"Minha saúde anda falhando demais". E daí? "Preciso entender se realmente gosto do que faço". E daí? "Preciso ganhar dinheiro com algo que me dê prazer." E daí?

Preciso simplesmente parar. PRECISO. Mas a culpa pelas contas atrasadas, pelas responsabilidades não cumpridas sempre aparece pra dizer: "E daí que você precisa parar? Você acha que alguém se importa com o que você PRECISA? Não, porque você TEM QUE. É isso que suas filhas esperam, seus clientes esperam, seus pais esperam. Todos esperam que você FAÇA. E daí que você precisa sumir e reavaliar tudo o que você tem feito, vivido, sentido? E daí?"

E daí?

segunda-feira, junho 04, 2007

Um minutinho!

Eu volto. Prometo.
Peraí.

Ouvindo por aí

Adoro quando no meio da música tem um solo de gaita. Rock, bem entendido. Ou R&B.
Adoro.