Que a burocracia é um atraso de vida, todo mundo já experimentou um dia. Eu mesmo tive que dar um siricutico na empresa de plano de saúde do meu pai quando tentei cancelar o plano dele. E agora minha mãe tem enfrentado um calvário tendo que atualizar sua situação de viúva. O problema maior (e que as empresas se recusam a entender) é que o sítio dos meus pais não tem endereço. É tão simples! Olha só: não tem endereço. Serve coordenada geográfica? É a única coisa que tem na escritura.
Para resolver esse problema, quando eles foram morar lá alugaram uma caixa postal nos Correios. Mas parece que caixa postal não é endereço - e por isso minha mãe não recebe a conta do celular há meses (aliás, meu irmão se passou pelo meu pai - que estava recém-operado - para conseguir cancelar a internet). E a empresa ainda se acha espertíssima: em vez de mandar a conta para a Praça Getúlio Vargas, em Nova Friburgo (onde fica a agência central dos Correios da cidade), manda para a Avenida Presidente Vargas, no Rio (onde fica a agência central dos Correios do Estado do Rio de Janeiro). Sem contar os torpedos do banco: "Favor atualizar cadastro, problemas com faturas do cartão de crédito" (estão no débito automático porque minha mãe só usa para emergências).
- Mãe, não vai atualizar o cadastro?
- Peraí... Deixa eu ver... Pelas minhas contas, já atualizei nove vezes. Chega, né?
Enfim; a batalha agora é travada no campo do comprovante de residência, O único boleto que chega lá é a da companhia de energia, e no nome do meu pai. A empresa de energia é de Bom Jardim - o sítio fica 60 metros depois da divisa entre as duas cidades e, como é energia rural (com subsídio, porque no sítio tem plantações e criação de peixes), meu pai teria que ir lá para mudar a titularidade da conta, ou mandar um procurador com uma procuração. Ou seja, necas.
Resumindo, para acabar com isso eu procurei o sítio no Google Maps para imprimir a imagem e minha mãe estar levando na bolsa para estar mostrando às atendentes. Levei duas semanas, mas achei. Vê se você enxerga:
Verdão, né?
quinta-feira, janeiro 17, 2013
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5 comentários:
Queria não ter um endereço também, assim as contas não chegariam e isso seria ótimo, hehe. O lugar também parece bem lindo.
Boa sorte, tomara que aceitem o mapa.
Você tem que ver isso na Prefeitura, na Secretaria de Obras, para eles atribuirem um nº ou mesmo um endereço. Já vi assim: Estrada tal s/n (sem número) ou Lote tal, quadra tal na rua tal (quando a construção não está averbada ou não tem o habite-se). Dessa forma, sempre pensam (Oficial de Justiça, por exemplo) que é fraude, dá muito problema. Talvez nem a construção da casa esteja averbada na escritura por causa de falta de habite-se, algo assim. Isso vai dar trabalho, mas acho que vale a pena tentar resolver.
Gabriela, o sítio tem Habite-se e tudo o mais (senão não teria como ser vendido conrretamente). Na realidade ele tem um "endereço" - Estrada do Ribeirão do Capitão s/n, e como é no meio do nada o CEP cobre cerca de 15 quilômetros de estrada. Nem os Correios vão lá - só chegam a uma vendinha que fica a quase um quilômetro de distância. (o único imóvel com o tal CEP, além do cemitério em frente, onde meu pai está enterrado). Por isso a gente diz que o sítio não tem endereço - não tem ponto de referência, nada. É literalmente no meio de lugar algum.
Minha casa também era assim, por isso que eu te falei. Agora tem um endereço, mas o CEP é da estrada principal.Sempre eu tenho que ficar explicando o meu endereço porque se eu encomendo alguma coisa a loja barra e me manda email dizendo que o CEP não bate e aí eu tenho que dar toda e explicação de a rua não ter CEP etc.
Sei bem o q é isso. Morei 23 anos num sítio que tbém não tinha endereço. a correspondência era entregue na cidade mais próxima, num comércio antigo na avenida principal. Tudo na confiança. A gente ia lá uma vez por semana, procurar numa caixa de sapatos que ficava em cima do balcão! Pode isso? Adoro o que vc escreve!
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