quarta-feira, agosto 27, 2008

Achados & perdidos



Aqui chove como castigo de Deus. Muito. Estia um pouco e eu corro a tirar a roupa do varal, antes que o vento úmido molhe tudo outra vez. E torna a chover. Cada pingo estala nos vidros com uma força que forma como que rodelas de abacaxi nas janelas.

Quando estiar novamente alimento os cachorros. Enquanto isso, as meninas botam cinco anos de brinquedos, quinquilharias, enfeites de cabelo, roupas de boneca, lápis e gizes de cera, revistas e bichos de pelúcia por toda a casa. Não há mais chão visível. Tropeça-se em Pollys, Barbies, peças de quebra-cabeças e tijolinhos de Lego. Valha-me Deus.

Estou esperando as compras do supermercado que fiz ontem pela internet. Aproveito a ilha de paz que todo momento de caos proporciona para cerzir as meias das meninas, pregar botões e consertar estragos nos uniformes do colégio. E, enquanto faço isso, penso em ti.

A quem eu escrevi isso? Não me lembro. Só pela data do arquivo, sei que já faz muito tempo.

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