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Ela usa vestido. E só isso, por si só, já aumenta o meu respeito por ela. Eu admiro mulheres que usam vestido. Vestido, não um pedaço de pano, colado e justo que algumas etiquetas estrangeiras dizem que é vestido. Eu admiro mulheres que usam vestido. Admiro e desejo. É uma tarde agradável, num dia em que pessoas que tem trabalho normal estariam trabalhando. Eu não trabalho. Não preciso. Eu fico jogando umas perguntas para tentar descobrir algo a mais sobre ela. Ela usa vestido, óculos escuros e é inteligente o suficiente para não demonstrar o quanto. Calmamente o encontro agradável vai se tornando um jogo. Eu a quero, pelo fato de ser uma conquista admirável. Ela sabe. Percebe fácil. Ela é tão inteligente que só descubro que estou armando alguma coisa, depois dela. Ela me joga, de maneira sutil, que percebeu minhas intenções. E foi só aí que percebi minhas intenções. Isso aumenta mais a vontade. Nós dois estamos jogando. Nós dois estamos interessados um no outro, mas, para os dois, o prazer da disputa é maior. É um belo jogo de gato-e-rato. Pena que não haja nenhum rato entre nós.
Ronaldo Ventura (porque ele, infelizmente, não tem arquivos de posts)
Um comentário:
Ele tem tudo arquivado, Suzana, mas tem que saber procurar!
;o)
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