quinta-feira, julho 21, 2011

Fim do primeiro tempo

Errrrrrrrrrrrgue os braços o árbitro e aponta para o meio do campo! E assim terminam os primeiros 45 anos do tempo regulamentar desta partida sensacional, mas ainda sem gols! Vamos agora para um breve intervalo e voltaremos já com os melhores momentos de Suzana x A vida!

terça-feira, julho 12, 2011

...

Conta de luz nas alturas.
TV ligada juntamente com o aparelho de som.
Cachorros excitadíssimos.
Uma refeição que começa às sete da manhã e termina às dez da noite.
Abre-e-fecha de geladeira sem parar.
Trabalhos atrasados. Muito atrasados.
Agenda social concorrida.
Vontade de sair pela porta e voltar Deus-sabe-quando.
O Caos.
Também conhecido como férias escolares.

terça-feira, julho 05, 2011

Há dez anos



Então. É Deus na terra e Selena Gomez no céu. "Eu quero ser famosa que nem ela". Catatau fez pesquisa de opinião na escola, no prédio dos meus pais, onde foi nas últimas três semanas: o que é preciso para ser famoso? Porque ela quer aparecer na TV e ser tão conhecida como sua ídola (ela meio que balançou no desejo depois que soube que a moça apanhou feio das fãs do namorado - aka Justin Biba, como as meninas dizem enquanto eu hahahahahahahahaha!).
Hoje foi dureza arrancar Catatau da caverninha de cobertores & travesseiros onde ela se esconde nas madrugadas geladas de Santa Teresa. Mas a irmã foi mais rápida do que eu e deu-lhe um abraço morno e um beijo na bochecha quente. Porque hoje são dez anos de vida de Catatau.
Joana de mãos gordinhas que agora só aceitam esmalte preto (que, inexplicavelmente, convive muito bem com os furinhos ainda remanescentes). Catatau de cabelos quase na cintura, pernas que se pronunciam longas e já de sutiã, mas que gosta de correr pela calçada de braços esticados e punhos cerrados, dizendo que é a SuperMenina.

Feliz aniversário, minha gorduchinha. Pra mim você é muito, muito, muito mais especial que qualquer Selena Gomez - aqui ou no céu.

segunda-feira, julho 04, 2011

Pulo do gato

Mando currículos desde novembro do ano passado e só fui chamada para duas entrevistas (que não me deram nenhuma resposta até agora).
Aí resolvi optar por esconder minha idade (tem essa facilidade no site que eu assino) e disparei uma nova rodada.
Em uma semana, marquei oito - OITO - entrevistas.

Depois o povo vem querer me convencer que ter 45 anos não é atestado de quase-óbito no mercado de trabalho.

sexta-feira, julho 01, 2011

V de...



Esta semana eu quase fiz uma coisa que, tempos outros, eu sequer cogitaria: quase embolachei uma professora.
Juro.

Minha mãe foi professora por quase 40 anos. Eu assisti às aulas dela arrastada porque ela não tinha com quem me deixar (meu irmão, o caçulinha, ficava com uma avó; minha irmã mais velha, a primeira neta, ficava com a outra - e eu mifu). Enfim. Minha mãe literalmente congelava aluno bagunceiro com o olhar. Você ouvia, de qualquer lugar da sala, a espinha do moleque fazendo cracrac quando o arrepio de arrependimento subia até a nuca e ele sabia que estava mortal e irremediavelmente empacotado/embrulhado/selado/mandado pra diretoria com os meus cumprimentos.

Zé Colméia este ano é do Ensino Fundamental II, sexto ano. Nas palavras da coordenadora, deixou o segmento das "criancinhas" - o Fundamental I. Então o vocabulário, a maneira com que os professores tratam os alunos é diferente, entende mãe?

"Eu não sei como você passou pro sexto ano"
"Não sabe ler, não?"
"Nossa, como você é burra!"
"Vou mandar uma circular pedindo ao seus pais contribuição para mandar imprimir o seu certificado de ignorância"
"Tá cega?"
"Veio de fralda, hoje? Ou o seu cérebro encolheu? Com você pode ser os dois, né?"

Então eu escrevi uma carta muito bem educada ao diretor, começando com a definição de assédio moral em bom juridiquês. E desenrolei a manta sobre o meu ódio avisando que minha irmã advogada (que depois de formada há anos prestou exame da Ordem e já retirou a carteira novinha em folha) está doida pra meter um processo em alguém, depois de anos enferrujada.

E ainda ensinei à filhota: se a figura repetir o agora usual "Eu achei mesmo que você tivesse uma inteligência reduzida", pode responder (está autorizada a dizer que fui eu quem ensinou) "E eu e minha mãe achávamos que você fosse competente. Olha só como nós todas erramos."