Quem acompanha as desventuras em série de Suzaninha sabe que eu tenho três cachorros. Enfim. Tenho novos vizinhos há uns seis meses. Casal sem filhos. Com três meses reclamaram do barulho dos cachorros. Expliquei, por cima do muro, que a ocasião do ano era terrível, porque as duas cadelas estavam no cio. Mandei o povo canino lá pra frente da casa, botei mordaça no fervor masculino e passaram-se as semanas na paz. Ou, pelo menos, assim eu pensava.
Só que eu moro em Santa Teresa. E em Santa Teresa tem gato saindo pelo ladrão. Na maior parte do tempo eles não incomodam - são tantos que os cachorros nem ligam muito. Quando começa o furdunço por causa de um eu acordo e mando o povo calar a boca e o silêncio recai sobre nosso sacrossanto lar.
Ontem dois gatos começaram a brigar na rua lá pela meia-noite. Cio dantesco. Batalha campal. Gritos de guerra histéricos. Os meus cachorros - e os de toda a vizinhança (meu vizinho de baixo tem um, a mãe dele que mora em frente tem uns três, o vizinho à direita dela tem dois poodles, o da esquerda já perdi a conta de quantos) latiram a noite inteira. Todo mundo entubou porque não tinha jeito - os gatos paravam um tempo e voltavam, mais histéricos ainda.
Quatro da manhã e os vizinhos surtaram. O homem, então, passou a guinchar, urrar e socar o meu muro e as paredes. As meninas acordaram assustadíssimas, chorando e gritando. A mulher dele berrava do lado de lá do muro como se a culpa fosse só minha pelo inferno sonoro.
Tranquei os cachorros na frente da casa. E o homem continuou. Berrou na varanda da frente. Urrou por cima do muro. Socou a parede do quarto das meninas. Assustador. Tanto que os gatos sumiram do mapa. Fez-se um silêncio sepulcral.
Saí hoje de manhã e deixei os cachorros trancados na frente de casa, com medo do que ele possa fazer aos três. Eu moro naquela casa há oito anos. Nunca ninguém reclamou dos cachorros. Eles latem como cachorros latem. Mas o casal escolheu dormir no quarto colado ao muro - então até pesadelos de um dos cachorros acorda os dois.
Estou até agora sem saber o que fazer.
quarta-feira, outubro 21, 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
7 comentários:
Su, quem sabe conversar com a mulher do cara, ou com os dois, num outro momento, explicando que você tem as meninas e que mora sozinha (sem um macho pra protegê-las/ isso comove platéias) e que precisa dos cachorros pra segurança. Pode ser até uma carta por baixo da porta, explicando que não é justo que vcs, de toda a rua, mereçam toda a revolta do casal. E da próxima vez, polícia neles. Quem sabe até já pré-comunicar um posto policial próximo, de que vocês têm problema com o casal e teme uma represália etc. Por enquanto é bom mesmo deixar os cachorros num lado da casa em que não fiquem expostos. E sempre de barriga cheia pra não comer bolinha. Cruzes. Bjk.
Tenho uma vizinha que esmurra a parede da minha cozinha quando eu abro a minha torneira depois das nove da noite. Ela se diz no direito, já que dorme todos os dias neste horário e a cama dela fica encostada na parede em que fica também a minha pia.
E eu pergunto: onde fica o meu direito de lavar as mamadeiras dos meus gêmeos ou a minha louça do jantar, ou mesmo de tomar água e depois lavar meu copo?
As pessoas hoje em dia não têm o mínimo senso do que seja viver em comunidade, só enxergam o próprio umbigo.
Depois que ela me perturbou algumas vezes pelo interfone (após as dez e meia da noite!) ameacei de fazer uma reclamação no Livro de ocorrências do condomínio e processá-la, caso a primeira medida não desse resultado. A partir de então, ela se contenta em esmurrar a parede.
Putz! A idéia da carta é legal, mas pra você se resguardar de alguma maldade contra os seus animais o ideal seria fazer um BO. O problema é deixar a situação ainda mais melindrosa, eles tomarem alguma medida punitiva. A minha sugestão é tentar conversar em primeiro lugar. Nâo é só você que tem cachorro na rua.
su, as meninas tão certas. conversa primeiro; BO na sequência , pra vc se resguardar de qualquer maldade. [essa da moça aí em cima que não pode beber água sem que a vizinha esmurre a parede me deixou de cara. gente, que mundo, não? bjs
Oi Suzana!
É, as meninas diseram tudo aí em cima, concordo. Caramba, que gente egoísta, não? Os cães não latem de propósito para perturbar o sossego deles, latem porque são cães, ora!
Grande beijo, e boa sorte!
Pois eles que mudem a cama/quarto/PQP pra outro lugar já que os cães não podem aprender a cantar música de ninar ao invés de latir... Povo nojento. Queria ver se fossem eles que tivessem um nenêm se esgoelando de madrugada.
E vc mora em Santa Tereza é? Tenho ido todo final de semana por lá, visitar a minha mãe que está numa casa de repouso.
Oi Suzana, eu sempre estou por aqui mas nunca comento. Sei que voce nao pediu opiniao, mas nao resisti.
Eu concordo com todo mundo que sugeriu conversar, mas discordo veementemente de voce se fazer de mulherzinha desprotegida que tem cachorro pra garantir a seguranca. O seu vizinho precisa entender que suas filhas sao criancas e se sentem ameacadas com a reacao violenta dele. E que violencia se resolve com a policia. Enfim, voce nao e desprotegida, ele e que esta tendo um comportamento ameacador.
Espero que as coisas se resolvam em paz.
Carla
Postar um comentário