Eu jurei que não ia falar disso, porque minha vida anda tão cansativa que eu resolvi fazer do Breviário meu espaço de futilidades - mas vamos lá.
Roberto Cabrini foi preso com dez (ou 15, já li os dois) papelotes de cocaína. Disse que estava fazendo matéria. O homem podia estar fazendo a maior reportagem da vida dele. Ou levando a cocaína para um amigo às portas da morte que precisava da droga para sobreviver a um vírus alienígena. Ou ser viciado. A polícia pode ser corrupta, corrompida, negligente, ineficiente, ausente, o que for.
Nada disso importa. Cocaína é droga ilícita, e ter em seu poder papelotes de cocaína é crime. Ponto final. Cadeia, julgamento, condenação ou absolvição. Isso me lembra muito o caso Tim Lopes, morto porque foi fazer matéria numa favela sinistra para confirmar a denúncia de bailes funk envolvendo menores.
Jornalista se acha acima do bem e do mal. Acha que pode apurar crimes e se sair bem. Não, não pode. Corre risco de vida como qualquer um. Pode ser preso por infringir a lei como qualquer um. E eu sei: trabalhei em redação de jornal grande por quase 10 anos, cobrindo cidade. Já caí nesse erro e quase fui morta numa subida de morro. Repórter (principalmente que cobre cidade) acha que o crachá, principalmente de jornal importante, é salvo-conduto pra tudo, colete a prova de balas. Não é.
quarta-feira, abril 16, 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Nem sabia disso do Cabrini... Mas é isso aí, a lei é pra todos. E essas pessoas que se acham acima do bem e do mal cansam.
Postar um comentário