"Havia coisas esquisitas, como acordar com Pagu (Patrícia Galvão) ou Mário Pedrosa dormindo no sofá verde da biblioteca, depois da soirée regada à vinho nos salões da rua Guadelupe. Ou vê-los serem despertados com a chegada da gorda Odette, a chapeleira francesa de minha avó. Se, por um lado, eu não gostava de beijá-la por causa do cheiro de suor misturado com o perfume de seus extravagantes vestidos de pura seda ou crepe Georgete, por outro lado adorava vê-la pregar e arrumar as pétalas de uma flor de tecido, contar anedotas ou falar de maneira ligeira sobre moda. Ela dizia que as mulheres, depois de uma certa idade, deveriam sempre usar algo imponente: "Quando você usa um grande laço, colar, broche ou chapéu, ninguém repara no tamanho do seu traseiro!" afirmava a sábia e espalhafatosa Odette sacolejando os grandes seios com a explosão de suas gargalhadas."
Credo! Se inveja matasse meu passamento já estaria há muito na lista das missas de mês.
segunda-feira, outubro 31, 2005
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