Eu tinha uma caneta tinteiro, dada pelo meu ex-marido, com que eu escrevia cartas. Como meu casamento, perdeu-se. Muita gente pra quem eu escrevia, eu sei, não dava muita importância a isso. Mas sempre foi importante para mim. Escrever é importante em minha vida.
Cada resposta que eu dou, cada post que eu faço, cada mensagem que eu mando é importante para mim. É um pedaço do que eu sou, é o que eu quero que o mundo saiba, é o que eu vou deixar pra trás.
Procurando uma imagem para este post, encontrei a vida de Lore Dublon. Ela escreveu um diário, assim como Anne Frank e, como Anne Frank, morreu num campo de concentração. Eu só sei da sua existência porque ela escreveu. Eu só sei do que veio antes de mim porque pessoas se deram ao trabalho de escrever, escrever e escrever.
Eu não sou importante como o foram Anne Frank ou Lori Dublon (cujo diário, aliás, está no acervo do Museu Judaico de São Paulo). Mas eu quero, de alguma maneira, ser importante para as pessoas de quem gosto - ou, pelo menos, pensar que sou.
Assim, saí ontem e comprei uma caneta-tinteiro para mim. E hoje à noite, depois que as meninas dormirem, o cachorro se recolher e o apartamento silenciar, vou começar a escrever cartas.
Espero que você responda.
sexta-feira, setembro 13, 2013
quarta-feira, setembro 11, 2013
Depois
Amigo querido disse uma vez que, quando uma coisa muda na vida da gente, todo o resto da nossa existência se desloca para acompanhar o movimento. Tudo - TUDO - na minha vida está se deslocando. Eu não sei que peça foi que saltou da engrenagem e nem quando, mas tudo mudou. Principalmente lá dentro, onde a vontade de ter cada vez menos me faz olhar com desinteresse pra tudo o que é meu e me perguntar "Pra que isso?"
A vontade de viajar. De não mais pintar os cabelos. De ler e aprender o máximo que a vida me permitir. De tentar fazer coisas ousadas, doidas, daquelas que as pessoas fazem bico e dizem "mas pra que gastar esse dinheiro?" Prometer com a certeza de que vai cumprir. Ter certeza de que o esforço vai valer a pena.
Saber que nada vai ser igual ao que foi, exatamente para eu voltar a ser quem eu era.
A vontade de viajar. De não mais pintar os cabelos. De ler e aprender o máximo que a vida me permitir. De tentar fazer coisas ousadas, doidas, daquelas que as pessoas fazem bico e dizem "mas pra que gastar esse dinheiro?" Prometer com a certeza de que vai cumprir. Ter certeza de que o esforço vai valer a pena.
Saber que nada vai ser igual ao que foi, exatamente para eu voltar a ser quem eu era.
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