quinta-feira, janeiro 26, 2012

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Num dos prédios que desabaram hoje no Centro do Rio ficava o nosso escritório de contabilidade. A revista perdeu toda a sua documentação fiscal. O gerente financeiro conseguiu ligar para um dos celulares da empresa - do filho do casal que é dono do escritório - e, depois disso, ninguém conseguiu mais trabalhar: não dava para esquecer a voz do rapaz dizendo "Não sei onde está minha mãe!"

quarta-feira, janeiro 25, 2012

De volta para o futuro



Pra escrever num blog a gente tem que começar a pensar em forma de post. Pensar pra se adequar a uma ferramenta de convívio social. Parece doideira, mas não é. E a maneira como eu me sinto chegando a essa conclusão é mais doida ainda. Porque meu celular de quatro anos atrás só faz e recebe chamadas. Só. Não tem câmera, bluetooth, internet, filmadora, conexão com redes sociais, gravador, comando de voz. Não tem nem capa nem lavadora de pratos via download na página do fabricante. Não roda Android, muito menos C3PO.

Aplicativos são, para mim, tão familiares como o Códice de Dresden - pra você ver que não basta fazer esquema com desenhos coloridos. Não entendo quem quer smartphone e não consegue nem migrar a agenda de um telefone pro outro (né dona Cris?). Sou daquelas que lêem manual de instrução e bula de remédio frente-e-verso, incluindo as letras miúdas do rótulos de xampu.

Eu me sinto ficando pra trás, dando tchauzinho (só de dedinho, porque estamos já nos 45 do segundo tempo, com um pé na prorrogação) pra quem já anda em velocidade de dobra. Funcionou, tá lindo. Não precisa complicar.

Estou entrando na fase em que o cérebro progride e o corpo declina. O pensamento não acompanha a paciência, e vice-versa. Os neurônios vão, mas o resto das células ficam. É um descolamento esquisito, que só quem está nessa dimensão percebe.

Tô voando, eu sei.

terça-feira, janeiro 24, 2012

Fim do expediente

Faz tempo. Muito tempo. Mas o trabalho anda muito (graças!), as meninas estão viajando com o pai e o pedreiro botou meu banheiro abaixo, mas por uma boa causa: trocar um encanamento de cem anos. E o melhor: eu posso pagar!

Aê. A vida vai andando, e parece que 2012 vai ser um bom ano. Ninguém me disse, ninguém me contou, mas eu estou com a sensação que. As contas continuam chegando, as meninas continuam crescendo, eu continuo envelhecendo, meus pais, meus cachorros, a casa. Ficando velha sem paciência, com a pachorra de gastar as viagens de metrô analisando e me perguntando se um dia sobrará homem sobre a terra que NÃO se depile. Que deixe os braços com aqueles cabelos negros enroscando deliciosamente em volta da pulseira do relógio.

Talvez eu vá a Nova York em março, ou a Madri em fevereiro. Mas eu queria mesmo era ir pra Friburgo, ver meus pais. Ou viajar com as meninas para o sul - cê me espera, Dita?

Então. É isso. Todo mundo da revista foi embora, e eu estou triste porque não vou mais poder baixar minhas séries pra assistir em casa comendo Pringles sabor vulcão ardido. Já está ficando escuro e eu vou começar o caminho pro meu morro - criticando as roupas do mulherio no metrô, ensinando pela enésima vez pra algum turista pra que lado fica a Praia de Ipanema e pensando em como eu sou uma mulher de sorte e, hoje, feliz.