quarta-feira, janeiro 25, 2012

De volta para o futuro



Pra escrever num blog a gente tem que começar a pensar em forma de post. Pensar pra se adequar a uma ferramenta de convívio social. Parece doideira, mas não é. E a maneira como eu me sinto chegando a essa conclusão é mais doida ainda. Porque meu celular de quatro anos atrás só faz e recebe chamadas. Só. Não tem câmera, bluetooth, internet, filmadora, conexão com redes sociais, gravador, comando de voz. Não tem nem capa nem lavadora de pratos via download na página do fabricante. Não roda Android, muito menos C3PO.

Aplicativos são, para mim, tão familiares como o Códice de Dresden - pra você ver que não basta fazer esquema com desenhos coloridos. Não entendo quem quer smartphone e não consegue nem migrar a agenda de um telefone pro outro (né dona Cris?). Sou daquelas que lêem manual de instrução e bula de remédio frente-e-verso, incluindo as letras miúdas do rótulos de xampu.

Eu me sinto ficando pra trás, dando tchauzinho (só de dedinho, porque estamos já nos 45 do segundo tempo, com um pé na prorrogação) pra quem já anda em velocidade de dobra. Funcionou, tá lindo. Não precisa complicar.

Estou entrando na fase em que o cérebro progride e o corpo declina. O pensamento não acompanha a paciência, e vice-versa. Os neurônios vão, mas o resto das células ficam. É um descolamento esquisito, que só quem está nessa dimensão percebe.

Tô voando, eu sei.

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