terça-feira, julho 01, 2008

Olympia



Em 1972, Bruce Kennedy estava em Munique integrando a delegação da Rodésia que iria disputar os Jogos Olímpicos. Às vésperas da festa de abertura, Kennedy e seus companheiros receberam a notícia: por causa da política de segregação racial adotada no país, a Rodésia estava expulsa dos Jogos Olímpicos de Munique. "Haverá uma outra oportunidade", pensou Kennedy, um lançador de dardo de razoável talento.

Em 1976 repetiu-se a cena do mesmo quadro: Kennedy treinou e se preparou para os Jogos de Montreal, classificou-se na seletiva, mas dessa vez nem chegou a viajar. A Rodésia estava excluída do movimento olímpico.

Em 1977 Kennedy se mudou para os Estados Unidos. Três anos mais tarde, já naturalizado cidadão americano, classificou-se com um dos três dardistas da delegação. Pela terceira vez o destino impediu-o de participar dos Jogos, dessa vez porque os americanos resolveram boicotar os Jogos em Moscou.

Bruce Kennedy adiou seu sonho, mas não desistiu. No dia em que começaram as competições de atletismo das Olimpíadas de Los Angeles, ele estava no Coliseum. Era o porteiro do estádio.

Maurício Cardoso, "De Atenas a Atlanta - 100 anos de Olimpíadas"
Editora Scretta, 1996

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