sexta-feira, março 14, 2008

Chuviscando

As coisas se acumulam dentro da gente mas, quando chega a hora de botar tudo pra fora, não sai nada. Nadinha. Compor posts inteiros sobre o que eu assisto da minha janela. Da minha compulsão por mastigar gelo quando o enjôo bate em ondas cada vez mais tsunâmicas. Dos livros que eu estou lendo e daqueles que venho me despedindo lenta e inexoravelmente, enquanto eles se encaminham para a caixa "a vender".

Das polêmicas nos outros blogs ("Sou espírito-de-porco, mesmo? Será que jamais vou concordar com alguém? Por que me irrito tanto quando, na janelinha de comentários, todo mundo concorda com aberrações porque partiram do dono da casa? O que eu ganho botando lenha na fogueira? Calorzinho extra?"): aborto, células-tronco, brasileiro condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas, educação, animais. Chove baldes e eu continuo morrendo de frio - por dentro e por fora.

Meu cabelo anda lindo de morrer. Cheio, macio, brilhante. Cabelo certo na hora errada.

Queria ter um trecho bonito, instigante, interessante de livro idem para postar. Nada. Estou lendo minha última (3 anos) compra na Travessa: quatro volumes da coleção "Artes do livro". O da vez é "O design do livro".

Ontem sonhei que recebia um beijo - daqueles que começam um namoro. O primeiro. Aquele que a gente experimenta um monte de sensações. Foi macio, leve, quente. Acordei como quando nos acordam com um beijo. Eu poderia jurar, sob pena de morte, que foi real - que é impossível eu ter criado uma sensação como aquela.

O apartamento do meu avô está à venda. Agora é rezar para que apareçam compradores. Que comprem.

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