Cabelos jamais podem ser presos, porque são a moldura do rosto. Prendê-los só em ocasiões especiais ou quando a profa de ginástica obriga. Ou eu, porque o espetáculo de vê-la comendo com as melenas lambendo o macarrão ainda não está (nem nunca estará) em cartaz aqui em casa.
Todo dia à noite "ir pra cama" se insere num ritual sagrado: a escolha do tema. Eu mesmo não entendia o que era isso, até que eu vi com meus olhinhos que a terra há de comer. O "tema" é o que determinará toda a montação, o look, a cartela de cores, os acessórios. É a inspiração do dia que a acompanhará até a noite, quando outro tema será escolhido.
Então. "Escolhi para amanhã o tema 'flores campestres'." Isso quer dizer que rosas não entram. Os brincos são margaridinhas, as pulseiras, verdes e nude e a de berloques de joaninhas. "Não vou usar colar porque vai ficar over", mas no cabelo (solto) brilhará a fivela (uma roseta multicor feita de filó em torno de um brilhante rosa). O make é básico: lápis coral claro, sombra rosa pálido (levemente dourada, se o dia prometer sol) e, na boca, um gloss levemente rosado. Pra dar uma incrementada no visual, esmalte verde (ela aprendeu a fazer sozinha as unhas em uma tarde).
Eu tenho um moedeiro onde guardo meu rímel, dois batons e três cores diferentes de gloss, além de um lápis de olho nunca usado. Zé Colméia tem uma necessaire com uns quatro batons, um gloss e um estojo de sombras. Catatau tem uma caixa de ferramentas com maquiagem (só de lápis de olho são nove, sendo três pretos, de espessuras diferentes, para áreas diferentes do olho), acessórios para cabelo, pulseiras, anéis, brincos e colares. Tudo organizado por uso, cor e tendência.
E ela leva, todas as manhãs, dez minutos para se arrumar.
Mesmo com toda essa produção, ela sai de casa exatamente como ela é: uma menininha fofa e redonda, usando uma saia curta, esmalte preto e fivela de bolinha no cabelo. Que diz "Mãe, amo ser periguete!" mas tem vergonha de falar no telefone. Que tem eternamente três meninos brigando por ela desde os quatro anos, mas é amada pelas meninas.
Essa é minha Catatau, há 12 anos. Feliz aniversário, querida. Mamãe ainda tem guardadas muitas fivelas de ursinho - não se preocupe por elas quebrarem tão facilmente. Aqui tem mais.
sexta-feira, julho 05, 2013
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Um comentário:
E o meu Jujuba faz 11 anos hoje. Saudade do tempo que ele dizia célebro...
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