sábado, novembro 05, 2005
À beira do poço
A pior coisa que se pode experimentar é a insatisfação. Sentimento que tenho à exaustão esses últimos meses.
Sim, estou no emprego errado. E provavelmente muita coisa anda errada na minha vida, mas mudar como? Pedindo demissão e vivendo de seguro-desemprego (e por quatro meses, somente)? E para quê?
Ontem a diretora do escritório me chamou (e eu fiquei boba, porque não entendi o porquê) para uma reunião via telefone com a nossa matriz em Chicago e mais o vice-presidente de uma empresa que começou contrato conosco na segunda passada. Fiquei ouvindo (dizer o quê?) e, terminada a reunião, recebi um calhamaço de informações confidenciais sobre os planos da empresa pelos próximos dois anos (incluindo fechamento e abertura de unidades, no Brasil e no mundo).
Sinto falta dos meus livros. Sinto falta de ficar hora e meia conversando fiado e literatura por telefone com autores e jornalistas de cultura. Sinto falta de fuçar livrarias, sebos, as estantes de escritores. Sinto falta.
Mesmo ganhando mais, o salário não compensa. Não paga essa paralisia mental que anda me atormentando e que me faz ler as revistas semanais de trás para a frente. Que me fez chorar durante o trajeto de volta do Riocentro, porque eu havia estado lá não por causa de uma bienal, mas em razão de uma feira de turismo.
Sempre achei que trabalharia em qualquer coisa e tiraria prazer de todo emprego em que eu estivesse.
Erro meu.
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