terça-feira, julho 31, 2007

Eu confesso que...

Com esse frio o que eu tenho comido de chocolate é, obviamente, obsceno. Se fizer exame o médico me manda internar numa clínica de viciados em sexo - o nível de sei-lá-o-quê no sangue deve estar igualzinho.

Uniforme

No frio, pra você ser gata prest'enção: botas, calça jeans de cintura baixa, blusa de manga comprida (ATENÇÃO: TEM QUE FICAR UNS TRÊS DEDOS DE BARRIGA APARECENDO, OK?), jaqueta curta de brim e cachecol. Rabo-de-cavalo, brinco de argola e óculos escuros. Captou?

Então.

Pra você, gato: tênis sem meia, bermudão Richard's, blusa de mangas compridas, mochila nas costas e óculos escuros.

Eu me sinto uma velha na rua...

sábado, julho 28, 2007

Conflito nº 12764949/23e

Credo, que mochilas i-mun-das. O que é isso, chocolate? Meu Deus... Bom, vamos ver como se lava isso. Peraí... Na etiqueta tá escrito... Como assim? "Não lavar"? Não lavar COMO? Como alguém fabrica uma mochila pra crianças e manda NÃO LAVAR?

E agora? E se eu botar de molho só em água? Mas e se for justamente a água que estraga a mochila? Será que tem que lavar a seco? Mas que coisa idiota: não chove? E isso aqui é nylon - isso não é lavável a seco.

E se eu lavar só as alças? Mas e esse LAGO de chocolate na mochila da Catatau? Eow, isso é brigadeiro. Ela SENTOU numa bandeja de brigadeiros? R$ 200 em mochilas... E se estragar? Lavo ou não? Eu vou mergulhar quase R$ 200 em mochilas nessa água com sabão e Vanish? Vou ou não vou? Vou ou não vou? Vou ou não vou? Foda-se: vou.


Acho, do fundo da minha alminha atormentada de mãe, que resolver conflitos no Oriente Médio deve dar menos dor de cabeça que isso.

sexta-feira, julho 27, 2007

Arroubos

Eu queria alguém com quem discutir, até o beiço dobrar o corredor e chegar à cozinha, se Richie Sambora é melhor guitarrista que Neil Schon, Syd Barrett ou Glenn Frey - e ganhar juras de ódio eterno quando citar o nome de Carlos Santana.

Eu queria alguém a quem cutucar às duas da madrugada pra contar que "Rapaz, Peter Singer consegue fazer a gente achar infanticídio uma prática razoável! Escuta esse trecho aqui... Escuta!!!!!"

Eu queria alguém pra roubar o último gole de vinho - e lamber a borda antes de ser pega no flagra.

Eu queria alguém pra quem guardar a última fatia de bolo.

Eu queria alguém pra desvirar o colarinho da camisa e arrumar o que o vento descabelou.

Eu queria alguém pra servir o macarrão segurando os talheres que nem garçom, destrinchar o frango que nem o homem da padaria.

Eu queria alguém com quem brigar pelo controle remoto da televisão - e decidir democraticamente que a midseason tá uma merda e melhor mesmo a gente se beijar até dar cãimbra e transar nesse frio, né?

Eu queria alguém pra compartilhar meu amor pelos livros e meu orgulho pelo que eu conquisto.

Eu queria alguém pra presentear com os CDs e DVDs piratas que eu aprendi a baixar da internet.

Eu queria alguém - modo intransitivo do verbo "não tenho".

quinta-feira, julho 26, 2007

A vida secreta dos blogs

Eu tenho uma vida secreta. Quer dizer, tenho uma vida secreta dentro da minha vida secreta.

Sou Suzana porque meu ex não alcança o universo da Suzana - e para mim é ter um jardim secreto. Mas como uns e outros resolveram espiar por uma rachadura no muro que cerca esse meu jardim, criei outra vida secreta, em inglês - e ela acaba de ser incluída num site que mostra os bastidores dos melhores e mais interessantes blogs & blogueiros da web.

Se eu estou orgulhosa?
Claro, né - que pergunta boba :o)

Ai, listas...

Que livro você está lendo?
Três ao mesmo tempo: "Vida ética", Peter Singer; "Exortação aos crocodilos", António Lobo Antunes; "O negócio dos livros - Como as grandes corporações decidem o que você lê", André Schiffrin.

Lembra do seu primeiro livro?
Falando em livro de verdade - capa legal, miolo idem - e que eu tenha lido sozinha, sem mamãe ou papai ajudando nas palavras difíceis:: "Reinações de Narizinho" & Cia Monteiro Lobato; "Contos e lendas dos irmãos Grimm"; e "Os reis malditos" (trancada no banheiro, depois que me pai botou os seis volumes dessa coleção láááá em cima da estante porque ele dizia que aquilo não era "literatura pra criança").

No Brasil, sabemos que a leitura não é um hábito da população em geral. Quantos livros, em média, você lê por mês?
Dois por semana.

Você tem um gênero favorito? Qual?
Não-ficção, principalmente o que envolva a História de civilizações.

Alguns escritores, além de grandes artistas, são vistos como “seres superiores” por alguns leitores. Você tem ídolos escritores?
Não tiveram a delicadeza de se manterem vivos para que eu os conhecesse: Julio Cortázar, Ítalo Calvino, George Duby.

Você distingue o escritor pelo gênero - poesia, conto, romance, etc - ou acredita que escritor é escritor e ponto?
Escritor é, num modo bem clichê, artesão da palavra. Sabe escrever de lista de supermercado à história do seu país - romanceada ou não.

A internet pode se transformar em uma ameaça para a leitura de livros?
Internet não transmite o cheiro do livro.

Se você pudesse, como acabaria com o analfabetismo no Brasil e como implantaria o hábito de leitura?
Aprendi que o livro é só um objeto inanimado, mas se você apresenta à criança uma pessoa e diz "Olha, ele escreveu esse livro" ou "Sabe quem é essa? Ela desenhou essas ilustrações" o livro passa a ser um ser vivo que cresceu com a ajuda de muitos: alguém PENSOU a história, alguém IMAGINOU as ilustrações. Alguém COSTUROU o livro, DESENHOU a capa. O livro é um quebra-cabeças, um trabalho em equipe, um livro é uma história que não está contada entre a capa e a contracapa. E as crianças aprendem a amar seus livros pela vida que eles têm - assim como têm vida seus carrinhos e suas bonecas.

José Saramago declarou recentemente que sempre será comunista, embora saiba que este é um assunto ultrapassado. Um escritor deve manter para sempre seus valores, ou pode mudar de opinião?
[Faço minhas as palavras da Cris] Ué, ele pode ser o que quiser. Aliás, ele e qualquer um. Eu já mudei de religião umas dez vezes na vida. Já mudei de marido [eu ainda não, Crisolda. Tô na entressafra]. Só o Saramago é que tem que morrer comunista? Coitado.

Uma frase para o Dia do Escritor:
"Acariciai longamente tua frase e ela terminará por sorrir" (Alfred de Musset)

segunda-feira, julho 23, 2007

...

Na semana passada eu perdi um amigo que viajava no avião que se espatifou em Congonhas. Eu o conhecia desde 1998. Depois de quase dez anos, nós não nos falávamos muito, ultimamente. Vocês sabem como é, não? A gente se promete a toda hora: "Puxa, hoje vou mandar pelo menos um e-mail pro Fulano, faz tanto tempo que a gente não se fala!" E de noite, eu me lembrava: "Não mandei o e-mail pro Fulano. Amanhã de manhã eu mando, sem falta!"

Amanhã, amanhã e amanhã. Na próxima semana, depois que eu terminar esse trabalho imenso, no próximo fim de semana, nas férias, depois, depois, depois - e eu tenho certeza que ele fazia a mesma coisa. Agora ele morreu e eu finalmente não preciso mais me preocupar em mandar nada pra ele, nem ligar nem me lembrar dele. Só da tristeza abissal por ter desperdiçado tanta coisa boa que poderíamos ter compartilhado.

Se você gosta de alguém perca um tempo para escrever um e-mail, dar um telefonema, lembrar de lembrar-se dessa pessoa. É tão fácil, simples e tão importante.

quinta-feira, julho 19, 2007

Ouh my God...

You Are 16% Girly

Um... you're a guy, right? If not, you're the most boyish girl in the world.
And for you, that's probably the ultimate compliment.

Dorzinha

Hoje fui buscar meu presente de aniversário: um celular novo. Juntei promoções, bônus, vales e mais créditos e o meu aparelho novo, que custa quase mil reais, saiu por meros R$ 16.

Mesmo com toda essa economia, mesmo sendo a única coisa que eu vou ganhar (porque, como sempre, vou estar dura e lesa até mesmo pra levar as meninas pra tomar um mero sorvete na esquina) eu ainda me sinto imensamente culpada por ter gasto esse dinheiro comigo. Mesmo sendo R$ 16.

Certeza

Uma vez cafajeste, sempre cafajeste.

quinta-feira, julho 12, 2007

Eu confesso que...

... comi na noite passada 25 brigadeiros. Levando-se em conta que eu enrolei 500, até que não foi muito, né?

quarta-feira, julho 11, 2007

Ainda este mês



O que eu espero ganhar de aniversário é algo tão simples, tão fácil de se fazer e - eu sei - quase impossível de acontecer. "Quase" porque eu tenho fé. E, por isso, no resumo dos dias nada me faltará.

sexta-feira, julho 06, 2007

Eu... preciso









Gente, isso é pra andar de bicicleta. Captou?
Tem mais aqui.

Há seis anos - adendo

"Mamãe, você escreveu o meu nome na etiqueta da merendeira? E se eu esquecer num banco do prantenário?
"Planetário, Catatau."
"Do planetário? Eu vou passar fome, mamãe."
"Não vai não. Já botei seu nome, filha. Aqui, ó."
"Bota aí, mamãe, depois do meu nome: 'Uma menina de seis anos'. Bota, mãe. Por favor. Mãe? Pára de rir, mamãe! PÁ-RA!"

:o)

quinta-feira, julho 05, 2007

Há seis anos



Exatamente como você ri - aquela risada gordinha, que começa lá no fundo do peito e se espalha por todo o seu corpinho, sai pela boca e pelos olhos e lembra, em cada nota, o riso de um bebê - está o dia hoje: ensolarado, feliz. Assim que acordou, você pulou da cama e começou a dançar, fingindo não ouvir o mau humor matutino da sua irmã: "Seis anos, seis anos, hoje eu tenho seis anos...!"

Seis anos. Passou tão rápido! Desde a gravidez tão perturbada até o pacotinho de dedos rechonchudos (e não é à toa que sua avó chama você de "neném furinho" até hoje :o) e unhas já compridas, prenunciando a preguiça que você tem de fazer as coisas - até nascer. Mas quando faz... é uma delícia de se ver. Porque o que muitas vezes se pensa como preguiça é, na verdade, paciência. De colorir cada pedacinho, de montar o mesmo quebra-cabeças vezes sem conta, cada vez começando de um canto diferente do desenho.

Para comer - um dos seus mais refinados prazeres - com o dedo mindinho esticado. Toda a comida separada, nada se tocando, cada sabor sem misturança com o sabor vizinho: primeiro os legumes, depois a carne, adiante o arroz com feijão ("Ahhhhhhh, eu não vou - NÃO VOU! - comer feijão com caroço! Odeio casquinha de feijão grudada na boca. O-DEI-O!"). Uma hora e dez minutos depois, você delicadamente limpa os lábios, bebe o suco e pede, miando: "Mamãe, e a sobremesa?" Porque refeição sem sobremesa não é refeição: é apenas... comer.

Como Zé Colméia é uma mestra aplicada, você está desenhando à perfeição - e, Deus perdoe essa mãe - melhor que sua irmã. Seus desenhos não são apressados, nervosos. São lentos, cuidadosamente bem-acabados. Os detalhes contam, você sabe. Por isso você termina uma festa exatamente como começou: impecável, fivelas no lugar, anel no dedo carnudinho e cabelos em ordem. Dá a mão à sua descabelada, suada e amarrotada irmã e lá vamos nós, eu e Zé Colméia como um barco tentando vencer esse rio tão turbulento que tem sido nossas vidas, mas sempre com a certeza de ter, no escuro, o farol morno e carinhoso do seus olhos para nos guiar.

Feliz aniversário, Catatau. Você tem muitos sonhos e o dom de fazer com que eles se realizem, de uma maneira ou de outra - qualquer que seja a roupa, por baixo da pele você sempre vai carregar um vestido de princesa.

quarta-feira, julho 04, 2007

Muito trabalho...

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... e nenhum saco pra fazer...

Thunder!

É uma sensação absolutamente poderosa a que se sente quando você mesma mete a tesoura no seu cabelo. É, assim, revigorante.
O destino em suas mãos. Entende esse lance?
Pois é.

terça-feira, julho 03, 2007

...

Você já teve a sensação de ser sugada pelos olhos de alguém para dentro dessa pessoa e instantaneamente voltar ao mesmo lugar onde estava, o coração aos pulos?
Eu vivi isso ontem. E descobri o significado da cor que os americanos chamam de "hazel".
Estranho, muito esquisito.

segunda-feira, julho 02, 2007

Nas bandeirinhas

Sábado foi a festa junina das meninas. Nossa, como Catatau AMA festa junina. E como ela comeu, e dançou, e pulou e se divertiu. Quadrilha e comilança é com ela mesma.

Zé Colméia parece aquelas velhinhas viciadas em jogo, perdidas em Las Vegas. O negócio dela é ter fichas pra ganhar brindes nas barracas. Pescaria, argola, nariz do palhaço. Ano passado eu me lembro que tinha uma brincadeira horrível, mas com prêmios ótimos: tinha que enfiar a mão num balde de água escura e pegar uma coisa escorreguenta que ficava no fundo. Ela gastou todas as fichas dela ali: sozinha, limpou a barraca dos prêmios.

Eu adoro festa junina, também. E esse ano, minha filmadora movida a gás funcionando, gravei as meninas dançando quadrilha. E como eu comi: churrasco, salsichão, queijo coalho, coraçãozinho, frango, canjica, quentão. Passei o domingo em jejum. Mas já me deu saudade, porque agora só ano que vem.

:o(